Capítulo 29

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Enquanto me beijava, eu escutei palmas e gritos um pouco mais longe que, obviamente, era dos meninos.
Nos separamos por conta da falta de ar e ele me abraçou muito forte.

- Por favor, não me deixe. A pessoa que eu mais preciso agora é você.

- Eu não vou a lugar nenhum. Mas, você me perdoa por esconder isso de você?

- Claro, tá tudo bem.

- Ufa, pensei que ia ficar com raiva de mim pra sempre.

- Mas...- ele se solta - Em relação á aquilo de ontem, o que você acha?

- Eu amo você!

Um sorriso enorme se fez presente em seu rosto, nunca tinha visto ele sorrir desse jeito mas tenho certeza que essa alegria vai se desfazer por um tempo quando lembrar de seu falecido pai. Pelo menos estou com ele pra tudo.

(...)

Já tínhamos voltado pra casa, dele no caso, mas agora eu creio que seja oficialmente minha também. Como o pai dele tinha morrido, ele teria que assumir o lugar na empresa mas era muito novo pra isso então o vice-presidente vai ficar no lugar dele até ser maior de idade.
Depois de comermos, ficamos a tarde toda resolvendo as coisas do velório do pai como comprar o caixão e blá blá blá.
Ele tinha ficado sério e triste de novo, eu só não conseguia entender o porquê dele estar fazendo isso. Ele não odeia o pai dele? As atitudes dele não merece tudo isso que o Beomgyu está fazendo por ele e toda vez que eu pergunto, ele muda de assunto. Talvez não quer falar sobre então não vou insistir.

(...)

- Beomgyu? Já está pronto?

Pergunto entrando em seu quarto e me deparo com o mesmo sentado na cama segurando uma carta sem ter abotoado a blusa e posto o terno. Ele devia estar mesmo de coração partido pela morte do pai, e o mais difícil pra ele deve ser que agora ele está sem pai, por mais ruim que ele seja, e sem mãe, ou talvez a mãe esteja viva, mas não temos sinal nenhum em relação a ela.

- Beom, levanta que eu te ajudo. - ele levantou e eu o ajudei a abotoar a camisa mas não pude deixar de notar o papel em sua mão - O que é isso?...Posso ler?

Ele me entrega o papel sem falar nada e então, eu o abro para ler...

"13 de março de 2007

Oi filho, me desculpe por sair assim mas eu não tive escolha. Preciso encontrar um lugar melhor para ficarmos e vai ser melhor se eu não levar você, eu prometo que volto pra te buscar. Enquanto isso, cuide de seu pai por mim, eu não vou demorar pra voltar mas eu não posso continuar aí. Enfim, me perdoe mais uma vez e quero que saiba que eu te amo muito. Feliz aniversário!

Beijos, mamãe."

Dobrei a carta de novo e coloquei em cima da escrivaninha para voltar a ajudá-lo com a gravata

- Ela foi embora no dia do meu aniversário, nem se despediu...vai fazer onze anos que não está mais aqui.

- Eu sei que é muito difícil passar por isso mas lembre-se que você não está sozinho.

- O que me deixa com mais raiva é ela falar que não aguentava mais e me deixar sozinho com ele.

- Se você o odeia tanto, por que fez todo esse velório pra ele?

- Ontem depois que você me soltou, e fui no meu pai e ele se desculpou por ter sido um pai horrível, disse me amava mas não sabia como dizer. - seus olhos enchem de água - Então eu o perdoei e disse que podia ir embora em paz porque estava tudo bem entre nós.

- Perdoar é o primeiro passo, que bom que ele se desculpou.

- Mas eu entendo ele, meu avó tratava meu pai da mesma forma que ele me tratou, então ele tinha mágoas guardadas do meu avô e descontava em mim e em minha mãe.

- Sério?...Tá vendo, por trás de um homem ruim sempre tem uma história.

- Eu só tinha raiva do que ele fazia comigo mas não dele.

- Que bom que está tudo bem, agora vamos senão vamos nos atrasar.

Entramos no carro e seguimos para o cemitério, não iam muitas pessoas, só os amigos do Beomgyu, os amigos do pai dele e algumas pessoas próximas da empresa.
Quando chegamos, cumprimentamos todos e começamos o velório. O padre começou a falar aquelas palavras reconfortantes que ninguém prestava atenção e depois o caixão foi enterrado.
Muitas pessoas vieram cumprimentar o Beomgyu e falar o quanto que sentem muito, essa parte foi a mais chata.

- Beom, já quer ir embora? - ele encarava alguém um pouco mais longe de nós mas tinham tantas pessoa em volta que não sabia qual - Quem você está olhando?

Reparo novamente e vejo uma mulher mais velha, com um vestido muito parecido com o que eu estava usando por sinal, parada um pouco mais longe da multidão em nossa frente. A mulher começa a andar em nossa direção e para de frente ao Beomgyu, que permanecia parado, só então pude pensar em quem podia ser.

- Oi Beomgyu.

- O que você está fazendo aqui?

- Beomgyu. - o repreendi num tom mais baixo.

- Oi, você não deve me conhecer, meu nome é EunJi. - fala estendendo a mão

- Prazer, eu sou a Kimberly.

- Você é a namorada dele?

- Aaahnn.

Eu sou a namorada dele? Que eu sabia ele não me pediu em namoro, o que respondo?

- Sim, ela é minha namorada.

- Quem diria, meu menino cresceu tão rápido.

- Pera, seu menino? Você é a Choi EunJi?

- Sim, sou a mãe do Beomgyu.

Eu tô passada, ela não morreu e o Beomgyu não está sozinho agora.

- Mãe? Acho que você perdeu esse título quando me abandonou e me deixou sozinho com meu pai.

- Eu não fiz porque quis.

- Fez sim, senão teria me levado junto.

- Eu não tinha condições de levar você, não época não éramos tão ricos quanto são agora. Filho, por favor...

- Não me chame de "filho".

- Beomgyu, por favor, me perdoe. Eu voltei como prometido.

- Agora eu não preciso mais de você.

Aiii essa deve ter doído

Ele pegou em minha mão e me puxou pra longe dela, logo adentrando no carro.

- Você podia ter sido mais legal com ela. - ele me olha confuso.

- Ela não merece minha gentileza.

- Tá bom, fica calmo.

Ele deu partida no carro e seguimos para casa, o que me fez lembrar do ele disse para a mãe.

- Nós estamos namorando?

- Ué, estamos?

- Não sei, você não me pediu.

- Eu quero fazer um pedido de respeito, até agora só me declarei. Eu ia te pedir ontem mas não quero que nossa data de aniversário de namoro seja a mesma da morte do meu pai.

- Ok, eu espero.

- Não vai demorar.

Continua...
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Por favor finjam que o ano dessa fic é 2018 só pra bater com a idade do TXT. O ano não faz diferença nenhuma em relação a fic mas é só pras idades baterem com o ano.

The Secret Mission - Choi Beomgyu [Parte 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora