LEMON LOLLIPOP

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Após o episódio, Zayn tinha a certeza que precisaria fugir também. Não sabia onde Harry estava e muito menos o que ele faria a seguir, mas suspeitava que fosse algo muito ruim. Styles estava ferido e bravo, um tipo de furia que o levaria a cometer o pior crime de sua carreira e pensar na própria morte era apavorante para o investigador. Ele nem ao menos se despediu da senhorinha que o recebeu, apenas correu encadaria a baixo. Estava ofegante e atordoado, ainda desacreditado com que tinha acabado de fazer.

Deu passos rápidos na calçada de pedras sem conseguir tirar da cabeça a imagem de Harry gritando de dor. Só voltou para a realidade quando ouviu seu telefone tocando, mostrando que era Sophia quem ligava.

Z: Soph? Me escute atentamente agora, tá? Eu preciso que me faça um favor. Compre uma passagem de avião para Londres de um vôo que saia de Paris até o final da tarde, preciso voltar o quanto antes.

S: , tudo bem... Aconteceu alguma coisa?

Z: Eu acho que matei o Harry.

S: O que?!

Malik afastou o celular da orelha ao ouvir o grito da garota do outro lado da linha.

Z: É, é isso mesmo que você ouviu. Bom, preciso de um doce agora. Nos falamos depois.

Entrou em uma loja de doces assim que encerrou a ligação e se aprontou para encher um saco com todo tipo de guloseima que visse pela frente. Aquilo chamou a atenção da jovem atendente que se surpreendeu ao pesar o saco. Zayn raramente se entopia de açúcar, mas aquela situação pedia por isso. Ele deixou o dinheiro sobre a bancada antes de pegar o saco de doces e saiu dali para ir direto ao portão de embarque do aeroporto.


Durante o caminho, comeu pelo menos umas sete balas de caramelo sem sentir sede. Aquela necessidade por mais surgia em casos extremos de nervosismo e ansiedade, e em situações como aquela, esfaquear uma pessoa certamente havia sido o ápice de toda a sua falta de sanidade mental.

Ele se sentou no banco do avião (já na metade do pacote de doces) e torceu para que ninguém sentasse ao seu lado durante o vôo. Algo difícil de não acontecer e que certamente aconteceria num dia como aquele.

Um homem de aparentemente trinta anos se sentou ao lado dele e sorriu simpático, recebendo em resposta um sorriso tímido.

Olha... Eu entendo o que está passando. Já aconteceu muito comigo.

Zayn tirou o pirulito de limão da boca para encarar o homem.

Z: Me desculpe, está se referindo a que?

Eu já fui como você, sei como é difícil lidar com a abstinência. Descontar tudo em doces é muito típico mas isso pode te fazer mal. Eu posso te ajudar a encontrar outras formas de abster.

Z: O que? Está querendo dizer que eu sou um viciado?

A risada alta de Zayn ecoou por todo o canto, fazendo com que alguns passageiros o olhassem em curiosidade.

— Não entendo a graça.

Z: Eu não sou nenhum viciado cara...

Pretty Face - ZARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora