eu senti a sua falta

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Eu estou tentando
deixar de te pertencer
enquanto cada átomo do meu corpo
implora por você
estou tentando me afastar
enquanto meus olhos
te procuram pelas ruas
e minhas mãos
buscam o encaixe perfeito das suas
não tenho mais forças para lutar
estou exausto de viver
enquanto procuro meios falhos
para tentar te esquecer.
Preciso começar a aprender
a lidar com a sua ausência
para, finalmente,
deixar de implorar
pela sua assistência.

*

- O que você está fazendo aqui, Louis? - Cruzei os braços e olhei em volta. - E onde está a sua namorada? - É óbvio que eu não perderia a oportunidade de alfinetar.

- Eu vim porque sinto que lhe devo uma explicação. - Ele disse e eu forcei uma risada. - E Eleanor não está comigo. - Revirei os olhos. É o mínimo, né? Se aparecesse aqui com ela também seria o auge.

- Não, não me deve. - Neguei com a cabeça. - Não temos nada. - Dei de ombros. Eu não estava demonstrando, mas essas palavras estavam me cortando por dentro. - E mesmo se tivéssemos, você estaria uma semana atrasado.

- Eu tentei te ligar essa semana... - Tentou se explicar, mas eu não queria mais ouvir, então, comecei a andar para longe, mas seus passos pareciam me acompanhar por onde fosse. - Harry, você não tem noção de tudo o que rolou depois daquele dia.

- E você tem, Louis? - Porra, eu sei que é difícil pra ele, mas ele não pode agir como se fosse fácil pra mim, porque não é. - Você pensa que eu estive me divertindo durante aquelas três semanas?

- Não. - Respirou fundo e fechou os olhos. - Mas também não foi nada fácil pra mim e eu queria que você entendesse isso.

- Eu entendo que seu pai seja um fudido e entendo que você não consiga bater de frente com ele, mas eu não consigo entender como você arrumou uma namorada em três semanas.

- Eu não gosto dela, Harry. Isso não parece óbvio? - Foi só o que ele respondeu. Sim, é óbvio, mas isso não significa nada pra mim.

- E que diferença isso faz? - Virei o rosto enquanto lutava para não deixar as lágrimas caírem. Não quero que ele me veja chorando por um motivo tão bobo.

- Você não tem noção do quanto eu queria estar segurando a sua mão aquele dia. - Senti suas pequenas mãos encostarem em meus ombros, mas não me virei para ele. Seus olhos sempre me despertam fraqueza, e isso é a última coisa que preciso agora. - Mas não é tão fácil quanto parece.

- Então eu vou facilitar pra você. - Tirei suas mãos de meus ombros. - É só você dar meia volta e fingir que nunca me conheceu. - Completei e ele riu baixinho.

- Você realmente quer isso? - É óbvio que não, mas eu não lhe daria o gostinho de saber a verdade.

- Por que você faz isso, Louis? - Ignorei sua pergunta e me virei para ele. Só havia um palmo de distância entre nós dois, e naquele momento, eu só queria deixar tudo para trás e dar um beijo nele, mas me contive. Não pode ser tão fácil assim. - Por que você não continuou seguindo a sua vida sem falar comigo?

- A minha vida já não é a mesma desde que eu te conheci. - Seus olhos brilhavam quando se encontravam com os meus e mesmo magoado, eu sei que estou retribuindo isso. - Não há como fingir que nada aconteceu. - Pois é, se fosse fácil assim, eu não estaria aqui falando com ele agora.

Azul da cor do marOnde histórias criam vida. Descubra agora