odeio

38 3 0
                                    

Depois daquele texto, eu prometi que não escreveria mais desse jeito pra ti. Não que tu saibas dessa promessa. Ou do texto que eu fiz.

Pensei que se eu desse uma de Lara Jean e escrevesse sobre ti, talvez o sentimento fosse embora e eu superasse.

Eu até achei que deu certo por um tempo. Por um tempo.

De repente tu voltas, com o sorriso que eu não vejo, com a voz que eu não escuto e com os olhos que eu não encaro, mas que derretem meu coração no milésimo de segundo que eu me perco em ti.

E eu odeio cada instante disso.

Odeio me render tão fácil a qualquer palavra agradável que tu atiras na minha direção.

Odeio abrir meu coração sempre que tu decidir voltar e se embrulhar em meio às paredes trincadas.

Odeio ficar vulnerável aos teus jeitos. Aos teus mistérios. Odeio a parte de mim que fica intrigada e busca cavar mais fundo no buraco do teu peito.

Odeio ficar aqui parada enquanto tu foges pra longe toda vez que acha abrigo melhor ou conveniência melhor.

Odeio não me afastar quando sinto a pancada do vazio. Eu fico e sinto o vácuo me esmurrar até me encolher contra o chão.

A minha existência, nas tuas mãos, é reduzida à pó. E tu me sopras pra longe quando sentes que eu incomodo teu organismo.

Da próxima vez que tentar me aspirar pra perto, talvez eu não aceite mais voltar.

PersonalOnde histórias criam vida. Descubra agora