OS 3 PRINCIPADOS

21 3 4
                                    

A Criação.

A vastidão do Vazio reinava sobre O Tudo. O que se conhece hoje era inimaginável no princípio. Nem a mais antiga estrela brilhava nesse tempo. Existiam apenas 3 entidades, separadas, distintas e eram tudo sobre o nada. Vindos do desconhecido. Tudo que existe veio delas e elas vieram de tudo que existe. Mesmo com a dádiva do conhecimento, é impossível descrever algo anterior a isso. E creio que se qualquer um, por capricho dos criadores, pudesse fazer tal descrição, já estaria fadado à loucura e ao esquecimento.

Alfenjor, a primeira entidade, veio com a onipotência. Era agitado, nunca se cansava. O Forjador, senhor do fogo e da luz. Manejava um grande martelo feito de ferro cósmico, entrelaçado com seus próprios cabelos de fogo e adornado com - como assim foi chamado - ignititas. As faíscas de suas marteladas criaram a luz, os pequenos fragmentos de ignititas que se desprendiam do martelo deram origem aos Sóis. E com isso veio o dia e Alfenjor alegrou-se.

Duhainjor, a segunda entidade obtinha a onipresença. Era calmo e estava quase sempre a descansar. O Artesão, senhor das águas e das tintas. Manejava 3 pincéis, feitos com seus ossos e com cada uma das 3 cores distintas de seu cabelo. Os relatos não são precisos, mas acredita-se que seus cabelos eram vermelhos como sangue puro, verde a lembrar a aurora boreal e azul cintilante, quase como um cristal bruto. Após seu irmão Alfenjor criar o dia, Duhainjor ficou incomodado por aquilo atrapalhar seu sono e começou a pintar algo que o ajudasse a dormir. A cada pincelada, respingos da tinta caíram perante a vastidão, assim criou-se as águas, os planetas e as luas. Ao final de sua obra veio a noite e Duhainjor dormiu.

Nimbronheienjor, a terceira entidade obtinha a onisciência. Era especialmente neutro e não se desprendia de sua neutralidade. O Tecelão, senhor dos ventos e da casualidade. Seus cabelos eram as linhas do destino. Os relatos antigos dizem que seus irmãos, Alfenjor e Duhainjor, lhe forjaram um instrumento como presente, já que era o único que não tinha um. Alfenjor forjou então um arco tão curvo quanto um U, mas com uma ligação entre uma ponta e outra, adornado com ignititas, pedras entalhadas e pequenos buracos por todo o corpo do artefato. O lado esquerdo tinha uma saliência maior que o outro, com uma pequena abertura na ponta. Duhainjor por sua vez, pintou o artefato e deu sutileza ao item rústico. Na parte retilínea de cima, amarrou fios de cabelos dos 3 irmãos, formando cordas e dando origem ao Havwëm. Nimbronheienjor ficou imensamente feliz ao receber o presente de seus irmãos, logo o soprou como uma flauta e o tocou como uma harpa. Eles brincaram e festejaram... assim vieram os ventos então a vida foi soprada e entoada na criação.

Os Contos Esquecidos de HurianjörOnde histórias criam vida. Descubra agora