Três

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Gente kkkkkkkk se eu não estivesse olhando os comentários não ia publicar esse capítulo nunca kkkkkkkk

Sorry

Joontaeoh







Dois meses se passaram desde que Severus havia aceitado que não mais veria seu alfa. Continuava a trabalhar normalmente, assim como seu afilhado, e ambos tinham uma vida feliz por terem um ao outro. O verão chegou e passou assim como o aniversário de 20 anos de Harry, e agora, no início do inverno, eles tinham dinheiro o suficiente para comprar mais cobertores e roupas quentes para passar aquela rigorosa estação.

Severus, sem o conhecimento de seu pequeno garoto, continuava a guardar o dinheiro que daria no fim do mês para Igor Karkaroff, a quem devia uma alta quantia. O dia de cobrança dele estava chegando e graças ao novo emprego e a gentileza do Sr. Prewett, tinha dinheiro o suficiente para pagar os outros dois meses passados que não tivera dinheiro. Ficaria devendo o daquele mês, mas ele sempre lutava para dar pelo menos 50 libras por cobrança, o que o tornava um dos melhores pagadores que o rico homem poderia pedir.

Era sábado e pedira ao chefe para que ficasse em casa naquele dia. Fora comprar algumas coisas para o almoço junto com Harry, certo de que Karkaroff só chegaria à noite quando seu pequeno estaria dormindo. Abriu a porta da última casa fazendo malabarismo com as sacolas de compras e deu passagem para o afilhado, que entrou sendo seguido de perto pelo padrinho.

Ambos os ômegas paralisaram ao ver o alfa de cabelos prateados de olhos frios sentado no sofá vermelho e velho como se fosse o dono daquela casa. Sua barba que começava em um cacho não escondia o queixo fraco, embora, e suas pálidas e longas mais estavam cruzadas no colo em uma pose de um rei.

Mas com certeza quem chamou a atenção foi um outro alfa, também lúpus, escorado na parede que levava a cozinha. Seus cabelos ondulados e muito negros batiam nos ombros e os olhos pratas e frios perderam o foco ao mirar Severus. O coração do ômega acelerou ao olhar para o alfa depois de dois meses, engolindo em seco ao ver ele se endireitar rapidamente e avançar rápido, segurando seu rosto com as mãos trêmulas e seus olhos passarem por seu rosto como se guardasse cada detalhe.

— Meu ômega... — sussurrou, sorrindo largo. — Oh, céus! Igor, é ele! — olhou para o loiro com um grande sorriso e voltou a olhar para Severus, feliz da vida. — Eu te achei... Finalmente...

— C-Como...? — perguntou sem entender nada. Ao seu lado Harry se mexeu, desconfortável, ganhando a atenção dos alfas. Então algo muito estranho aconteceu.

Sirius arregalou os olhos e sua boca foi coberta com a mão enquanto olhava para o garoto mais jovem, em choque. Seu estômago revirou e tudo o que ele pôde ver foi o sorriso largo e malicioso de James à sua frente depois de anos, mas então ele piscou e os olhos verdes cheios de ternura e diversão de Lily o encararam. Sirius tremia e jurava que teria um ataque cardíaco.

— Ora, ora... Então este é o precioso Harry? — Igor sorriu legal mostrando seus dentes muito brancos. — Ele é realmente uma graça.

— O que você quer, Karkaroff? — perguntou Severus, soltando as compras e ficando na frente de Harry, para protegê-lo. — Você nunca veio aqui no meio da tarde.

— Você está certo, óbvio. — o mais velho entre os quatro sorriu. — Se eu fosse vir apenas para buscar meu dinheiro, eu certamente viria quando nosso jovenzinho estivesse dormindo, mas Sirius estava muito ansioso desde que eu contei que talvez eu conhecesse o ômega dele.

Severus e Sirius se entreolharam. A emoção nos olhos cinzas era tão grande que o de olhos negros teve que desviar o olhar. Harry, que até então se mantinha quieto, franziu o cenho. — Dinheiro? — perguntou. — Que dinheiro, padrinho?

— Lembra quando eu te levei naquele show do Draco em Londres? Eu peguei dinheiro emprestado com o Igor, e desde então venho pagando as parcelas que ele me pede. — não olhou para o afilhado com medo de ver seu olhar, ao invés disso, apenas pegou as sacolas do chão para levá-las para a cozinha. No entanto as compras foram retiradas de suas mãos e ele encarou o alfa, que lhe sorria gentil enquanto levavam as sacolas para a precária mesa da minúscula cozinha. Sirius encarava tudo de cenho franzido, fazendo Severus morder o lábio e corar absurdamente.

