Dancing In The Rain

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A semana de provas passou incrivelmente depressa. E amanhã, sábado, finalmente poderia dizer que estou livre de estudos por três meses a fio. Por sorte, estou na escala de férias para o próximo mês no trabalho. E, obrigado Deus, o mês começa na segunda. Minha felicidade não poderia de fato ser maior do que agora.

Obviamente que todos os amigos estão marcando alguma coisa para comemorar a alforria do semestre. Mas, sinceramente, pretendo com todas as letras passar o final de semana de frente para a televisão vendo algum filme porqueira. Nada e nem ninguém irá me tirar esse prazer nas próxima 48 horas.

Após me despedir de todos os meus colegas de trabalho, o sorriso que havia em meu rosto não poderia ficar maior. Os planos de chegar em casa, vestir uma cueca e me jogar no sofá, estavam mais perto do que nunca.

Deixei a mochila de qualquer jeito pelo chão quando cheguei ao meu quarto. Procurei por alguma roupa velha e confortável no guarda roupa, seguindo para o banheiro. Posso dizer, com todas as letras, que lavei a alma ao entrar naquele box e ligar o chuveiro. Senti todo o estresse e dias ruins do semestre indo embora pelo ralo à medida que a ducha era tomada.

Me acomodando no estofado, com os pés na mesa de centro, controle na mão e uma bandeja de guloseimas ao meu lado, o projeto de férias estava oficialmente aberto, e no momento que dei play ouvi o celular vibrar. O encarei, pensando um milhão de vezes que deveria tê-lo posto no silencioso e desligado o Wi-Fi. Pela curiosidade peguei o aparelho, vendo uma mensagem de um número desconhecido nas notificações, franzi a testa ao lê-la por ali mesmo — "Hey!" . O forte desejo de ignorar foi vencido pelo de saber de quem se tratava.

Ao abrir o aplicativo, fui direto na foto daquele que havia me enviado a mensagem. E para a minha surpresa, era o Sasuke. Quando respondi, não demorou muito para também receber algo de volta — "Peguei seu número no grupo do aniversário, espero que não se importe". Dei de ombros ao responder que não havia problemas — "Ufa." "Então, feliz por finalmente o semestre ter acabado?"

Deixei o controle de lado para prestar atenção na conversa que havia se iniciado e quando me dei conta os créditos subiam na tela e eu não havia sequer olhado uma cena do filme.

"Posso lhe fazer uma pergunta?", sinceramente, nada de bom vem depois de uma frase como essa. Mas, novamente, o sino da curiosidade foi ativado. "Quer sair comigo amanhã?" "Tomar alguma coisa, ou comer algo, eu não sei". Paralisei por um momento, lendo várias vezes as palavras que ali estavam escritas. Perguntei se os planos tinham a ver com o que os outros estavam combinando de fazer. "AH... Eu havia pensando em algo apenas nós dois".

Talvez eu não tenha pensado direito quando aceitei.

"Ótimo. Posso ir te buscar. Ou prefere ir sozinho?", pedi que viesse às sete da noite.

A conversa se encerrou quando o moreno disse que precisava descansar. Havia participado de uma reunião que levou o dia inteiro, e ele precisava estar de pé amanhã cedo para organizar alguns documentos com seu pai na empresa. Nos despedimos e pensei que poderia pôr alguma coisa para assistir — assim fiz. No entanto, não havia uma gota de concentração restando em mim. Bufei de raiva pelo jeito que meus planos mudaram. Na hora de dormir eu estava completamente inquieto. E não quis olhar o relógio para saber quando o sono finalmente deu as caras.

O céu estava azul e brilhante quando despertei. Olhando a tela do celular em busca do horário vi a mensagem do Sasuke desejando bom dia. Torci o lábio, deixando o aparelho de lado. Mas logo rolei os olhos ao digitar uma resposta ao outro. Sabia que não responderia, pois estava com o pai e esse foi o meu impulso para levantar.

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