── Ficar ou não? Eis a questão.

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Mariana Gonzáles.

Ouvir tudo e cada palavra do verdadeiro motivo pelo qual Manoela foi embora, me trouxe tantos sentimentos diferentes, mágoa, tristeza, dor, raiva, compaixão. Eu tinha uma vontade enorme de estapea-lá alí mesmo, de sair e nunca mais voltar, de mandar ela embora da minha vida pra sempre, mas, uma parte de mim, sabia que ela não queria, que não foi porque ela quis, de falar que ia ficar tudo bem, de proteger ela de tudo e de absolutamente tudo, e nesse momento, eu já nem sabia mais qual lado estava predominando. Ela me olhou triste, e com arrenpendimento, como se disesse que nada do que havia acontecido, foi realmente porque ela quis, e uma parte de mim, também queria aceditar que isso era verdade, mas, eu já não sabia mais no que acreditar, eu simplismente não sabia.

── Mariana... ── Manu me chama, e eu volto a realidade, olho para ela e percebo que a mesma estava em prantos, na verdade, ela estava ansiosa, nervosa, ela queria que eu tomasse uma atitude, não importa qual fosse, eu conhecia a menor o suficiente para saber disso, mas, eu não conseguia, eu não sabia o que fazer, ou, como reagir, eu estava simplismente em choque. ── Mari.... ── Ela tenta de novo, mas dessa vez, trazendo sua mão para meu rosto, e só aí, eu consigo me movimentar e me afasto, logo, me levantando por instinto.

── Não, Manoela... será que pode me levar para casa? Eu não tenho certeza se quero ouvir mais alguma coisa que venha de você... pelo menos... não por agora... então, só me leva para casa, ou, me deixa chamar um uber pelo seu celular, ja que o meu ficou com a Bia. ── Digo rápido e sem nenhuma emoção na voz, ela apenas me olha como se esperasse eu surtar e partir para cima dela, mas, eu não faria isso, e apesar de tudo que Manoela fez, eu no fundo, sabia que ela não teve escolha, e por mais que eu realmente estivesse com uma vontade enorme de partir para cima dela, sabia que eu seria uma covarde, não apenas pela diferença de tamanho, mas, também por não procurar entender o lado dela, eu estava com um misto de sentimentos, mas, não deixaria nenhum me dominar, não por agora, não na frente dela, e não, eu não denunciaria Manoela para a Polícia, jamais na vida, porque apesar de tudo, eu amo essa desgraçada mais do que eu queria, mais do que eu poderia admitir, então, resolvi enfrentar a situação como a adulta que eu era, e não como uma criança na beira da impulsividade. ── Por favor, Manoela, é tudo que eu lhe peço.

── Claro....é.... eu só vou vestir uma roupa melhor, me espere.... ── Ela diz com a voz mais baixa que o normal, e meu coração se aperta, minha vontade era simplismente abraçar a pequena, e proteger ela de tudo e de todos, mas, eu sabia que não seria o adequado, que ambas estavam mexidas, que ambas estavam machucadas, então, apenas me contentei em acenar positivamente com a cabeça, e a vir sair em passos rápidos em direção ao seu quarto.

[.....]

Estávamos em total silêncio, já fazia uns dez minutos que eu estava no carro de Manu seguindo rumo para o meu apartamento, vez ou outra, Manu tentava falar alguma coisa, mas, desistia, não sei porque, algo dentro de mim, queria que ela falasse, queria que ela se explicasse, ou, até me iludisse dizendo que aquilo tudo era só uma história da sua cabeça, mas, sabia que não iria acontecer, então, apenas solto um baixo suspiro, esse, que não passa despercebido por Manu, e ela logo liga o rádio no intuito de distrair ou algo do gênero, e a música que começou a tocar, me deixou trouxe novamente, um misto de sensações, e eu simplsimente não conseguir me concentrar em outra coisa, se não, na letra da música.

Eu só queria entender seus pensamentos,
E o que realmente tá rolando,
E o que te faz, fugir de mim;

Te juro, estou tentando ler seus olhos,
Mas percebo que disfarça,
E não consegue me encarar

Nessa parte, Manu cantou olhando diretamente para mim pelo retrovisor, logo, voltou sua atenção para a rua, e eu não conseguir me segurar, logo, continuei a música.

Senta aqui um pouco,
Sem ter pressa,
Conta tudo, a hora é essa,
Fala o que tem pra falar;

Minha voz se calou, e a única voz a ser ouvida, foi a da Marília, eu já estava com um nó gigantesco na garganta, só queria sair dali, e correr para os braços da minha esposa, então, apenas permaneci quieta o resto do caminho.

Não é que eu tô querendo do meu jeito,
Eu me ajeito no seu jeito,
Basta a gente conversar.

Você diz que não.
E eu acho que sim.

Você não se entrega,
Seu medo te cerca,
Te pega e te joga pra longe de mim.

Eu acho que sim.
Você diz que não.

Resolve esse impasse,
E assuma pra gente essa louca paixão,
Me abraça e me beija,
Que eu tomo conta de você.

Não demorou muito para que eu finalmente chegasse na frente de meu apartamento, eu simplsimente desci do carro, não me despedi ou falei tchau, eu só desci, e entrei no prédio, mas, pelo reflexo do espelho da portaria, pude ver Manu soltado um pesado e áspero suspiro, aquilo me doeu, mas, não tinha nada que eu podesse fazer no momento.

── Amor? ── Digo batendo na porta já que a chave não tinha ficado comigo, e logo escuto passos apressados vindo em direção a mesma, e logo, revelar uma Bianca exasperada e com a feição extremamente preocupada.

── Mariana, amor, onde diabos você se meteu? Eu já estava quase ligando pra polícia. Uma amiga sua me ligou avisando que você estava bem, mas, havia ido até a casa dela, eu quase morrir, garota, tá louca? Por que não avisar antes, Mariana? Não custa. ── Diz Bianca juntando nossos lábios em um beijo cheio de saudades e preocupação, e eu retribuo o mesmo. Estava com saudades dos beijos dela.

── Eu sei, meu amor, mil desculpas, eu iria ligar, mas, acabei deixando meu celular nas suas mãos, não vai acontecer de novo, ok? ── Digo ao separar o beijo, e vejo a morena acenar positivamente.

── Quer comer? ── Ela pergunta, e eu nego com a cabeça.

── Não amor, tomei café da manhã na minha amiga, agora eu vou descansar porque ainda estou com relances da noite passada, viu? Te amo muito. ── Digo me dirigindo para o quarto, mas, não antes de escutar um "eu também te amo, amor" dá parte de Bianca. Me jogo na cama, e todos os meus pensamentos vão diretamente para a feição de Manu, agora pouco, com isso, solto um baixo suspiro e nego. ── Ah Manu.... se você ao menos soubesse que eu ainda te amo...

***********

Roi, leitores né? Voltei com mais uma Att para vocês, sei que alguns estavam bem ansiosos, então, tive que atualizar, porque a voz dos leitores, é a voz de Deus, obrigada de verdade pelos votos e pelos que vem acompanhando até aqui, é muito importante, de verdade, e agradeço muito á vocês. Bom, o que acharam da reação da Mari? Foi madura? Foi infantil? Quebrou as expectativas de vocês? Me contem nos comentários, bom, é isso, até o próximo, beijos, se cuidem, lavem as mãos direitinho, e se possível, fiquem em casa. Byebye💙👋 ah, quase me esqueci, os erros, eu corrijo depois.

Amar é deixar ir.....>RiNu<Onde histórias criam vida. Descubra agora