Há vários motivos pelo qual me levaram a escrever e reescrever este livro por pelo menos uma dezena de vezes, mas neste momento apenas um me importa:
Motivo número um: porque se eu não escrever, eu vou morrer.
Sobre o motivo acima, não tenho dúvidas, não perguntei, não questionei. É inevitável. Eu irei morrer. E eu sei disso, tão irrefutável porque sei quem será a responsável pelo homicídio: minha alma.
Seja forte.
Ela havia me dito aquelas palavras tão confiante, calma e natural. Ela era verdadeira — algo que eu havia esquecido como ser há anos.
Havia em mim a tristeza por ter sido a causa de tantos problemas, e talvez eu realmente devesse ir embora.
Olhando para meu eu de onze anos, imaginando como minha vida havia se acabado daquela forma. Ao invés de pensar na culpa que carregava junto de meu peito, apenas traguei.
O cheiro da droga não mais me incomodava, pelo contrário agora trazia-me apenas paz e alívio.
Eu estava fazendo novamente, desligando-me da realidade para evitar pensar no próximo dinheiro que receberia. Seria amanhã se não houvesse ficado machucada, ele era agressivo e eu não queria estar ali então, não havia lubrificação.Mas para ele havia.
“Não esconda o jogo, você faz isso direto, está acostumada ”
Somente eu sabia que aquilo era na realidade, sangue, ao chegar em casa eu teria que tomar meu comprimido e preparar os ob's e absorventes. Eu simplesmente não entendia como ele me machucava tanto em apenas cinco minutos.
Mas a maconha estava fazendo efeito e meus pensamentos estavam se tornando cada vez mais lerdos, desconexos. A dor finalmente estava partindo assim como a culpa pelas últimas brigas da casa.
Olá, meus nenéns, capítulo especial hoje. Eu precisava postar isso hoje. Vocês irão entender no futuro.
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283 Segundos para o fim
NonfiksiHavia ali algo muito além de sentimento. Havia ali algo muito além de palavras vazias Palavras que ao se conectarem se transformavam um simples texto em uma coleção de lágrimas e sorrisos.