Centuries

Cap.21

Aquilo parecia bom demais para ser verdade. Se ele parece bom demais para ser real, adivinhe só? Ele provavelmente é.
Era isso que Violet pensava quando Henrique foi falar com ela no dia seguinte. Com certeza queria algo em troca. Eles sempre queriam.
- Bom dia, senhoria.
- Bom dia.
- Receio que tenhamos alguns assuntos a tratar
- A respeito de quê?
- Eu te fiz um favor. Libertei você da prisão.
- E por isso estou te devendo uma.
- Que quero pedir agora.
Respirou fundo, tentando se preparar para o que viria.
- Quero que se case comigo.
- O que? - foi impossível não rir. Parecia ser uma piada de mal gosto.
- Fiz um favor, agora preciso de outro em troca.
- Não posso fazer isso!
Ele revirou os olhos.
- Não é como se fosse encontrar um marido depois de tudo que fez.
- Eu ainda posso... - sua voz morreu.
- Pode o que? - riu - Casar com Patrick? Acha mesmo? Ele nunca vai se livrar do casamento com aquela mulher. O pai dela o mataria antes.
- Mas...
- Quer ser a mera amante dele?
- Não!
- Então, planeja o que? Voltar para o exército?
Ficou em silêncio. Não podia negar que havia pensado naquilo.
- Você cometeu um crime e fugiu da prisão. Esse é o tipo de pessoa que aceitam no exército, por acaso?
- Pensei que...
- Seu irmão não vai te salvar. Ele vai se casar com um general, acha que poderá te defender? Ele jamais colocará a mão no fogo por alguém como você. Uma criminosa, uma desgraçada, uma desonra para sua família!
Sem pensar, deu um tapa nele. Quando notou, tentou se afastar, com medo de como iria reagir. Mas ele apenas sorriu.
- Ninguém irá te salvar. Estou falando que a melhor opção é se casar comigo. Sou o único que pode te ajudar.
- Posso... pensar nisso?
- Claro. Tire o tempo que precisar.
Ela quis gritar que sabia que as coisas não funcionariam assim e que logo voltaria a pressioná-la.
- Quer que te leve para sua casa?
- Minha mãe não pode me ver desse jeito. Tenho um amigo na cidade que pode me abrigar, pelo menos por hoje.
- Qual o nome dele?
Respirou fundo, engolindo todos os sentimentos ruins que pensar em sua mãe trouxe.
- Pete. Ele se chama Peter.