Lição Única: Como lidar com a sua fobia

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Bakugou estava dizendo alguma coisa sobre um festival, com uma empolgação difícil de se ver no loiro, espetando o seu palito num takoyaki apimentado da bandeja que Todoroki estava carregando para ele.

Se ele contasse sobre esses momentos de surpreendente bom humor que Bakugou tinha para alguém, ninguém acreditaria.

— Na verdade, eu nunca fui em um festival? — O bicolor disse sem demonstrar muita emoção a respeito deste fato, dando de ombros — Mas, prossiga com a sua história.

— Quê? Como assim você nunca foi em um festival, meio a meio? — Bakugou parou no meio da calçada, segurando os dois ombros do garoto, como se ele tivesse acabado de confessar que era secretamente um vilão, ou algo assim.

Esse garoto era tão dramático e escandaloso. Todoroki honestamente às vezes se perguntava como eles sequer começaram a namorar, porque os dois eram literalmente o completo oposto — mas bem que dizem que os opostos se atraem, né?

— Até parece que você não conhece o meu pai — defendeu-se.

Quando desviou seu olhar brevemente, viu um vira-lata vindo na direção deles. Todoroki nunca desviou tão rápido de algo em sua vida, indo parar do outro lado de Bakugou, que o fez derrubar seu último takoyaki no chão. O cachorro abanou a cauda animado e parou na frente deles para comer. Shouto ficou paralisado. Isso era ruim, geralmente quando estava acompanhando, conseguia controlar-se melhor.

— Ô porra, presta atenção, Todoroki — Bakugou, sem notar o conflito do namorado, disse mal humorado.

— Ah, desculpa — olhou um pouco apreensivo ao redor, o cachorro comeu o que tinha caído e ficou ali parado, olhando para eles. Não parecia exatamente agressivo, mas Todoroki não podia evitar o seu desconforto, não confiava muito nesses animais.

— Ugh, deixa pra lá — Bakugou resmungou com o cenho franzido, mas logo parecia mais curioso do que irritado quando viu que além de empacado no meio da calçada, Todoroki estava encarando o animal como se ele tivesse matado toda a sua família. A audácia! Se alguém deveria estar se sentindo ofendido nesse momento, esse alguém era Bakugou, que perdeu seu último takoyaki — Você vai ficar aí empacado feito um jegue até quando?

O bicolor teve que respirar fundo, nem prestando atenção na ofensa, só que não adiantou nada, porque quando ele se moveu para dar um passo, o cachorro latiu para si, fazendo-o recuar e agarrar a mão do namorado com força. Sua mão estava suada, e quando ele latiu de novo, uma fina camada de gelo se espalhou pelas mãos dos dois.

Bakugou girou os olhos, genuinamente confuso, mas ele também não era totalmente sem coração, então, desvencilhando-se do mais alto, assobiou e estalou os dedos para o animal, mostrando o palito que estava usando para comer, apenas para distraí-lo, jogando-o longe, o que o fez correr na direção oposta à eles.

— Todoroki — o loiro começou, roncando de leve em sua falha tentativa de conter uma risada. O coração do bicolor ainda estava meio acelerado. — Eu queria te perguntar isso há algum tempo já, mas, por acaso você tem medo de cães? Porque isso seria hilário.

— Que? Claro que não! — respondeu todo na defensiva.

— Ah, vai se foder, pavê, vai mentir pra mim agora?

— Não é mentira, eu não tenho medo de cães! Por que você 'tá me acusando desse jeito?

— Porque você acabou de agarrar a minha mão como se fosse arrancá-la quando aquele vira-lata passou por nós, idiota!

Parando para pensar, Todoroki sempre sentiu isso perto de cães, ou desde que podia se lembrar, mas nunca realmente atribuiu isso a nada em especial, sempre foi instruído a ignorar esse tipo de sentimentos, tanto que já fazia isso sem nem pensar.

Pavlov Para Leigos - bnha | tdbkOnde histórias criam vida. Descubra agora