── O retorno.

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Mariana Gonzalez.

Acordo com uma claridade insuportável no meu rosto, olho ao redor ainda meio tonta por conta do sono, e percebo que a claridade vinha da janela, que mesmo coberta por cortinas brancas, ainda estava refletindo a luz do sol para dentro do quarto, olho em volta, e só então, pudê perceber que não estava em meu quarto, ou, em nenhum lugar conhecido por mim, então, as lembranças de ontem me atingem como uma bala vinda em alta velocidade, fazendo com que meus olhos se fechem novamente.

Flashback.

Estava sentada na calçada, chorando compulsivamente por conta da música que tocava dentro da boate a poucos metros dali, as lembranças dela me atingiam como se várias facas estivessem sendo enfiadas de maneira extremamente dolorosas por toda extensão do meu corpo, já não conseguia segurar a dor que sentia por ouvir a música que tanto me lembrava dela, a dor que meu coração sentia toda vez que a lembrança daquele dia atormentava minha mente, chorava mais ainda por saber que eu ainda não tinha me desfeito dela assim como ela se desfez de mim, o que só fez meu choro aumentar ainda mais, só que dessa vez, eu não sabia distinguir se estava chorando pela saudades que sentia, ou, se era pela raiva que me consumia quase que por inteira naquele momento.

Você não deveria estar chorando! Escuto a voz suave dela, e eu não conseguia acreditar que aquilo era real, que depois de tanto tempo, ela realmente tevê a audácia de voltar, depois de ter partido meu coração em mil míseros pedaços, tentei falar algo, ou ao menos, perguntar o que raios ela tava fazendo ali, mas, a verdade é que eu não sabia se estava imaginando, ou, se realmente ela estava alí, no entanto, eu não tive tempo, pois, sentir minhas pálpebras pensarem, e deixei a escuridão me envolver.

End

Volto a abrir meus olhos, e percebo que não foi um sonho, e muito menos algo da minha cabeça, ela realmente estava alí. Fiz menção de me levantar, para ver onde exatamente eu estava, e procurar por alguém conhecido, como Bianca, Gizelly ou Rafaella, mas antes mesmo de o fazer, eu vi uma sombra baixa parada na porta, então, nem fiz questão de perguntar, pois, eu já sabia exatamente quem era.

Por que? Foi tudo que eu conseguir falar naquele momento, eu não sabia ao certo se queria saber da resposta, tampouco, se estava pronta para ver ela novamente, no entanto, minha curiosidade, ou raiva, talvez, falou mais alto naquele momento. Por que cacetas você voltou?

Calma, Mariana, eu irei lhe explicar tudinho, detalhe por detalhe, centímetro por centímetro, mas antes, tome um banho, troque de roupa, que por sinal, deixei em cima da cômoda, e desça para um café. E só depois de termos feito tudo isso, lhe explicarei o que quiser, sim? Ela responde calma, e a minha vontade era de voar em seu pescoço, de estapea-lá, bater nela até que ela me explique o porque de ter ido embora, ou, o porque de ter voltado tão de repente, quanto partiu, mas ao invés disso, apenas acenei em positivo, levantei da cama, e segui em passos longos para o banheiro que ficava no cômodo mesmo. Estarei te esperando lá em baixo. Ela diz, e eu escuto a porta bater ao fundo, então, choro novamente, choro por ser fraca e ainda me deixar levar pelo poder incontrolável que; Manoela Gavassi, tem sobre mim.

Amar é deixar ir.....>RiNu<Onde histórias criam vida. Descubra agora