Capítulo 02 - A força de Diego de La Vega

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Para narrar minha história, vou ter que voltar três meses antes em uma rua com um gramado verde, fileiras de margaridas coloridas e um sobrado amarelo bem no centro do bairro Cidade Jardim em São Paulo

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Para narrar minha história, vou ter que voltar três meses antes em uma rua com um gramado verde, fileiras de margaridas coloridas e um sobrado amarelo bem no centro do bairro Cidade Jardim em São Paulo.

Acordei com o pipi-pipi de costume do meu relógio de cabeceira. Barulho comum em uma vida comum. Sentei-me na cama e passei a mão pelo meu cabelo perfeito. Fora uma noite e tanto. Algumas lembranças me percorriam a memória, algo como cheiro Shiraz Argentino, sangue e... da Renata. Como pude me esquecer? Ela estava beijando o Bruno, que por acaso é meu primo patético. E que por outro acaso, estava naquele exato momento parado no batente da minha porta com uma cara habitual de lesado.

– Oi Tom Tom! – sorriu debochado.

Odiava aquele apelido. Só em nível de curiosidade o idiota era 2 vezes a minha largura e 2 vezes a minha altura. Era um armário de músculos e idiotices.

– Se continuar encostado no batente da minha porta vai entortar – disse sem ânimo esfregando os olhos – Faz um favor para mim seu cretino? Enfia um rojão no cú e sai voando.

O grandalhão olhou para mim com um olhar fuzilador. Eu estava pouco me lixando mesmo, queria mesmo é que ele me batesse para esfregar a cara dele nos vidros da janela.

– Cretino, mas fui eu, a grande merda, que pegou com a Renata, que fiz o trabalho de homem que você demorou pra fazer, porque é uma bicha! – a montanha falou sorridente e quase dançando. Era um retardado.

– Foda-se, Renata é problema seu agora, espero que aproveite!

– Sabe, ela é gostosa! Como você conseguiu se manter santo perto dela?! Ah claro, você é um perdedor! E não se preocupe eu aproveitarei muito – respondeu dando uma entonação desnecessária no muito.

O conceito de santo deveria ter mudado, mas engoli esse pensamento enquanto levantava da cama. 

– Vai coçar o cú com um serrote! – gritei indo para cima do meu primo para dar um soco na sua cara.

Ele me empurrou e saiu rindo do meu quarto. Ah, lar doce lar, nada como uma boa briga matinal. Balancei a cabeça tentando esquecer o babaca do meu primo, enquanto ligava a TV e escolhia um canal de música. Minha televisão de plasma 49 polegadas, era incrível ter essa perfeição no meu quarto. Presente de aniversário do meu tio. Grande tio Vicente. Liguei no canal que estava tocando punk rock qualquer.

Tirei minha blusa de pijama do Zorro (melhor herói do mundo) e joguei nos lençóis da minha cama. Sabe, a força do Zorro, vinha de dentro, nada de baboseiras como aranhas radioativas, kriptonita, morcegos. Ele era a força da justiça e da ética com as próprias mãos. A força de se reinventar e de ficar bem com isso. Desde os 14, ele era uma inspiração para mim. 

Procurei minha blusa do Unearth na gaveta e a vesti rapidamente, troquei de calça e corri para o banheiro para lavar o rosto. Peguei minha mochila, desci as escadas e tomei um suco de limão de caixinha. Joguei fora a caixinha e corri para o meu carro.

Tomás à Quebra-Mar (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora