Capítulo XII

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"𝐸𝑙𝑎 𝑡𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑚𝑎 𝑟𝑒𝑝𝑢𝑡𝑎𝑐𝑎𝑜, 𝑒𝑙𝑎 𝑝𝑒𝑔𝑎 𝑜 𝑐𝑎𝑚𝑖𝑛ℎ𝑜 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑎𝑠𝑎..."

Senti meu coração parar de bater por alguns segundos, assim que vi o saldo do cartão que me foi dado. Meu nome estava escrito em letras douradas no cartão que seria meu, - pelo menos enquanto eu estiver aqui - ouvi Elúnia reclamando quanto ao valor da mesada, ao julgar pelo vestido se seda que ela usava no café da manhã, o valor não cobriria suas despesas. Mas para mim, uma pequena fortuna.

Dez mil euros, — usamos a moeda europeia aqui — é o salário de no mínimo três meses do meu pai. Logo eu acostumada a juntar dinheiro por longos períodos, para comprar o que queria, não sabia o que fazer com o dinheiro.

Me juntei as outras garotas indo até a avenida onde estão as lojas de grife. Kelly e eu imaginávamos que teríamos dinheiro suficiente para comprar ao menos um vestido, e um par de sapatos. Estávamos enganadas! Dez mil euros não eram suficientes para bancar tamanho luxo; não daquelas grandes lojas.

Verônica e Georgina, passaram abarrotadas de sacolas; assim como Elúnia e Cristal. Provável que elas tenham usado seu próprio dinheiro para suas compras.

— Kell, o que acha de irmos em lojas populares. — Estamos diante de uma vitrine da Versace. — Não temos dinheiro suficiente para vestido e sapatos. — Suspiro.

— Isso é tão injusto! — Ela resmunga. — A minha tia por parte de mãe, participou de um concurso desse no passado. — Ela ajeita os fios de seu cabelo. -— De acordo com ela, todas tinham criadas e estilistas. E nós o que temos? — Diz indignada.

— Kelly, meu pai demora no mínimo três meses, para ganhar esse valor. — Kell me olha atenta. — Não sei como são as coisas na sua família, mas para mim isso é uma pequena fortuna.

— Desculpe Mads. — Kelly coloca seus braços em torno de meus ombros, então me puxa para um abraço. — Estou sendo uma mimada, nem tenho onde cair morta e estou fazendo esse drama! — Confessa após me soltar do abraço.

— Fica tranquila, estamos unidas. — Estendo minha mão para ela, que pega e já entrelaça seus dedos. — Vamos as lojas populares. — Rimos divertidas e seguimos pela calçada.

A situação financeira da minha família não é a pior do mundo. Não passamos fome ou privação de muitas coisas. Porém, só meu pai trabalha fora e minha mãe faz alguns trabalhos como costureira. Vivemos bem, na medida do possível. É estranho ter todo esse dinheiro na mão, talvez eu devesse guardar um pouco e quem sabe mandar para meus pais? Talvez assim, minha pudesse deixar de costurar vestidos lindos, por ninharia.

(...)

Almoçamos cachorro quente, em uma barraquinha na rua, de sobremesa uma casquinha para cada. Morango para Kelly, chocolate para mim.
Juntas, Kelly e eu gastamos apenas dois mil euros. Compramos brincos, vestidos leves para usar no dia-a-dia do palácio e até algumas bijuterias.

Foi difícil ignorar os olhares maldosos, logo que entramos na limosine que nos levaria para o palácio. Algumas das garotas, cochichando entre si, por não estarmos carregando sacolas de grife.

— Pobre é uma desgraça. — Ironizou Verônica, ruiva que me odeia. — Minhas urticárias atacaram só de estar no mesmo espaço que essa gente. — Conclui Verônica com seu nariz enrugado, para Georgina.

-— Não fale assim Vê! - Sua voz é fina e enjoada. — Talvez precisem alimentar a família pobre. — Diz Georgina, colocando sobre seus pés as sacolas da Versace, Gucci e Dior.

Se controla Madeleine, se controla Madeleine.

— O que vocês acham de cuidar da droga, da vida de vocês? — Digo olhando diretamente para loira e a ruiva sentadas a minha frente. — Que tal não julgar as pessoas, por terem a realidade diferente da de vocês? — Kelly segura meu braço, como se me pedisse para me acalmar. — Vão todas procurar algo pra quicar! — Digo raivosa. — Sou tudo menos obrigada a aguentar vadias como vocês. — Me arrependo assim que termino meu discurso de ódio.

A Felicia está aqui, droga!

— Que comportamento mais antiquado. — Diz Felicia, antes que as duas cobras possam revidar. — Você acha que Empire precisa de uma rainha tão boca suja assim? — Felicia me encara com olhos de águia.

— Sinto muito... — Suspiro. — É que não aguento injustiça...

— Ótimo você dizer que não gosta de injustiça. — Felicia me corta. — Todas as garotas terão trinta minutos com príncipe essa tarde. — Ouço os gritos de felicidade das outras garotas. — Exceto você Madeleine, quem sabe assim você aprenda se comportar. — Conclui Felicia, com um sorriso vitorioso nos lábios.

Que lindo, respondo a provocação das duas najas e no fim, serei a única a receber uma punição.

Verônica e Georgina me olham com um sorriso cínico nos lábios, antes de voltarem a conversar sobre seus assuntos.

— Sinto muito, Mads. — Kelly, coloca sua mão sobre a minha, em sinal de apoio. — Obrigada por nos defender.

— Imagina, você faria o mesmo. —Digo encerrando nossa conversa.

As garotas estão eufóricas com seus encontros, infelizmente serei deixada de lado. Talvez seja essa a forma do universo fazer justiça, já que de certa maneira tive meu encontro com o príncipe na noite passada. E que fique claro, foi em seu esconderijo secreto!

Com amor, Mad ♥️Onde histórias criam vida. Descubra agora