Capítulo VIII

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"𝑀𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑛𝑐𝑖 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑟𝑎 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑠𝑖𝑣𝑒𝑙 𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑎𝑚𝑎𝑟 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎𝑣𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑔𝑜..."

Estamos em uma altura que é possível observar a ilha como um todo, a brisa marítima me atinge em cheio, o que causa pequenos arrepios. Incrível ver o mar se encontrando com a lua, é adorável ver as luzes artificiais iluminando a cidade e olhar para cima e ver esse céu todo estrelado. Quantas coisas boas podem acontecer em um único dia? Me belisco discretamente para ter a certeza que não estou vivendo um sonho; ao julgar pela dor que sinto, isso é real.

— Já olhou através de um telescópio? — Indaga Chris, me fazendo voltar a atenção para ele.

— Não alteza. — Aperto um pouco mais o laço do meu hobby, já que ele está se desfazendo.

— Então parece, — Ele abre um sorriso malicioso  — que sua primeira vez será comigo.

— Nossa, como você é engraçado. — Bato palmas. — Parece que essa será minha primeira vez, com um telescópio. — Ele gargalha

— Você sabe que piorou, não sabe? — Chris se apoia no telescópio rindo alto

— Então vamos a primeira vez. — Digo entrando na brincadeira — Espero que tenha paciência comigo, eu nunca fiz isso. — Finjo estar receosa, o que nos leva a rir novamente.

— Você é divertida. — Abro um sorriso sem jeito. — Difícil ver loiras, bonitas e divertidas, parece que tirei a sorte grande. — Ele abre espaço para que eu me posicione no telescópio

— Você usa essa cantada com todas? — Ele me encara rindo. — Não vai funcionar alteza, sou imune a isso.

— Veremos Madeleine, veremos! — Ele diz confiante. — Então vamos lá, antes de te colocar para ver o céu, vamos conversar um pouco. — Volto meu olhar para ele. — Você conhece alguma constelação? — Estamos próximos o suficiente para que eu sinta seu perfume, o cheiro é algo amadeirado.

— O cruzeiro do sul? — Me sinto completamente desinformada

— Ótimo, você já conhece algo do céu e isso é um bom começo. — Ele fala como se fosse um professor ensinando uma criança, o que me faz rir. — Qual seu signo? — Ele pergunta

— Escorpião! — Jogo meu cabelo todo para o lado direito. — Qual o seu alteza? — Ele ri. — Então acredita em signos?

— Acho uma piada, mas respondendo sua pergunta, de acordo com a minha irmã eu sou leonino. — Ele da de ombros. — Mas perguntei isso para te mostrar a constelação no céu, que representa seu signo.

— Tem um escorpião no céu? — Digo com animação, o que arranca risadas dele novamente.

Christopher é o tipo de garoto que não chegaria perto, na vida real. Isso porque considero o que estou vivendo aqui uma espécie de utopia, então não é real. Para um monarca, ele é dado a um humor ácido e sem dúvida alguma, adora ser bajulado. Entretanto, ele tem algo que me puxa para perto, que me faz ficar a seu redor. Não posso negar que estou lisonjeada em estar a sós com o príncipe de Empire, em seu lugar "secreto", aprendendo sobre o céu.

— Você está brincando, não está? — Assinto. — Ufa! — Ele suspira, então é minha vez de rir dele. — Vamos lá escorpiana, observar tua constelação. — Bato palmas animada.

Christopher se abaixa para olhar pelo telescópio, ele vai posicionado de um lado para o outro, mas isso de maneira vagarosa. Em cerca de no máximo um minuto ele ergue seu punho fechado para o alto, como uma forma de comemoração estranha.

— Esse é meu recorde! — Diz animado agora fora das lentes do telescópio. — Encontrei a constelação super rápido. — Seguro o riso. — Vamos lá Madeleine, ao menos me de parabéns! — Pede ele.

— O que acha de me chamar de Mad? — Ele assente. — Sendo assim, parabéns alteza, fico feliz que tenha se saído tão bem.

— Que tal me chamar de Chris? Não precisa de tanta formalidade. — Ele me encara. — Vamos passar muito tempo juntos. — Concordo com cabeça.

— Então, já posso ver a constelação do meu signo, Chris? — Ele assente, com um meio sorriso. — Estou ansiosa para ver essas estrelas.

— Posso te contar a lenda que gira em torno dessa constelação? — Chris me ajuda a me posicionar para ver através das lentes. — Garanto que você vai gostar. — Diz ele fazendo mistério, em busca me deixar curiosa.

Olhando através dessas lentes, vejo com clareza uma quantidade de estrelas agrupadas, não consigo enxergar o tal escorpião. Porém, um astro com aspecto avermelhado me chama a atenção, mas do que as demais estrelas.

— Fique a vontade para contar a lenda. — Digo sem tirar meus olhos da lente. — Mas antes, pode me dizer qual é a estrela vermelha brilhante?

— É a Antares. — Ele diz com a voz melodiosa — Linda, não acha? Ela é uma supergigante vermelha. — Abro um sorriso com a informação.

Ótimo, eu adoro vermelho e sou simplesmente apaixonada por meu signo. Parece até destino.

É incrível imaginar como somos pequenos, em meio a esse universo gigantesco. Quero ficar aqui olhando para sempre e tenho certeza que essa constelação não é, nem meio por cento do que esse universo infinito tem a mostrar...

Com amor, Mad ♥️Onde histórias criam vida. Descubra agora