Drunk in love

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"Esse é o problema de beber, pensei, enquanto me servia uma bebida. Se algum ruim acontece, bebemos para tentar esquecer; se acontece algo bom, bebemos para celebrar; e se nada acontece, bebemos para fazer algo acontecer."
-Charles Bukowski


POV- MELANIE MORALES

Matteo me põe sob a mesa com brutalidade, pressionando o seu corpo contra o meu. O contraste do seu toque em minha pele, demasiado intenso, despertou me pensamentos impuros.

- Não faz ideia do quanto eu te quero, do quando eu preciso do seu corpo junto ao meu - diz em um sussurro com a voz carregada de desejo

Colo seus lábios nos meus com agilidade e agarro seus ombros diminuindo ainda mais o espaço entre nós. Nossas línguas bailavam em sintonia, aumentando o desejo mútuo de nós os dois.

Em um súbito movimento, o macho agarra meus cabelos e me põe em seu colo. Afunda seus dedos com avidez em minha carne, depositando beijos por todo meu comprimento .

- Isso é deveras errado, Melanie, isso vai contra todos os meu preceitos! - suas palavras incendiaram cada parte de meu corpo, deixando-me em ponto de ebulição. - Você me desafia, testa todos os meu limites e mesmo assim não consigo resistir a você.

- Não podemos fazer isso, não aqui- diz se referindo ao seu local de trabalho

Não estava interessada em como aquele ato ia contra a ética e a moral do homem a minha frente, disposta a saciar meus prazeres; com uma vontade exacerbada de tê-lo dentro de mim.

- Você não deseja me ter agora,...nesse exato momento? - digo provocando-o, contorcendo minha intimidade sobre seu membro duro. Separados por tecidos.

- Mas...

- Não se preocupe...não seremos pegos - mordo o lóbulo de sua orelha, logo depois solto-o, chupando o mesmo. Retiro sua camisa com urgência, espalmando as mãos em seu peitoral forte e rígido.

Sr. Garcia introduz com intensa maestria seu dedo médio em minha abertura, direcionando o mesmo até a sua boca; encarando me com lasciva enquanto se deleitava com o meu sabor.

Ansiava por aquilo como se fosse a primeira vez, a reação de meu ventre a seu toque grosso tateando todo meu caminho era única e incitava as vontades mais insanas de minha mente.

- Não consigo mais controlar o meu desejo por você, estou sedento por ti! Preciso foder você do jeito que merece Melanie....

(...)

Meu corpo se arqueou involuntariamente; a lembrança da noite anterior invadira meus sonhos, sendo capaz de provocar demasiado formigamento na região entre as pernas. Estava com saudades da sua pele junto a minha.

Afasto os pensamentos impuros e ignoro as sensações que este homem me causa.

Sr. Garcia, como é conhecido, é um dos melhores investigadores da cidade. E um dos mais temidos também. Com suas táticas um pouco severas, consegue arrancar informações de qualquer um. Embora, aparentasse ser um cara "durão" com os outros, possuía um coração mole e moral inquestionável. De fato era um homem íntegro. Nosso relacionamento era baseado em sexo, até ele proferir a palavra mais temida por mim: "eu te amo". Logo após o término de nosso clímax.

Não havia de ser insensível com o pobre coitado, ele não tinha culpa de ter se apaixonado por uma das agentes mais atraentes da delegacia. Era inevitável resistir aos meus encantos. Porém não conseguia retribuir este sentimento. Nem por ele, nem por nenhum outro. Sempre fui uma mulher decidida, livre de sentimentos supérfluos, o amor não pertencia ao meu vocabulário.

O amor é uma das Razões do meu lar ser tão conturbado, presenciei desde muito pequena o quão letal este sentimento pode ser. Marcus, meu pai, era uma das vítimas do amor. Após o sumiço repentino de minha mãe, ele procurou inúmeras vezes pela amada que partiu sem motivo logo após o meu décimo aniversário.

Sem sucesso em sua busca, acabara por achar uma nova substituta tão destrutiva quanto, a bebida. Com o passar dos anos o ser amável e benevolente que era, se tornou inexistente. O líquido dava ao mesmo uma sensação ilusória de alegria por efêmeros instantes, preenchendo o vazio causado pela ausência de mamãe.

