MORDIDA

BIRRENTO

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MORDIDA

CAPÍTULO ÚNICO : BIRRENTO

Taehyung sempre foi assim: importunava a todos até conseguir o que queria e, se não conseguia, logo ficava emburrado. Disso Jimin sabia bem. Foram criados praticamente juntos, na época em que eram apenas crianças, quando não estavam tentando se matar estavam trocando carinhos. A relação entre os dois era assim mesmo: um morde e assopra que já durava centenas de anos. Mas que culpa o Park tinha se seu dongsaeng era um poço de birra? Toda a culpa, oras!

A verdade é que Jimin sempre fazia o que Taehyung queria, não sabia se era pelo fato de o Kim ser mais novo, porque sabia usar o rostinho de anjo para convencer as pessoas ou ambas as coisas, só sabia que o dongsaeng teria tudo o que desejasse, fizesse manha ou não. Gostava mesmo de mimá-lo, e se seu menino tinha ficado mais birrento ao longo dos anos, admitia, a culpa era mesmo toda sua e era exatamente isso o que a atual situação retratava.

Assim que saiu do banho Jimin se deparou com Taehyung sentado na ponta da cama com um bico a perder de vista, ainda nu, do jeitinho que estava quando o namorado entrou no banho. Os braços estavam cruzados diante do peito e a perna que pendia para fora do colchão balançava freneticamente, demonstrando sua impaciência. Sabia agir como uma criança mimada quando bem entendia, e se Jimin não o amasse tanto, certamente acharia aquilo irritante. Bem, mas essa era uma realidade muito distante. Se comportando feito um pirralho em determinados momentos ou não, Park o achava uma gracinha e, por sorte — ou prática —, sabia exatamente como lidar com ele.

Suspirou logo que o viu daquele jeito, já podendo prever o que viria em seguida. Estava mesmo esperando por esse tipo de comportamento a qualquer instante. Até agora o dia estava sendo muito tranquilo.

— Não fale comigo! — Taehyung foi logo dizendo antes mesmo que o mais velho se aproximasse.

— Taehyungie, não seja assim. Sabe que me chateia quando se distancia. — Jimin disse, sorrindo de canto. Depois de tantos anos, não conseguia evitar achar a situação engraçada.

— Não importa! Não quero papo. Você é mau! O pior! — Kim continuou com seu drama, saindo da cama sem se importar com o fato de estar nu.

Sentando no lugar que antes seu namorado ocupava, Jimin suspirou outra vez, agora admirando as costas nuas do mais novo, descendo para a bunda arrebitada toda vermelhinha e marcada pelas palmadas que recebera minutos atrás. Quando seus olhos finalmente chegaram nas pernas longas e bem torneadas, sorriu ao ver que continuavam sujas com a sua porra. Não podia deixar de se perguntar como Taehyung podia ser assim: capaz de enchê-lo de tesão tão rápido, menos de uma hora depois de terem transado feito animais selvagens.

Sem se conter, ficou de pé e seguiu até o Kim com passos sorrateiros. O garoto estava diante do espelho, admirando a própria nudez, e revirou os olhos com rebeldia quando o mais velho se juntou e ele, envolvendo-o por trás, os braços rodeando a cintura fina como se tivessem sido feitos para isso. Sem demora, Jimin depositou um beijo no ombro do rapaz de pele cor de mel, sorrindo convencido ao causar arrepios em seu garoto com um gesto tão simples.

— Você é tão gostoso, mas fica ainda mais quando está emburradinho assim. — disse baixinho, sorrindo mais ao ver pelo reflexo do espelho que a expressão emburrada do mais novo começava a suavizar — Mas, ei, apesar de eu ter duas bolas, nenhuma delas é de cristal. Vai, bebê, me diz porquê está desse jeito.

Viu Taehyung revirar os olhos outra vez e riu baixinho, pronto para a cena que sabia que se desenvolveria a partir dali.

— Ah, você não sabe, é? Não pode nem imaginar? — irônico, cruzou os braços de novo.