Destinatário: Senhoras Escuridão e Luz.
Palácio celeste dos deuses, acesso principal, portal dos cristais azulados.
Remetente: M. Daymon.
Corte inferior celeste, septuagésimo quinto dia do mês das dores do ano das divindades esquecidas.
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Vossas santificadas majestades superiores,
desculpe-me pelos anos que se passaram sem que eu pudesse mandar uma correspondência adequada, mas, não existe nada no reino mortal com o qual precisem se preocupar no momento. Espero que a corte superior esteja em boa convivência e que as minhas senhoras estejam adequadamente aproveitando seus séculos de descanso sem que meus irmãos e irmãs desencadeiem guerras estelares por alguma desavença boba.
Infelizmente, sinto informar que a situação que me mandaram investigar se agravou e trago até vós minhas mão machadas de anos de sangue inocente dos habitantes de sua amada Sitara, onde as nações gêmeas guerrearam por poder e controle naquela antiquada valsa ancestral de amor e ódio que, como minhas senhoras bem sabem, pode unir ao longo do tempo infinito dois opostos. Entretanto, não se preocupem com dadas notícias, pois, nenhuma degradação significativa afetou Melifa e o nascimento do rei conteve o mar de lágrimas, libertando todos os seres da cólera e limpando a terra do escuro sangue. Foi muito bonito de ver o poder fluir pelas raízes do mundo enquanto os gritos desesperado de Morte e as risadas que eclodiram Vida expandiam o céu em cores nunca antes descritas e os senhores do destino reinaram com elegância e sabedoria¹. Portanto, sem preocupações com essa pequena desavença, uma vez que consegui revertê-la e reestabeleci a frágil paz que aproveito enquanto lhes escrevo.
Apesar disso, sinto que não ficaram felizes ao saber que Dustmund decidiu manter relações separadas e agora denomina-se arrogantemente como "O reino dos homens", onde conclama refúgio para todos os não usuários de magia que sentem-se temerosos com as outras raças... entristeço-me em lhes dar tais notícias, minhas senhoras. Porém, felicito-me em confirmar que nesse berço inigualável ainda nascem poderosos domadores² e sábios bruxos³ que convivem de forma pacifica com todo o universo ao seu redor e aceitam a suas naturezas com respeito e paz interior. Muito simbólico de ver, baseando-se na infantilidade que os celestiais destilam na corte superior.
Deixando de lado a dor de cabeça que meus irmãos causam... acredito que ficaram extasiadas quando reencontrarem sua tão amada Aradhor, onde vivem aqueles que graciosamente foram tocados por seus majestosos dedos e onde pode ser apreciada a forma como a indiferença cedeu lugar a mais bela de todas as paixões. Não se preocupem, pois suas belas criaturas vivem em harmonia novamente e, com a felicidade dos cantos e danças, alimentam todos os dias a grande árvore com magia, graça e sabedoria.
Com um saboroso prazer informo que os dias em Sitara encontram-se banhados pela luz dos dois sóis e as noites gloriosamente brilham com a visão das sete luas, as quais alimentam os braços da majestosa Melifa, receptáculo de toda magia, pintando a terra com tons de vermelho, roxo e rosa. É quase tão bonito de ver que poderia comparar ao encontro dos mares divinos no interi
Desculpem-me por interromper a correspondência sem terminar de apresentar as novidades que necessito contar-lhes, mas, terei de ausentar-me novamente para resolver algumas incumbências do mundo terreno. Para aplacar minha saída, minhas doces senhoras, mando junto com a carta algumas flores na esperança que elas possam acalentar seus antigos corações e prometo corresponder-lhes em breve e contar sobre o doce cântico do mundo que sussurram contra meus ouvidos as flores e árvores da mudança. Além disso, eu... sinto saudade.
Com todo meu saudoso coração,
M. Daymon
(Seu belo destino)
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¹ A história descrita conta a forma a guerra empreendida na libertação de Sitara, a qual está contida na duologia denominada "As crônicas do passado perdido", entretanto, tais livros ainda não foram terminados. Essa história é epiloga e faz referências a algumas personagens e situações do passado.
² Humanoides que controlam elementos da natureza de forma mimética, tornado-se e controlando-o.
³ Humanoides que controlam o impalpável em relação ao universo como sentimentos/sensações e tem o poder de induzi-los ou inibi-los em outros seres.
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Melifa e a jornada do Tempo
FantasyVocê acredita que um momento pode mudar o mundo? Que sua vida está toda traçada? Que o Destino pode lhe entregar dois caminhos capazes de mudar todo o restante? Compreende todo o seu proposito nesse mundo? Akemir não entendia. Ele não compreendia o...