um dia bom?

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O loiro acordou com a luz solar iluminando todo o quarto, Nova York costumava não ser muito insolarada, o céu brilhava como nunca aquele dia, talvez fosse um bom dia?

Sorriu ao lembrar de seu encontro da noite ou melhor, madrugada. Se arrumou rapidamente e saiu de seu apartamento, já foi enviado o cronograma do seu dia, iria dançar pra pervertidos o dia todo, e no fim do dia teria uma espécie de live particular com um cliente, o que particularmente não gostava, nesse tipo de trabalho sempre pediam coisas estranhas. Lembrava-se bem da última vez que um pediu que jogasse chocolate na tela do computador e lambesse ou da vez que pediu que sussurasse coisas obscenas, o problema é que as "coisas obscenas" do cliente eram "Hitler era um narcisista, se tivessem dado um espelho a ele teriam evitado a 2 guerra!", Ou "Daqui a 50 anos vai haver mais lixo no oceano que peixes", Jian Yi suspeitava que aquele dia ele se encontrou com um professor de história fracassado. Esperava viemente que esse não fosse o caso, ele não podia simplesmente dançar e tirar a roupa?

Chegou na companhia e estranhou Mo não está na recepção, ele costumava chegar cedo e ouvir música como uma espécie de pré-treinamento, mas não ligou muito, havia ligado pra ele, o ruivo retornaria em breve. Subiu pras salas de dança, entrou em uma; nas três paredes havia uma espécie de janela, que era coberta por uma tela preta, atrás dessas janelas havia outras salas, que ficavam os clientes, não era possível ver quem ficava atrás das janelas, mas os clientes podiam. Segurança dos clientes, era o que sua mãe falava, e a segurança dos dançarinos?!

Suspirou e começou a vestir sua roupa, que provavelmente seria retirada durante aquele dia novamente. Vestia uma blusa de gola alta e calça jeans justa, ambas preta, e um casaco transparente, que constratava com sua roupa de um tom só.

Iria ligar o som da sala quando sua mãe entrou na sala, seu rosto sem expressão alguma, fria. No entanto, havia acontecido algo mais, sua mãe nunca enterrompia os shows a menos que ocorresse agressão de alguma forma, ao menos isso.

"Aconteceu al.."

"Você vai fazer a live particular antes da apresentação, vamos."

A loira falou e se virou pra porta da sala, o garoto estranhou, ele era um vip seu horário era minuciosamente programado, se houvesse qualquer mudança repentina é porque envolvia mais dinheiro. Então, era isso.

"Quem vai pagar mais dinheiro pra me ver, mamãe?"

Ela parou, e ele soube que havia a irritado, a loira odiava que perguntassem sobre suas decisões finais, realmente odiava. Se virou bruscamente e num piscar de olhos estava frente a frente de Jian.

"Acha mesmo que eu me importo em saber quem vai pagar mais pra ver um prostituto? Bem, não me importo. Então, vá logo pra merda daquela sala se não quiser que eu corte todas aquelas contas onde você guarda seu míseravel dinheiro e você fique na rua e sem nada antes mesmo de piscar."

Voltou a fazer o caminho de antes sem olhar pra trás, ela parou na porta e voltou a falar.

"E não adiantaria recorrer a seu amiguinho ruivo, faria o mesmo o com ele. E adivinhe só? Dois que nunca terminaram nem o colegial, não iria muito longe no mercado de trabalho, bom dia filhinho."

E saiu da sala. Lágrimas caíam pela face pálida do loiro, ele se sentia quebrado, mas não pelo que ela falou, na realidade já escutou pior, mas quem falava isso, era sua mãe, que em algum momento na sua infância lhe abraçava quando chegava da escola, que dormia com ele depois que seu pai o agredia. Limpou as lágrimas que restava, era por essa mulher que o loiro ainda estava ali, ele iria recuperar sua mãe, sabia disso, ela apenas estava perdida, iria a reencontrar com certeza.

a  million  man. | JianZheng | 19 Days Onde histórias criam vida. Descubra agora