Cap 4- Pra me Refazer part.1

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Começo o dia um pouco diferente,já que arranjei um emprego não tenho que acorda cedo nem correr pra cidade a procura de lojas dispostas a me contratar então simplesmente me jogo no sofá.

Me encontro em casa sozinha depois que Mariana foi trabalhar tentando pensando em qualquer coisa que não seja na minha mãe, é um pouco difícil já que não tenho nada pra me entreter e o silêncio nessa casa e na minha mente me assusta. Eu nunca tive muitos amigos e depois que minha mãe morreu eu me fechei mais pro mundo até tentei afastar Mariana mas ela sempre voltava.

Conheço ela desde do jardim de infância foi minha primeira amiga e tá comigo até hoje. Passamos por muitas fases juntas das mais bobas as mais sérias. Como nossa época directioner que dura até hoje, a saída do Zayn que nos matou por dentro e o fim da banda que nos enterrou no fundo do poço.

Pego meu celular e coloco Story Of my life pra tocar. A voz de Harry preenche o silêncio da sala o que faz com que eu me sinta menos solitária, enterro meu rosto na almofada ao meu lado já que eu estava esparramada no sofá. Fecho meus olhos e apenas curto a viagem que essa música me leva a ter. Lembro de todas as brincadeiras, tombos, choros, abraços e carinhos que já recebi. De todas as vezes que me senti confortável e segura em algum lugar, minha mãe ou Mariana sempre estavam presentes. Lembro de todas as vezes que abraçei minha mãe e das broncas que ela me dava, todas as vezes que eu fui dormi junto com ela porque estava com medo dos trovões. É isso tudo que eu tenho dela, memórias, que eu sempre me permito lembra. Preciso às manter aquecidas. Pode não ser a melhor história do mundo mas é a História da minha vida.

A música acaba e tento fazer o mesmo com o que estou sentindo. Aquela famosa sensação de tentar chorar mais não conseguir se instala em mim. Tenho saudades da minha mãe mas sei que se ela estivesse aqui ela estaria sofrendo com dores por todo o corpo, então a melhor coisa a se fazer é aceitar que ela não vai mais voltar. Saudades é um sentimento poderoso, pode te estraçalha por dentro e te levar a fazer grandes burradas. Esse é um dos motivos pelos quais eu não deixo muitas pessoas entrarem na minha vida, eu sempre penso como elas vão sai. Sinto meus olhos arderem e um formigamento pelo corpo, sei que é hora de esquecer disso, de colocar tudo que estou sentindo em algum lugar.

Fecho meus olhos com força e imagino um dos vários baús que eu idealizo no meu subconsciente. Tento transforma essa angústia que me sufoca e me impede de chorar em algum objeto, ele se transforma em um álbum de fotos. Pode ser estranho mais eu sempre faço isso, sempre que tenho sentimentos que não consigo lidar ou lembranças que me atormentam imagino um baú e tento transforma esse sentimento em algum objeto, quando consigo, coloco ele no baú e o tranco. Esse álbum de fotos na minhas mãos representa minha saudade e minha fraqueza. Minha familia. Sinto como se estivesse segurando esse sentimento complexo e doloroso em minhas mãos, esse álbum com capa preta e uma grande foto minha com minha mãe e Mariana estampada bem no meio me intriga a abrir e rever tudo, mas sei que se eu o abrir agora talvez não consiga fechar por um bom tempo, e eu não quero mais voltar aqueles dias em que eu nem conseguia me levantar e fazer algo da vida. Coloco meu álbum no baú o tranco, rapidamente ele se junta aos outros que foram trancados a muito tempo.

Olho em volta e consigo ver o tanto de baú que já tranquei. O tanto de sentimentos que estão fechados para o meu próprio bem. Essa sala é escura e assustadora mas é o lugar que eu visito as vezes para trancar algo novo ou porque simplesmente quero rever as lembranças que mesmo me machucando me levam a sorrir por lembra de um tempo que minha únicas preocupações eram simples.

Ao contrário da música esses tipos de memória com minha mãe e da minha infância eu tento mantê-las congeladas. Meu subconsciente entende e rapidamente sinto uma onda de ar frio subindo pelas minha pernas. Isso acontece na minha cabeça então não é real mas parece, essa sala onde me encontro é tão familiar, desde da primeira vez que vim aqui tive a impressão de já ter á visto antes. É uma sala pequena mas que se amplia sempre que um novo baú chega, as paredes são brancas mas como a luz nunca se acende não é possível ver com nitidez. Decido chegar mais perto das paredes mas quando fico a um passo de alcançá-las sinto um arrepio pelo meu corpo é um medo me consome.

The Fake Girlfriend (S.M)Onde histórias criam vida. Descubra agora