A rotina de minha adolescência foi marcada pelo caos que a substância causara em minha vida e na de meu pai. o excesso de bebida alterou sua personalidade, deixando o cada vez mais bruto e violento. As agressões faziam parte do meu dia a dia, ele dilacerava o meu corpo frágil com tamanha força deixando me cicatrizes de recordação.

Morales não era de todo o ruim, em seus poucos momentos de sobriedade demonstrava afeição por mim. O amor o fez refém da bebida, tornando o digno de pena.

De repente ouço um barulho descomunal vindo da parte inferior do apartamento. Movo meu corpo, ainda sonolento rapidamente, me pondo de pé. Pego minha arma que se encontrava em uma de minhas gavetas. Me asseguro de que estava carregada e abro a porta lentamente, descendo com cautela as escadas em alerta, pronta para o que estava por vir.

Ao chegar acabo por me deparar com uma cena um tanto quanto deprimente em minha sala de estar. Papai estava estirado no chão, aos prantos depositando em sua garganta um fluxo contínuo de bebida álcolica.

Relaxo os meus músculos tensos, largando a arma na escrivaninha e indo em direção ao meu velho, que ainda não tinha notado a minha presença no ambiente.
Ele põe seu olhar sobre mim, sua feição calma e triste se transforma em segundos em pura fúria. O mesmo se levanta e avança até mim, me empurrando contra a parede apertando o meu pescoço.

- você é a razão de todos os meus problemas, por sua causa Laura não quis ficar comigo! - diz me jogando no chão e iniciando uma luta corporal comigo.

- Me diga uma novidade, meu velho! - digo com a voz fraca. Ironizando seu comentário, deixando o ainda mais irritado. Perco a vida, mas nunca a piada!

Ele era mais forte que eu, deferia socos precisos em meu estômago com uma das mãos e com a outra segurava meus punhos com extrema força. Com muito esforço consigo chutar a sua intimidade fazendo com que ele solte meus braços, dando um grito de dor.

Aproveito sua fragilidade a meu favor, invertendo a situação. Abraço seu pescoço por trás passando seu braço direito por cima do próprio pescoço e pressiono meu peito contra ele. Executando um golpe que aprendi na academia de polícia. Não queria machucar o mesmo, a intenção era acalmar a fera que era acordada com umas doses de tequila, sua bebida favorita.

- Você foi a pior coisa que aconteceu na minha vida, não tem ideia de como me dói cada ano que completa de vida! - diz com desprezo, antes de desfalecer debaixo de mim.

Levanto e arrasto seu corpo até o sofá, colocando-o em uma posição confortável. Jogo o recipiente da garrafa no lixo e volto a analisar o corpo do macho em meu cômodo, Certificando de que estava bem.

Mexo o meu corpo dolorido de volta para o meu quarto, regulando a minha respiração e tentando processar o que havia acontecido. Me deito novamente sobre a cama e permito que a dor chegue. A dor física não chegara nem perto do estrago que tinha sido feito em minha mente.
Estava farta de toda está situação, da responsabilidade de cuidar de um pai bebum que machuca minha carne e fere minha alma em cada aparição. Apesar de todas os insultos serem efeitos colaterais da bebida, acredito eu na possibilidade de ter uma dose de verdade em tudo aquilo que papai me dissera.

Amaldiçoou mentalmente a mulher que me gerou, na esperança da mesma receber dobrado todo o mal que causara a minha família. Apesar de não acreditar muito na justiça divina, tenho fé de que Deus á castigue com a mesma intensidade de meu ódio por ela. Uma hora ou outra esta mulher iria pagar por tudo o que fez, e eu aplaudiria a sua derrota com êxito.

Notas finas:

Obrigada querido leitor, pela atenção e por ler até aqui. Caso esteja gostando da estória peço carinhosamente que deixe seu voto nessa estrelinha. Ajudará bastante essa mera escritora que vós fala. ♥️

Volúpia LascivaOnde histórias criam vida. Descubra agora