— Hey! — exclamou o olhando com irritação e constrangimento. — Minha casa não é uma mansão como a sua provavelmente deve ser, mas eu faço de tudo para torná-la um lar! — seus olhos negros marejaram mas Severus não ousou chorar, sua vida era difícil desde novo mas ele não iria se curvar. Não tinha orgulho de sua situação mas não iria ser seu alfa riquinho a humilhá-lo por causa da pobreza em que vivia.

— Eu não disse nada! — exclamou o outro, se defendendo e tendo seu coração ferido pelas lágrimas que insistiam em não cair pelo rosto do seu ômega. Ele se postou à sua frente e segurou seu rosto, lhe dando um suave beijo na bochecha. — Hey, meu amor... Não, não chore... Você é um guerreiro, o ômega mais forte que eu conheço... Eu vou cuidar de você, te dar tudo o que você quiser, mas só se você me permitir. Se você me deixar, eu te darei o mundo.

— Eu... — Severus hesitou, engolindo em seco, então seu coração acelerou e seus olhos se arregalaram. — Harry!

Ele correu para a sala e a cena que encontrou lhe chocou ao extremo. Harry ria ouvindo alguma história que Karkaroff contava, sentado no chão como uma criança e dando uma daquelas gostosas gargalhadas que faziam todos ao seu redor sorrirem junto. Karkaroff também ria, uma gargalhada genuína, que chocou tanto Severus quanto Sirius, que olhavam a cena completamente embasbacados.

Snape sorriu, soltando o ar que não sabia que estava prendendo, se escorando na parede do estreito corredor e olhando a cena com carinho. Harry era tímido e introvertido, se Igor Karkaroff lhe conseguira arrancar um sorriso, por mais mínimo que fosse, então ele deveria ser alguém no mínimo confiável.

— Padrinho! — Harry exclamou rindo. — O Sr. Karkaroff é muito engraçado! Ele estava me contando da vez em que teve de expulsar um aluno da faculdade dele porque ele estava bêbado!

— Sério? — Severus sorriu. — Então acho que o Sr. Karkaroff poderia lhe contar mais histórias enquanto eu cozinho nosso almoço, se isso não for lhe incomodar, claro. — sorriu para o alfa de olhos azuis, que riu suavemente e assentiu.

— Tenho muitas histórias e tenho a tarde toda disponível. Acho que esse garoto vai cansar de ouvir minha voz. — riu outra vez indicando Harry.

— Ah, não vou não! — exclamou com um enorme sorriso. — Eu amo ouvir histórias e as suas são muito engraçadas, senhor Karkaroff!

— Se importa se eu lhe ajudar? — seu alfa lhe perguntou. — Posso fazer qualquer coisa.

— Não. — Severus recusou na hora. — Fique aqui e se certifique que Harry esteja bem. — sussurrou para ele. — Por favor...

— Certo. — ele sorriu, então o alfa se deu conta de algo, corando levemente. — Hey... Ainda não nos apresentamos direito, né? Sou Sirius Black.

Severus arregalou os olhos e bateu com a mão na própria testa. Oh céus, o destino lhe amava. Achava que aquele alfa bonitão poderia ser um empresário ou algo do tipo, mas não, ele tinha que ser um ator eternamente famoso e o sonho de praticamente qualquer ômega que lhe conhecia.

— Ei. Qual o problema? — Sirius franziu o cenho. Aquele ômega lhe intrigava, era muito mais interessante do que qualquer outro que ele já tinha visto, além de ter uma beleza surreal. Ele lhe trazia paz ao mesmo tempo que o deixava agitado por absolutamente qualquer coisa que ele fazia.

— Nada. — Severus negou sorrindo de lado. — Sou Severus. Severus Snape.

— Eu sei. Karkaroff me contou. — Sirius sorriu sem graça. — Pedi muitas informações sobre você, estava curioso... — ele o olhou timidamente. — Fiz mal?

— Não. — o ômega sorriu de lado, irônico. — Até porque, quem nunca stalkeou alguém, não é?

— Exatamente. — o alfa sorriu de lado e se aproximou, enlaçando sua cintura com um braço forte e o olhando sedutor. — E eu pretendo conhecer mais de você. Muito mais...

O menor riu, dando um tapinha em seu braço e revirando os olhos, saindo da prisão que era o braço de seu alfa, indo para a cozinha ainda rindo.

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