-Mamãe! Olha o que eu achei! Digo com um sorriso no rosto -um lindo vestido!
-Nossa! Eu me lembro dele! Eu usava muito quando eu tinha uns 16 anos. Diz apreciando cada detalhe do tecido. –sua vó adorava fazer cada vestido para mim e minhas amigas. E percebi que seu sorriso começou a se desmanchar.
-Aonde estão suas amigas hoje em dia mamãe? E sinto que ela ficou mais triste. Logo percebi que falei besteira. Ah droga! Marnie você é idiota! –Não precisa me contar se não quiser.
-Não, tá tudo bem. E fez uma cara forçando o sorriso. –era umas amigas que eu tinha no ensino médio, mas nunca mais nos falamos. Fiquei sabendo que elas já estão todas casadas e com filhos.
-que bom! Sorri para ela e ela retribuiu.
-Achei! Estou tão feliz por ter achado! Minha mãe diz com uma caixa no colo.
Vejo-a abrir e sai um grande vestido branco com um tecido florido.
-sua tataravó se casou com ele. Dizendo e não parando de olhar para ele.
-a vovó também se casou com ele?a vovó minha bisavó também? E a senhora? e na mesma hora ela me interrompe.
- meu deus Marnie você fala muito. E ri. –só sua tataravó usou, ninguém mais usou.
-mas a vovó te teve?
-sim, mas sua bisavó e sua vó tiveram gravidez indesejada. E não quiseram se casar porque seus companheiros eram idiotas.
-mas a senhora se casou? Digo ainda com duvidas.
-sim minha filha, eu me casei mas não foi com esse vestido e ainda me separei do embuste. Eu achava que poderia ser a única mulher da nossa família que iria se casar de verdade e com isso minha mãe se orgulharia de mim, mas como nosso chifre está no nosso sangue, fui traída.
Sim, minha mãe tinha suspeitas que meu pai estava conversando com uma mulher muito bonita no celular e que esteja traindo. Uma semana depois ela foi ao parque comprar não sei o que lá e viu ele aos beijos com essa mulher. Minha mãe que não é nem um pouco barraqueira chegou no meu pai e deu um belo de um tapa. E foi ai que começaram as brigas que vocês conhecem.
Enquanto minha mãe tirava algumas caixas do sótão eu fui até a janela, afastei as cortinas e vi um grupo de meninos, 2 estavam de bicicleta e um tava só com um skate. Enquanto olhava, percebi que um dos garotos com a bicicleta estava conversando com os amigos até que fitou os olhos em mim. Os seus cabelos eram dourados, tinha os olhos castanhos mas bem claros... Quando olhou para mim, deu um sorriso de lado. Na mesma hora, sai da janela e comecei a corar. Minha mãe olhou para mim com uma expressão duvidosa.
-Mãe, posso brincar com uns meninos lá em baixo?
-tudo bem.. só volta cedo, ta bom?
Assinto com a cabeça e desço as escadas correndo. Tropeço na empregada.
-meu deus, desculpa senhora..... Caramba Marnie, voe já ta nessa casa o tempo suficiente para lembrar o nome dela.
-Helena. Ela ri e coloca a mão no rosto para cobrir o sorriso.
Helena sempre foi uma pessoa adorável para as pessoas. Minha mãe falava que ela sofria muito racismo quando era mais jovem, não tinha como sustentar a família. Ate que conheceu minha vó, que lhe deu o trabalho de empregada. Alem de ela ser empregada, elas eram grandes amigas...
Sem perder tempo abri a porta e sai correndo atrás deles, cutuquei as costas do mais alto e o mesmo que eu vira na janela.
-Oi, me chamo Marnie e sou nova aqui... Sorrio e inclino a mão para o garoto aperta-la. Na mesma hora ele sorri e aperta minha mão.
-prazer Marnie, me chamo George e esse menino do meu lado é o Jackson mas nós chamamos só de Jack. Tinha outro amigo nosso amigo também, mas ela já foi embora...
Olho ao seu lado, um garoto ruivo, cheinho de sardinhas e olho escuro. Ele parece estar bem irritado com a minha presença. No mesmo momento que eu olho para ele e não parou de olhar para mim, mas com uma expressão seria. Logo que o George para de falar, o ruivo revira os olhos e olha pro nada.
-que tal irmos para cafeteria aqui perto?Para conversar. O loiro pergunta sorrindo.
- vão sem mim, vou falar com uns amigos meus. Preciso resolver umas coisas...
Sem enrolação, o loiro me puxou e me colocou na garupa da bicicleta.
Depois que chegamos me deparo com a placa.
- você disse que iríamos para uma cafeteria.. tava me segurando para não rir.
-ué, mas é praticamente uma cafeteria, só com o nome trocado.
-tudo bem, vou chamar de lanchonete a partir de hoje.
Não sou muito de conversar, mas confesso que estávamos conversando muito. Primeiro me perguntou aonde eu estudo, porque eu quis ficar aqui e entre outras milhares coisas que perguntou.
-qual é seu maior sonho? Pergunta o loiro tomando o café que na verdade nem era café e sim uma latinha de cafeína bem falsificada.
-bom... eu...não...sei.. eu acho....
Na mesma hora ele para de tomar o cafezinho falsificado e fica surpreso.
-Marnie... Como assim você não sabe o seu sonho? Não tem nada em mente?
-no momento quero estar com a minha vó... me encolho e não percebo que já estava toda vermelha de tanto chorar.
-oh Marnie... Queria tanto fazer isso por você mas infelizmente não posso...
ele levanta e vai até o caixa para pagar o café. No mesmo momento vi a porta da lanchonete abrir e vi o ruivo acompanhado de um amigo.
-oi Jack... Sorrio para ele, mas ainda sem animação.
-quem é você mesmo? E o amigo dele ri.
-Marnie. Abaixo a cabeça.
-ah sim... eu esqueci.., por que você veio nesse bairro mesmo? E eu ouvi o amigo dele continuar rindo e sussurrar para ele 'faz isso não cara... '
-vim visitar minha vó... Mas infelizmente ela morreu... Já estava encolhida e sem expressão.
-aquela velha louca?
Na mesma hora levanto a cabeça... Ele falou mesmo aquilo....?
-o que você disse? Já estava com um punho fechado pronto para dar um murro nesse garoto. Na mesma hora, vejo o George aparecer sem entender nada.
-o que ta acontecendo aqui? Ele ainda continuava com a latinha de café na mão.
-Vamos ser sinceros Marnie... Sua vó contava umas historias sem sentido e totalmente impossíveis de acontecer. Então eu considerava ela uma lunática... acho que não era só eu né.... no mesmo momento, o amigo dele começa a rir e não me segurei.
Sem noção do que eu tava fazendo, arranquei a latinha da mão do George e lasquei em cima do ruivo. Ficou totalmente sopado de café. Todo mundo estava surpreso do que eu acabara de fazer. E claro que eu estava explodindo de raiva. Sem menos perceber eu aproximei dele e sussurrei na sua frente.
-minha vó pode ser louca mas ela nunca chegou ao ponto de querer falar mal dos mortos que ela conheceu.
No mesmo instante empurrei a porta e sai correndo, deixei as lagrimas dominarem meu rosto. Não vou me sujeitar a esse tipo de gente nunca mais.
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O Tempo Uniu Eu e Você
Romanceoi gente, bom essa é a minha primeira estoria aqui no wattpad, então vou me apresentar a vocês.. Meu nome maria clara mas me chamam de Lucy por eu gostar muito do nome, tenho 15 anos e adoro escrever e ler.. Mas agora, meu foco é contar a vocês sob...