Capítulo 23 - Eu não vou desistir da minha vida

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Aquele dia, Day não foi a escola. Assim que saiu de casa, se viu seguindo um caminho diferente. Estava impaciente quando tocou a campanhia da casa de Carol e mais ainda quando ela abriu a porta, uma expressão nada amigável em seu rosto quando descobriu quem era. Novamente, sem que Day precisasse dizer nada.

- O que faz aqui ? - Carol questionou.

- Vim falar com você - respondeu calmamente.

- Não devia estar na escola ? - a lembrou.

- Eu matei aula - deu de ombros - se você pode desistir das suas aulas, eu também posso desistir das minhas.

Antes que Carol tivesse a chance de demonstrar sua descrença, Day já estava entrando na casa e se sentando no sofá sem ser convidada. Carol fechou a porta e foi até ela, sem entender o que estava havendo. Ela realmente não desistia nunca.

- O que pensa que está fazendo ?

- Vim aqui falar com você e não vou embora até te convencer a voltar pras aulas - disse.

- Bom, está perdendo o seu tempo - ela garantiu.

- Parece que vou ficar aqui muito tempo então - sorriu.

- Day, isso não tem graça - Carol fechou a cara.

- Não é piada - garantiu.

Carol cruzou os braços com impaciência. Ela queria poder ver o rosto de Day. Talvez se pudesse olhá-la nos olhos e dizer que queria que ela fosse embora, aí talvez ela acreditasse. Mas então se lembrou, que se ela pudesse ver, não precisaria mandá-la embora, pois elas seriam iguais.

- Olha, quem decide o que faço ou não da minha vida, sou eu - Carol disse - você não tem mais nada a ver com isso.

- Bom, como sua amiga, eu tenho que discordar - Day se levantou, ficando cara a cara com ela - os amigos se preocupam e de importam um com o outro, e geralmente tentam impedir que façam uma besteira.

- E se eu não quiser que você seja mais minha amiga ? - desafiou.

- Você pode terminar com a sua namorada - Day garantiu - mas não pode simplesmente terminar uma amizade. Não pode me impedir de me preocupar com você.

- Não há motivo pra preocupação - disse irritada - Eu estou bem, nunca estive melhor.

- É mentira, eu conheço você - Day afirmou.

- Não - discordou - você pensa que conhece.

- Carol ... - Day segurou os braços dela.

Carol tentou se esquivar do toque dela, mas não conseguiu. Ela a segurou pelos braços, mas não pra machucar, apenas pra que ela não fugisse e lhe ouvisse.

- Sei que ganhar aquela bolsa de estudos era muito importante pra você. Sei que foi difícil perder, mas não pode desistir de tudo por causa disso. Não pode deixar que uma perda te desanime - disse.

- Uma ? - Carol sorriu de lado, deixando uma lágrima cair - não foi uma Day, foram quatro. Quatro vezes eu tentei e nas quatro eu perdi porque sou cega.

- Aqueles jurados eram preconceituosos, não pode pensar que todos são assim. Sei que em algum lugar, tem alguém que vai reconhecer o seu talento.

- Onde, Day ? - ela questionou - quando ? Eu não posso mais fazer isso. Estou tão cansada de sempre quebrar a cara, de me sentir tão inútil.

- Você não é inútil - Day acariciou o rosto dela - você ajuda aquelas crianças da instituição, dá pra elas um pouco de esperança, de carinho. Você é tão boa com as pessoas e as encanta com sua dança. Você é especial.

A Bailarina ( Adaptação Dayrol )Onde histórias criam vida. Descubra agora