Capítulo 1

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Um sorriso pode ser dado espontaneamente, discretamente e amorosamente. Mas um sorriso, sempre será um sorriso. Independente das mentiras e dos mistérios que se esconde atrás dele; meu sorriso foi muitas das vezes, dado como neutro ou forçado apenas por educação. É difícil dar um sorriso verdadeiramente sincero, aquele que você se sente tão bem que não percebe o quão abrangente você está sorrindo. E isto não é ruim, pelo contrário, esboçar felicidade é uma das coisas mais lindas e divinas que alguém pode ter. Ainda mais se esse sorriso for de fato, feliz.

Sou Amadeo Vitale, ━ descendente de italiano ━, tenho 17 anos e minha vida não é flores e nada deste tipo de babaquice que todos andam falando como se fosse realmente mudar algo na sua vida. Eu vivo apenas com minha mãe, ━ chamada Censi ━, de aluguel, numa casinha perto de um parque aqui na cidade de Boston; minha mãe é enfermeira mas se sobrecarrega de tantas dívidas que temos. Eu estou tentando conseguir algum emprego, para que possamos pelo menos dormir á noite sem se preocupar se no dia seguinte faltará alguma coisa. Acredite, esta sensação é devastadora.

Deixei meus livros sobre a mesa, desejando não ter que pegá-los por um longo tempo. Estudo bastante para não ter que se preocupar com mais uma coisa, eu particularmente não gosto de estudar, porém é melhor isso do que repetir todo semestre novamente ou ser incapacitado para o trabalho que tanto fito em minha vida. Falando sobre isso, sempre fui fascinado por música; minha grande paixão.

Respirei fundo, colocando-me para trás na cadeira giratória. Acabei encontrando umas das maiores relíquias da minha vida, meu violão que ganhei da minha mãe quanto tinha apenas 8 anos de idade. O engraçado é que eu sempre adorei este violão, foi o meu refúgio por anos de desastres que ocorreram enquanto eu crescia. Eu componho músicas, as canto, mas nunca as apresentei para ninguém. Talvez seja insegurança, mas sinto que não estou preparado para me abrir tanto para o mundo, ao ponto de cantar e tocar para mais pessoas além de mim mesmo.

Peguei meu violão e sentei-me na cama, tocando melodias que saem naturalmente enquanto dedilho as cordas do violão. Neste momento, entretando, dei um sorriso que nem sabia que poderia dar. O dia exaustivo às vezes faz com que eu esqueça do quanto é bom ficar fazendo o que me mantém vivo, o que me faz relaxar e o que me mantém forte. E é isto que a música me proporciona.

•••

Segunda de manhã, para mim, sempre foi mais um dia normal onde não posso ignorar meus problemas. Ou seja, preciso resolvê-los prontamente para que eu possa finalmente tirar todo este peso do ombro da minha mãe. ━ Saio do metrô, caminhando em direção à escola Street Oplan High. Me aproximo do edifício relutantemente, observando os alunos do meu colégio; separados especificamente por grupinhos desnecessários. Meu melhor amigo é jogador do time de basquete da escola, e é popular. E eu sou só um nerd que reclama de quase tudo. Grupinhos são de fato, totalmente fora de coeso.

Antes de eu adentrar o edifício, sinto uma mão no meu ombro que faz com que eu vire rapidamente para trás; vislumbrando o garoto de pele negra, olhos e cabelos escuros abrir um sorriso brilhante que ilumina todo o seu semblante. Em compensação, sorrio, sentindo um alívio por ver meu melhor amigo.

━ Irmão, você não vai acreditar o que aconteceu na casa da Valéria ontem! ━ Caminhamos juntos no corredor da escola.

━ Pela sua animação, presumo que você dormiu com ela. ━ Marcos olha-me confuso.

━ Mais do que isso, fizemos sexo! ━ Reprimo uma risada,  abrindo meu armário.

━ Foi algo de uma noite ou vocês estão mesmo juntos?

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⏰ Última atualização: May 23, 2020 ⏰

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