-Mas que porra!- gritou alto e esperava que pelo volume do som ninguém tivesse a escutado.
O coração batia forte e ela podia jurar que estava com taquicardia. O suor que antes se dava pelo calor, agora descia frio em sua espinha. A garrafa de vinho e as doses de tequila se reviravam em seu estômago querendo sair.
-Pera aí, você não é a advogada gostosa que o Edgard escolheu pra me ajudar?- falou com um olhar divertido de reconhecimento. Claro que para o loiro aquela situação deveria ser muito engraçada, não era seu emprego e seu futuro que estavam em jogo.
-Merda, Tyler. Quer dizer, droga. quer dizer...
-Relaxa, eu entendi. -falou rindo e tocou em seu braço pra a acalmar. Ela apenas se afastou como se o contato queimasse sua pele.
-Olha me desculpa, eu não vi que era você... Só vamos esquecer isso, ok? Você é meu cliente e isso não é nem um pouco profissional, perdão. Te vejo amanhã a noite no jantar. -declarou rápida e saiu correndo dali sem querer ver sua reação.
Onde diabos estava Megan?
A achou em um corredor próximo ao bar, agora com um ruivo baixinho. Ela realmente não tinha um tipo específico de homem.
-Amiga, sabe aquelas doses emergenciais?
A loira parou de conversar com o novo pretendente quando viu que Ellora estava pálida e parecia assustada. Dispensou com educação o acompanhante e foi até ela.
-O que aconteceu?
-Sem querer beijei o Tyler. -quando a amiga ia intervir ela continuou. -Não, não fala nada. Eu não percebi que era ele. Eu estou muito fodida e preciso tomar mais tequila pra descobrir o que fazer.
Megan assentiu e a levou até o balcão, onde sacou o cartão de crédito que guardava nos peitos e o balançou pra fazer os pedidos. Mal sabiam que aquilo só pioraria tudo...
X
A claridade começou a incomodar e ela abriu os olhos. Sentia as paredes a sua volta girarem, o corpo parecia estar em queda livre, como se estivesse em um carrinho de montanha russa despencando de 1000 metros.
A boca seca tinha um gosto desagradável e ela cogitou a ideia de fingir que tinha morrido pra não ir trabalhar. Sentiu os lençóis sobre seu corpo e estranhou a falta de roupas. Tudo bem que estava calor, mas normalmente ela dormia de lingerie...
Se virou no colchão para procurar o celular e checar o horário quando sua mão trombou com um corpo.
Droga. Droga. Droga.
"Não entra em pânico, Ellora. Não entra em pânico.", repetia em sua mente enquanto tentava controlar a respiração. Costas largas e fios loiros apareciam entre os lençóis e ela tentou se lembrar do que tinha acontecido. As imagens começaram a aparecer como quem abre uma torneira.
"Mais quatro doses, garçom"
"Uma marguerita pra minha amiga aqui!"
"Vocês tem sex on the beach?"
"-Olha, foi mal pelo aconteceu lá na pista. Acho que eu também bebi demais."
"-Pode servir outra dose pra nós três."
"-O que você acha da gente se beijar de novo só pra testar uma coisa?"
"-Tyler você achou a camisinha?"
"-Merda, Ellora, isso foi muito bom!"
Os flashs invadiram sua mente como um murro na barriga e ela colocou a mão na boca assustada. "Por favor não, por favor não", mentalizou quase chorando quando cutucou o corpo esparramado no seu colchão.
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Defendendo um idiota
RomanceCom 22 anos Ellora se vê no começo de uma nova jornada. País novo, língua nova, uma nova oportunidade para mostrar a melhor versão de si mesma. Ou pelo menos foi isso que pensou. Tyler tem 21 anos e, por um descuido, termina sendo detido ao dirigir...