Capítulo 3: Visitas indesejadas.

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Andamos com mais cautela ao ver corpos mortos dos companheiros de Helena, parecia... Chocada e levemente atordoada, os corpos estavam com flechas ou furos delas nas costas.

-Eles estavam fugindo... De humanos.... -Disse Helena puxando seu facão apertando-o fortemente, tive a impressão que ela começaria a correr então apenas segurei seu braço.

-Calma, ta legal? A gente tem que ver se quem fez isso ainda está aqui. Se tiver, oque você vai fazer? Pra ter acertado tanta gente desse jeito, eles devem ter um grupo grande. Eu sei que você ta com raiva... Mas a gente precisa ser racional.

Ela me lançou um olhar se raiva, mas parecia ter entendido, seguimos andando pelos cantos da parede com a lanterna desligada, chegando na plataforma, começamos a escutar vozes.

-Por que o chefe mantém essa bosta com a gente? -Indagou uma voz masculina rouca, seguida de um urro de dor. -Ela é patético.
-Ela tem um bom Éxis, e eu pararia de bater nela se fosse você. -Uma voz feminina e tediosa dizia. "Éxis"? Pensei comigo mesmo enquanto nos aproximavamos da cena abaixados, eram três pessoas, uma mulher loira sentada na beira da plataforma, uma cara careca grande e gordo e alguém com a pele palida e cabelos negros encolhido no chão, o pé do careca estava sobre a costela do caído.

-Hã? Tu vai ficar defendendo ela?  -O Homem disse em um tom de deboche.
-Não, eu só não quero que o chefe arranque minha cabeça por culpa de um sadomasoquista imbecil. -Ela disse em um tom de raiva e indignação, como se houvesse algum problema em se preocupar com ele.
Uma raiva subiu dentro de mim, ao ponto de segurar meu sabre tremendo, eu provavelmente iria avançar por impulso se não Helena ter apertado minha bochecha, me fazendo levar um pequeno susto, olhei para ela com a sombrancelha erguida em dúvida.

-Você pega o grandão, eu mato a outra....

-Espera, como assim matar? A gente só pode... Apenas não matar eles? -Helena me fuzilou com o olhar, como se eu tivesse falado algo errado. Eu sei que eles provavelmente estavam envolvidos com a morte das pessoas no túnel e agora estarem espancando um garoto mas... Quer saber? Sem mas. Não era eles a questão, mas sim, eu. Não queria ter sangue nas mãos, ta certo que, indiretamente, eu tenho muito sangue na mão, porém é uma coisa completamente diferente, certo? Certo...?

De qualquer forma, ela se levantou  e caminhou silenciosamente para perto da mulher, eu demorei alguns segundos para me movimentar. Nos entreolhamos e confirmamos com a cabeça, Helena avançou e, em um golpe só, decapitou a loira.

Eu demorei segundos a mais, e talvez por isso o homem acabou por perceber o que estava acontecendo, ele se virou já em um soco, interrompi a corrida e abaixei meu corpo desviando do ataque, e ergui o sabre para perfurar o peito do homem. Dei um pulo para trás, mas perdi o equilíbrio e cai de bunda no chão, por sua vez, o homem também caia após tirar o meu sabre de seu peito, de joelhos, ele me encarava. O sorriso cretino nos seus labios desaparecia enquanto se engasgava no próprio sangue, caindo de lado. Não sei dizer se ele morreu ali na hora ou se desmaiou e morreu depois, apenas sei que os olhos deles assombrariam minhas noites.

Helena subiu na plataforma, me ajudando a levantar logo depois, e ficamos encarando o caído, ele levantou levemente o rosto, olhando os corpos mortos dos seus agressores tomabdo um susto e recuando, ele puxou uma faca pequena apontando em nossa direção com as mãos tremulas. Isso é uma coisa que se faça para as pessoas que mata- digo, tentaram te salvar?

-Nós não vamos te machucar. Helena disse guardando o facão enquanto erguia as mãos em rendição, desvie o olhar e balancei os ombros em concordancia com ela.
Observava meu sabre atravessado no peito do homem caído enquanto sentia leve arrepios e meu estômago revirar, me aproximei devagar tentando tirar a arma do peito do homem.

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⏰ Última atualização: Jan 09, 2021 ⏰

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