Prólogo - A notícia

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Mais uma fic IRRA!!!!!
Boa leitura pessoinhas ♡♡♡

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Prólogo


"Você tem apenas quatro meses"

Essas palavras ecoam em minha mente turbulenta. Fora do ônibus o mundo cai em forma de gotas espessas que molham toda a cidade, e devasta a mesma num cinza escuro.

Observo a imagem borrada das galerias de lojas, os postos de gasolina, os parques, cafeterias e várias pessoas que estão na calçada da avenida movimentada.

Sinto-me tão triste e tão infeliz. Mas as lágrimas não vem.
Assim como à duas horas atrás quando descobri que não viverei tanto tempo.
Eu esperei, mas nenhuma lágrima veio.
No entanto, a chuva surgiu num dia ensolarado, acredito que para suprir a falta das lágrimas que ainda não tocaram meu rosto.

Mudo meu foco para dentro do ônibus. Há um casal à minha frente, ele está deitado no ombro dela, daqui posso ver as mãos entrelaçadas e o carinho de leve. Um senhor cego tem seu cão guia ao seu lado. Duas crianças compartilham um fone de ouvido e uma revista em quadrinhos.
Os outros assentos estão vagos e são apenas duas da tarde, horário de movimento no ônibus. Sei disso porque sempre peguei esse ônibus.

Observo o ônibus dobrar a esquina se aproximando do meu ponto. Dou sinal de que irei descer e fico de pé.
O ônibus para lentamente, abrindo suas portas defeituosas com dificuldade.
Desço as escadas protegendo a cabeça da chuva com minha mochila, o que não faz diferença porque sei que logo ficarei ensopado.

Caminho com passos rápidos, observando as casas grandes e luxuosas se tornarem nas pequenas e menos afortunadas, chegando no meu "fundo do poço", como chamo carinhosamente minha casa alugada.
Não é minha, mas dá por gasto, melhor que morar na rua.

°

Após alguns minutos dentro de casa, já tomei banho morno e estou com roupas limpas e confortáveis. Um conjunto de moletom que Jungkook, meu melhor amigo me deu no meu aniversário passado.

"Aniversário. Não poderei comemorar. Nunca mais."

Me jogo na cama após esses pensamentos e logo as lágrimas se apossam do meu ser.
Cada lágrima parece contar uma história sobre mim mesmo. É como observar as estrelas. Tudo parece distante e fora do alcance, é como se o sol fosse nascer e sumir com as estrelas. Me sinto assim em relação a essa doença desconhecida, ela é como o sol nascente, levando todas as minhas estrelas embora.

Meu peito dói com toda força que nunca senti. Sempre vivi com toda minha energia. Cada dia triste, feliz ou conturbado. Os dias de escola, curso, faculdade. A época com amigos e sem amigos. A época em que meu pai se foi e o dia em que conheci minha mãe depois de anos que ela havia nos abandonado.
Eu vivi tudo com muita intensidade pra ir embora assim.

"Você é tão novo... não entendo... só tem vinte e seis anos..."

As palavras do médico foram claras como um gelo brilhando no sol.

Suspiro aliviado por chorar. Não existe, de acordo com meu médico, uma cura. Mas nunca houve cura para morte desde os primórdios da humanidade e se preciso morrer, eu vou.

"No entanto, se esses são meus últimos dias, vou fazer valer a pena"

Aceita meu Coração? (PJMxKTH)Onde histórias criam vida. Descubra agora