Eu ainda carrego as cicatrizes do passado.
Manco e tropeço como um velho desleixado.
A doença que suporto é um fardo a ser carregado.
Horríveis foram coisas que fiz, não refiz e me desfiz.
Misturadas ao engoísmo me marcaram cada cicatriz.
E agora eu sei que foram esses erros que me fizeram infeliz.
Eu não desejei ser um herói ou um vilão.
Não almejei a glória para depois ser tudo em vão.
Eu apenas queria algo melhor feito pelas minhas mãos.
Mas, eu sei que nada sai como planejado.
Eu passei o resto dos meus dias amargurado
Ao ver inocentes sendo, sem motivo, silenciados.
A dor de uma facada no peito passa com o tempo.
O sentimento de culpa permanece ao meu alento.
E todas as minhas ideias viraram o meu tormento.
Eu fiquei sozinho e abatido.
Confuso, com frio - esquecido.
E o pior era ver os outros materializando o meu suicídio.
As vidas foram arautos da minha salvação;
As mortes são éfiges da minha ingratidão;
As almas serão revenãs da minha desolação.
A sentença por cada ato não pode ser mudada.
O julgamento nunca seria ou será adiado.
O réu não pode ser salvo ou desculpado.
A maior batalha que travei durou toda a minha eternidade.
Limitada ao destino do falecimento e inatividade
E não passou de mais uma forma de vingança e imparcialidade.
Mentiras e desconsolos não merecem perdão, eu sei.
Todos que se foram eram entes quem eu amei.
E agora só resta toda poeira e cinzas que deixei.