sᴏᴜʟᴍᴀᴛᴇ ➹ 𝗷𝗮𝗰𝗸 𝗴²

❃ 07 ❃

𝑨𝑼𝑹𝑶𝑹𝑨

Batia meus dedos freneticamente sobre a minha mesa do trabalho, faltavam menos de trinta minutos para o final do expediente.

A porta abriu, o que me fez sair do transe. Infelizmente era Richard, eu já estava queimando de raiva.

— Aqui estão os documentos que você havia pedido. — ele colocou o envelope amarelo sobre a mesa. — Se estiver faltando algum, você pode me chamar que eu arrumo.

— Muito obrigada, Richard. — o olho rapidamente e dou um sorriso de lado, pegando o envelope amarelo e checando tudo, até que a presença dele começa a me incomodar. — Você já pode ir.

Richard permanece ali, sua boca abre e fecha, mas ainda assim mantendo seu olhar confiante, e até demais.

— Você realmente não quer sair comigo? — ele finalmente diz e eu reviro os olhos de raiva.

— Sinceramente? Você ainda não notou o tamanho da minha aliança e do meu anel de noivado? E não esqueça, eu sou a sua chefe. Se você não quiser ficar sem seu pão do café da manhã, mantenha sua postura. E por favor, saia! — o olhei fixamente e disse tudo que estava entalado em minha garganta. Era incrível como nada abalava Richard, eu sei que sentiu minhas palavras, mas a confiança era permanente.

— Se você fosse minha mulher, já estaria casada há anos, e não em um noivado ainda. — foi o que ele disse antes de fechar a porta.

Eu não poderia negar, aquelas palavras me pegaram. Por que o Jack não me pediu em casamento antes? Nós conhecemos quando Joey era um bebê, hoje ele tem quase dezoito anos.

Será que ele ainda não me amava o suficiente por todos esses anos? Ou eu não era o suficiente para ele?

Vejo que faltavam dois minutos para o final do meu expediente, pego meu celular e mando uma mensagem para Jack.

"meu amor, já estou saindo
e preciso falar com você, dessa vez não posso adiar
mesmo que fique bravo comigo.
te amo até daqui a pouco"

Guardei meu celular no bolso e nem me dei conta se Jack já havia respondido ou não, estava tão nervosa que nem dei tchau para as meninas da recepção, fui diretamente ao estacionamento.

Peguei o carro e passei no mercado, o que me fez pegar um pouco de trânsito quando estava indo para casa.

Chegando em casa, coloquei as pequenas compras em cima da mesa e fui direto tomar um banho, já que não tinha visto nem Jack e muito menos Joey lá em baixo. Minha sorte foi que eu sempre deixei uma roupa no banheiro, então não me preocupei em Joey me ver de toalha perambulando por ai.

Fui até o quarto e encontrei Jack deitado, assistindo qualquer coisa no notebook. Assim que ele me viu, sorriu alegremente.

— Tudo bem, amor? — ele perguntou e eu me sentei ao seu lado, jogando o edredom branco em minhas pernas.

— Olha, eu preciso contar algo e eu não vou enrolar mais, tudo bem? — eu disparei e Jack engoliu o seco, fechando a tela do notebook e se sentando. — Sabe o cara novo do meu trabalho, Richard? Então, ele é um babaca, ele fica me cantando e já tentou roubar um beijo meu.

Eu soltei tudo tão rapidamente como se eu tivesse com uma bomba em minhas mãos. Jack apenas me olhava e engolia o seco, processando todas as informações. Antes que ele pudesse falar, eu continuei.

— E eu já estou entrando em contato com o RH, com certeza as câmeras do meu escritório podem provar algo. Me perdoa por não ter contado nada antes, eu estava com medo. — eu segurei suas mãos e Jack abaixou sua cabeça, respirando fundo.

— Ele conseguiu? — Gilinsky perguntou.

— O que?

— O que ele queria, te beijar. Ele conseguiu? Ele te machucou? Eu juro que se ele tiver feito algo, eu vou...

— Ei, ei, ei! — o repreendi e vi lágrimas escorrendo pelo seu rosto, as sequei enquanto falava. — Ele não conseguiu nada e não me machucou, o máximo que fez foi me deixar desconfortável.

— Você promete pra mim que se ele não sair do trabalho, você quem vai sair? — o olhei confusa. — Eu não quero você no mesmo lugar que ele, não é nem por insegurança, mas eu sei que homem retardado pode cometer loucuras quando quer, e não quero que seja com você e mais ninguém nesse mundo.

— Eu prometo.

— Eu te amo muito, tudo bem? Nenhum homem nojento vai te tocar. Eu estou aqui.

Não sei como, mas eu me via derretendo em lágrimas enquanto meu homem me abraçava w beijava o topo da minha cabeça.

Eu tinha sorte.