Poeta é um bagulho doido né
Transforma tudo em poesia
Da pia que pinga
Ao gato que mia
Ao pássarinho que assovia
Do suspiro que sai
Da chuva que cai
Da dor que se vai
Do riacho que corre
Ao porto que os barcos dormem
Ao horizonte que acolhe
Da ilha vazia
A estrela que brilha
Ao caminho que guia
Do som que atraí
Ao inverno que cai
Da tempestade que se vai
Até a letra sozinha que cantava a menina
Até o pé de laranja doce que era da vizinha
Até a dor de onde quer que for
Poeta é um bagulho doido mesmo.