Sobre a Cultura

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Era dia de sairmos e eu a apresentar um pouco de como nossa cultura e as coisas que construímos com o longo do tempo, claro que tínhamos varias coisas que aprendemos de nossos antigos descendentes terráqueos, porém também havia muitas outras coisas que havíamos descoberto por nós mesmos e adaptado a nossa maneira. 

Ela não pronunciava nada enquanto eu explicava a nossa historia e também o que construímos ao longo dos anos, comecei a me sentir inquieto quando vi suas sobrancelhas arcadas e sua cabeça balançar diversas vezes como se tivesse negando algum pensamento e seu silencio só deixava-me inquieto por não saber absorver se ela estava apoiando, gostando ou negando a ideia apresentada.

- Você não irá dizer nada? – perguntei inquieto depois de lhe explicar mais uma sessão

- O que tenho a dizer? Algumas coisas aqui são bizarras! – ela me encarou com naturalidade – tudo aqui gira em torno de nada de sentimentos, nada de emoções, nada disso ou daquilo, você sabe que isso é uma função humana não é? E quando você abdica dessas coisas sua humanidade também some.

- Porém também são esses sentimentos que causam muitos problemas como guerras, violência e preconceito, se não o possuirmos se formos neutros não teremos esses problemas.

- No entanto quando você abdica o amor, a reciprocidade e a felicidade você se torna como uma maquina. Vocês não se apaixonam, não riem, não sentem.

- Claro que rimos, achar alguém para construir uma família é o essencial, isso já bata e também alguns sentimentos são desnecessários!

- Eu não acredito nisso, vocês não amam? Apenas veem qual parceiro é ideal para formar uma família e pronto? Uma vida sem amor, sem felicidade? Isso não é vida! – ela parecia irritada – sentimentos são sim necessários Namjoon e eu creio que isso que você está falando, não acredita cem por cento!

Fiquei em silencio enquanto caminhávamos para ultima sessão daquele museu depois daquele desentendimento ficamos emburrados um com o outro e praticamente fizemos tudo no automático, me deixava irritado o fato dela não gostar do que fui criado a acreditar e ela ficava irritada pelo fato de tudo aquilo ser contra tudo que foi criada vendo.

Quando saímos do museu a mesma correu na frente quando viu algo em uma barraquinha, vi seus pulos animados por conta dos algodoes de diferentes cores, a forma como ela estava animada me fez analisar a situação que ela havia falado antes...

Animação aquilo com toda certeza era um sentimento e muitos ao redor acabaram sorrindo e depois balançando suas cabeças ao ver a menina. Ela fez o pedido e agradeceu ao senhor que estava vendendo os doces e voltou ao meu lado degustando o que estava comendo. O senhor com quem ela comprou encarou a menina admirado e parou ao meu lado e fez um comentário que me deixou confuso:

- Ela não é daqui ou é? – o fato da minha confusão foi um desconhecido puxar assunto, mas logo entendi que ele possuía a mesma característica que eu curiosidade e duvida.

- Não – a olhei – ela está aqui para aprender nossa cultura, ela é da Terra.

- Logo vi, a muito tempo atrás eu conheci uma que também veio para essa função, eu tinha 20 anos na época, foi no aniversario de 950 anos – concordei o ouvindo – a conhecer foi a melhor coisa que fiz, não ir com ela foi a pior decisão que tomei.

O encarei não entendendo do que ele estava falando, porém não o interrompi o deixei falando para poder saber mais:

- Nossos mundos são completamente diferentes meu rapaz, mas eles ainda possuem a verdadeira essência que preferimos perder, a única coisa que te digo é: aprenda com ela, e não desperdice qualquer oportunidade, mesmo que achemos estranho os sentimentos e o jeito deles, aquilo ainda é o melhor e mais completo.

- Não entendi o senhor! – o encarei

- Apenas renegamos o que é obvio, já eles tentam entender antes de dizer algo, não possuem medo de mostrar e sentir, somos apenas copias mal feitas, enquanto ele mostram como é ser feliz e esfregam isso em nossa cara de cinquenta em cinquenta anos.

Eu iria lhe fazer mais perguntas, porém ela me chamou para mostrar algo que achou interessante e tive para correr e explicar o motivo daquilo acontecer, fiquei admirado por ver que a irritação de antes já havia sumido e também que a mesma havia comprado escondido um daquele doce também para mim.

- Você não está mais irritada? – a encarei tentando entender seu sorriso

- A vida é curta demais para ficar brava e você também se estressou, mas me perdoou, você também tem sentimentos viu.

- Alguns eu acabo demonstrando, não somos pedras também. – ela concordou caminhando na frente me fazendo balançar a cabeça por estar perdido com tudo aquilo

Caminhando para o próximo evento da agenda pensei no que o senhor havia me falado e também tentei observar como ela era, por observar alguém você consegue dizer bastante sobre a personalidade dessa pessoa, e tudo ao redor de Park Soon se remetia a cores, parecia que a menina emanava isso enquanto fala, ria ou ate mesmo fazia perguntas, o jeito como ela tentava entender e se interessava em descobrir acabava me fazendo bem, bem em ver que ela também estava tentando e que queria saber mais mesmo achando que coisas aqui não eram corretas.

Aproveitamos o dia dessa forma, enquanto almoçávamos não deixamos de expor os pontos altos e baixos, quando andávamos víamos os olhares das pessoas e até muitos se arriscavam a explicar as coisas quando ela se aproximava para perguntar, outros cochicham como era estranho ver alguém tão relaxado e nem ai como ela e ainda havia mais alguns que se sentiam tocados pelo jeito da menina.

De algum jeito ela já estava sendo notada e interessando a muitas outras pessoas ao redor e aquele era só o começo, mesmo sendo uma sociedade aparentemente perfeita existia alguns fanáticos que viam de ponto negativo a entrada de alguém diferente em nosso meio, e o que me deixava alerta era se ela fosse percebida por algum deles.

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