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Noah Pov

O relógio batia às 17:15 e o carro de Sabina nem tinha saído do lugar de acordo com o rastreador.

— É melhor ir atrás da garota, hoje o Pepe descobriu que tem um informante no grupo, Pepe pensou que podia ser a Sabina — Disse Josh — Você tem que ir até lá, ele pode fazer algo com ela se souber que ela está lá.

Suspirei. Sabina era algo que eu nem deveria me importar, minha mercadoria estava entregue e isso era o mais importante. Mas eu ainda tinha aquela parte de se importar com as pessoas, algo dentro de mim me dizia para ir atrás dela, e foi o que eu fiz.

Peguei o carro mais rápido que consegui encontrar e corri mais de 100km/h. Atravessei a barreira ilegal e quase morri por não me indentificar, mas alguém acabou me conhecendo e pararam de atirar.

O México não era meu lugar favorito, eu não gostava daquele lugar. Eu tinha um risco muito grande de morrer ali, a maioria das pessoas era do grupo do Pepe, eles não tinham piedade com ninguém, por isso eu quero acabar com eles. Nenhuma pessoa merece todas as atrocidades que eles fazem.

Entrei em um bairro e vi o carro na última casa do bairro, estacionei e subi as pequenas escadinhas da varanda, a porta estava arrombada, eu gelei ao ver aquilo, Pepe podia ter matado Sabina. Filho da puta.

Corri para dentro e escutei a voz do filho da puta. Quando cheguei na sala, vi Pepe com as mãos no pescoço de Sabina e meu ódio subiu.

— Eu vou matar você sua vadia — Ele disse com sangue nos olhos.

Tirei minha arma do bolso e andei para mais perto.

— Se eu fosse você soltava ela agora ou eu te mato — Acionei a arma e coloquei na nuca dele — Solta ela!

Automaticamente ele soltou o pescoço dela, ela caiu no chão e respeitou fundo, puxando todo ar que tinha sido poupado dela.

— Seu filho da puta, ela não era a informante, eu sequestrei ela na fronteira — Disse colocando Pepe na mesma posição onde Sabina estava antes, de costas na parede — E mesmo se ela tivesse te traído, você não tinha direito de bater nela.

Pepe estava com os olhos arregalados, ele olhou para Sabina com a cabeça baixa sentada no chão. Nada do que ele avia feito merecia perdão.

— Desculpa Saby — Ele disse num sussuro.

— Paga suas desculpas no inferno — Eu disse.

Peguei o caladinho dele e puxei ele até a saída, joguei ele no chão e dei alguns chutes em lugares aleatórios, comecei uma sessão de socos no rosto dele, mas logo parei. Pepe ainda não podia morrer, isso causaria uma guerra entre as máfias dos Estados Unidos e México, eu não estava preparado pra isso ainda.

— Vai embora daqui antes que eu mude de ideia e te mate.

Mesmo cambaleando Pepe foi embora em um carro meio velho. Passei a mão no cabelo e respirei fundo antes de entrar. Ver Sabina daquele jeito vai me trazer lembranças do passado, e eu não estava muito preparando isso, eu nunca estava.

Entrei na casa e vi Sabina no mesmo lugar onde ela avia caído. Seu cabelo castanho escuto estava caído em seu rosto e seu braço estava roxo. Cheguei mais perto e me agachei perto dela, toquei de leve seu braço, mas ela recuou com medo que eu fizesse algo.

— Ele achava que eu era a informante — Ela disse entre lágrimas — Eu pensei que ele me amasse o suficiente pra saber que eu nunca faria isso.

Estendi a mão e levei o queixo de Sabina, tirei os fios de cabelo de seu rosto e pude vizualizar o sangue que estava na sua boca, seus olhos estavam vermelhos por conta das lágrimas, toda a extensão do seu pescoço estava cheio de hematomas roxos e amarelos.

Mexican BorderOnde histórias criam vida. Descubra agora