Capítulo 1

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    A MENINA que agora está ao meu lado, arregala os olhos e solta uma gargalhada

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    A MENINA que agora está ao meu lado, arregala os olhos e solta uma gargalhada.

    — Nós vamos fazer juntos, sim! — ela ainda sorri, mas agora está mais calma. Não entendo o motivo da risada.

    — Tudo bem. — sinto as pernas fraquejando. Estamos quase no fim do corredor e consigo ver Milla Brown daqui.

    Por eu preferir bem mais observar a falar de fato, sei que Zoe é do grupinho de Milla.

    Eu gosto dela desde que me entendo por gente. Gosto da sua personalidade: Ela discute várias questões sociais em sala de aula, não despreza os mais tímidos (como eu), e é gentil ao extremo com todos da escola. Milla é diferente das outras garotas. Quando ela chega, mesmo nos dias mais chuvosos, a sala toda é iluminada só pela sua presença.

    Eu sinto que posso desmaiar se passar muito tempo olhando-a. E eu nunca nem falei com ela. Pois é.

    Os motivos pelos quais eu nunca nem tentei puxar papo com a garota que sou apaixonado há uns seis anos, é que ela provavelmente não me daria bola do jeito que eu gostaria. Milla está constantemente namorando meninos populares e do time de futebol da escola. Eu sou magricela e toda a turma não sabe que eu existo, ou seja, falar com ela seria meio humilhante, na minha opinião.

    — Você pode me passar o seu número? — Zoe pergunta. Ela está praticamente saltitando até a saída, e admiro sua desenvoltura ao falar comigo com tanta naturalidade. Pelo menos não está quase tendo um treco como na última aula.

    Me agacho o mais longe que consigo do estacionamento, pois sei que Milla está lá e, francamente? Não estou com muita vontade de passar vergonha hoje, então quero manter distância.

    Zoe fica em pé, segurando as alças da sua mochila cor de rosa como se o objeto fosse sair voando a qualquer momento. Pego a primeira caneta que encontro e rabisco o meu número na palma da mão da minha nova colega de trabalho. Noto que ela evita olhar pra mim.

    — Isso faz cosquinha. — ela aponta com a mão livre para a que estou escrevendo. Deve fazer mesmo.

    — Pronto — afasto a mão e avalio se minha letra ficou legível. Faço uma careta.

    — Obrigada. Bem, eu preciso mesmo ir agora, minhas amigas estão esperando — concordo com a cabeça. — Tchau, Dylan.

    Ela acena e volta a caminhar até o carro de Milla. Coloco a mochila nos ombros outra vez e dou de cara com Isaac.

— Finalmente! Obrigado, Deuses! Achei que esse dia nunca chegaria, sabia, Dylan? — Isaac me dá um soquinho no braço e começa a rir. — Você falando com uma garota... Isso sim é que é novidade.

— Cala a boca, Collins. A única menina que você fala é a sua irmã.

— Acho que você esqueceu de todas as minhas namoradas.

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