Sabina Pov
Vesti a roupa que deixaram no banheiro, era uma calça de jeans preta e uma blusa branca de botão, uma bota preta, fiz um rabo de cavalo com alguns fios soltos e passei o protetor labial em cima do balcão da pia do banheiro.
Depois que eu terminei de me arrumar, esperei que Noah chegasse no quarto. Olhei em volta tentando achar uma saída, alguma coisa para que eu pudesse fugir, mas enquanto eu não colocasse meu pai em segurança, eu ainda não ia pensar na possibilidade de fugir.
A porta se abriu e logo Noah e mais o loiro que eu ainda não sabia o nome entraram, o loiro estava com uma mochila preta e Noah com uma fita isolante, logo fiquei de pé de frente para eles, ambos estavam sérios.
— Hoje é seu primeiro dia de trabalho, parabéns — O loiro disse com um tom sarcástico — Meu nome é Josh, só não divulga ele por ai, eu não gosto disso.
Noah riu ao lado e deu um soco no braço de Josh.
— Vamos começar o trabalho, tira a blusa — Ordenou Noah.
— O-o quê? — Comecei a tremer, eles não iam...
— Pode parar docinho, a gente pode ser cruel em muitas coisas, muitas mesmo — Noah disse com raiva — Mas não somos tão baixos a ponto de agredir mulheres ou fazer qualquer outra coisa do tipo. Tira a blusa, a gente não vai fazer nada do que você está pensando.
Tremendo, comecei a desabotoar os botões da minha blusa, Josh revirava os olhos com minha lentidão e Noah estava respirando fundo, tentando manter a paciência. Assim que terminei, Noah se aproximou e se ajoelhou na minha frente, algo tocou minha barriga, mas não eram mãos, eram cédulas de dinheiro. Assim que cada uma ia sendo colocada, a fita isolante ia fixado-as na minha barriga, até ficarem todas em volta de mim.
— Você vai fazer umas entregas no outro lado, você é descendente de americano, seu pai era americano. Seu visto está legalizado, isso quer dizer que você é a única entre nos que pode atravessar a fronteira legalmente — Noah faz uma pausa e mexe algo no celular — Você vai fazer uma entrega para esse endereço — Ele joga o celular pra mim — Olha só docinho, você está presa, informantes vão te observar aonde você for, se não voltar antes das 18:00, eu vou atrás de você e eu vou te achar. Ok, Sabina.
— Ok — Respondi.
— Certo, espero que no meio dos seus documentos tenha uma carteira de motorista.
— Sim, eu tenho.
— Ótimo, agora vamos, você precisa trabalhar.
Segui Noah até o andar de baixo, a casa era tão grande que demorou uns 5 minutos pra chegar até a saída, onde pela primeira vez eu vi o território onde eu estava. Era um lugar enorme, era como um sítio ou uma fazenda, não sei, os dois pareciam ser grandes demais para o tamanho daquele lugar.
Um carro preto parou na minha frente e a um moreno saiu, eu quase caí pra trás quando vi a figura. Lamar?
Lamar era um dos caras mais importantes do grupo de Pepe. Tudo fazia sentido, eles iam pegar Pepe em uma enrascada porque Lamar informava tudo. Ela era o informante, que babaca.
Ele sorriu ao passar por mim, fiquei boquiaberta ao ver aquela atrocidade, Pepe confiava tanto nele. Se bem que de confiança relacionado a Pepe é meio hipocrisia.
Noah tocou minhas costas, me guiando até o outro lado do carro — o banco do motorista.
— Você vai atravessar a fronteira, isso significa muito cuidado — Começou Noah abrindo a porta, me sentei assim que ele abriu — Você tem que mostrar leveza, quando for apresentar a carteira na fronteira, olha na cara dos policiais e sorri, volta antes das 18:00, caso contrário você já sabe.
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Mexican Border
FanfictionSabina é uma mexicana com uma vida normal, até que cai em uma enrascada com o namorado na fronteira do México. Ela acaba sendo presa por um grupo rival e tendo que trabalhar para eles para conseguir a liberdade, mas nada a faria imaginar que uma pes...