Capítulo Dezesseis.

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6° mês.

Eu nunca imaginei que seria tão difícil manter um relacionamento com um docente. Eu estava esgotada, cansada de ter que fingir indiferença sempre que estava perto da Regina e me sentia uma inútil quando ela fazia o mesmo comigo. Era estanho e eu não gostava, mas o que poderia ser feito? Tínhamos um ano letivo inteiro pela frente e teríamos que tentar levar isso numa boa.

— Como está indo as coisas com a Rainha Má? — Ruby senta-se junto a mim em baixo da árvore.

— Rainha Má? Ela não parece nenhum pouco com uma rainha má. — Ruby e suas piadas — Eu não sei como está indo, tudo está tão confuso.

— Não podemos chamar ela pelo nome, alguém pode ouvir. — Ela deita a cabeça no meu ombro enquanto come sua maçã — E como não sabe?

— Estávamos tão bem, ela é tão perfeita e tudo mais, mas aqui é o problema. Temos que nos tratar como se nada estivesse acontecendo e isso me deixa frustrada.

— Mas você sabe que é tudo uma farsa.

— Sei, mas não deixa de ser uma merda.

— Atrapalho? — Regina havia chegado e assim que a viu, Ruby deu um pulo e se afastou de mim.

— Eu não estava deitada nela, ok? — Ruby saí rapidamente dali, o que nos faz rir.

— Como você está? De verdade, Emma. — Ela estende a mão para que eu levante — Vamos conversar em outro lugar.

— Eu estou bem, Regina, na medida do possível, mas não sei se devemos conversar isso aqui, sabe.

— Tudo bem, pode ir a minha casa essa noite? Podemos pedir pizza.

— Claro, eu não estava muito a fim de dormir sozinha hoje.

— Seus pais não estão? — Ela pousa a mão em meu ombro, o que faz com que eu me sinta mais confortável.

— Eles nunca estão, você sabe. Não vejo a hora de sair daquela casa.

— Falta pouco tempo — Ela sorri e eu faço o mesmo, sabia bem o motivo daquele sorriso — Logo você estará em um lar de verdade.

— Eu não vejo a hora. — Estávamos em um corredor mais afastado, onde não haviam alunos, eles preferiam ficar na quadra, onde havia sol para se esquentarem um pouco. Regina ia me dar um abraço quando o sinal tocou e nos impediu, eu sorri para ela para que entendesse que estava tudo bem. — Eu tenho que ir, nos vemos a noite, certo? Apareça a hora que quiser, estarei esperando.

Eu não teria aula com Regina naquele dia, então, teria que esperar até a noite. Assim que a aula acabou fui correndo para casa, antes que Regina me visse, não que eu não quisesse vê-la, mas queria fazer uma surpresa antes dela ir lá para casa e para isso, eu teria que despista-la. Eu não sabia muito bem o que iria fazer para ela visto  que eu sou péssima em surpresas, mas Regina merecia, já que sempre que vinha me ver, ela fazia uma para mim.

Eram oito horas da noite quando a campainha tocou e pude sentir minhas mãos gelarem na hora, aquela típica evidência dos nervos a flor da pele, era sempre assim quando eu sabia que era ela. Eu tinha pensado durante todo o dia sobre o que faria e logo após tomar, finalmente, uma decisão, eu a executei. Regina era uma mulher simples, mesmo com aquela postura de executiva séria. O que ela não era nenhum pouco. Ela é dessas mulheres que se derretem até com uma simples flor e foi isso que me encantou nela. 

Sequei minhas mãos no avental que usava e fui rapidamente abrir a porta. Lá estava ela, a mulher mais linda que meus olhos já viram, com uma calça jeans e uma camisa amarrada acima do umbigo, all stars e os cabelos soltos. Não pude deixar de deixar um sorriso bobo escapar por vê-la ali tão despojada. Se eu contasse que havia visto Regina Mills vestida daquela forma ninguém acreditaria.

 - Demorei? - Ela sorriu tímida.

- Claro que não, entra. -Dei espaço para que ela entrasse e fechei a porta. Me virei para ela e segurando sua cintura, depositei um delicado beijo em seus lábios. - Senti falta desses lábios durante todo dia, espero tê-los a noite toda.

- Você terá, mas, e seus pais? - Ela me olha com receio.

- Você sabe, mais alguns dias de reuniões, vamos ficar por aqui, transferimos uma quantia em dinheiro para que não te falte nada aí. - Reviro os olhos - A mesma coisa de sempre.

- Então eu posso passar a noite aqui com você? - Ela pergunta meio envergonhada e eu ri da sua timidez.

- É claro que sim, eu adoraria. - Lhe dou outro beijo, mas dessa vez, um beijo de verdade, casto e cheio de amor.

- Também senti falta dos seus beijos, espero ganhar muitos hoje. Mas eu não tenho nenhuma troca de roupas e pijama. 

-Sem problemas, eu te empresto um meu, vai ficar meio grande, mas acho que serve. - Dou uma risadinha e ela faz uma cara de brava, que, por um momento, me deu medo.

- Se você ousar me chamar de baixinha de novo, eu te deixo aqui sozinha. - Ela cruza os braços com uma cara séria.

- Não está mais aqui quem falou ok? 

- Está perdoada apenas por que eu te amo. 

- E eu amo você. - Selaram seus lábios novamente como sempre faziam.

- O que está preparando para o jantar?

- Strogonoff com batata frita e arroz, espero que goste, é minha comida preferida. - Emma foi mexer a panela que estava no fogo enquanto Regina a observava sentada na bancada. - Você está muito calada, aconteceu algo?

- Apenas pensando em como tanta coisa mudou nos últimos meses, em como estou mais feliz e como estou cada dia mais apaixonada por você. Eu trouxe uma coisa e quero que use enquanto não podemos nos amar livremente - Ela vai até sua bolsa que estava no chão e pega uma caixinha preta, assim que abre, mostra um colar com uma pedra verde. - Um dia quando saímos, vi você admirando ele numa vitrine e achei que gostaria.

- Eu nem sei o que dizer, Regina. - Emma já estava com os olhos marejados, admirando o colar em seu pescoço assim que Regina o colocou - Eu já disse tantas vezes e vou continuar dizendo que eu amo você mais que tudo na vida. - Segura Regina pela cintura e lhe deposita um beijo nos lábios com volúpia.

A noite de ambas terminou da melhor forma, um jantar calmo e regado de risadas e trocas de carícias, um filme de terror que deixou Regina com medo e tiveram que tirar antes de acabar, Emma ria dela a cada susto que ela dava. Ambas deitaram frente a frente na cama de Emma, ela já dormia, estava exausta do dia cheio que teve. Já Regina a observava como se ela fosse um recém nascido que precisava de todo o cuidado do mundo. Para Regina, Emma era seu mundo, mesmo que nunca a tenha dito. 

Eternamente EmmaOnde histórias criam vida. Descubra agora