Capítulo I - Nostalgia

108 5 6
                                    


"Se pessoas com pouca idade e muita maturidade deveriam se orgulhar

por já terem tamanha responsabilidade, por que sinto que crescer rápido demaisfoi a pior decisão que fiz na minha vida?"

- Sentimentos de Kenneth McCormick — Mind Night


Kenneth McCormick

Nove anos sem nem sentir o cheiro de South Park, mesmo que uma vez ou outra eu sinta falta de algumas pessoas, minha vida aqui nunca foi fácil, ela sempre foi fodida e nunca foi um mar de rosas, talvez essa seja a maldição dos McCormick, nunca estar de fato feliz. Minha vida só melhorou quando eu saí dessa cidade, na verdade quando eu fugi em uma madrugada, não me despedi do meu pai, da minha mãe ou do meu irmão mais velho. Não falei com nenhum deles, havia me despedido apenas de Kyle, Stan e Butters, 1 mês depois de saber que Craig havia se mudado para fazer faculdade.

Nada mais me prendia nessa cidade, Karen estava bem e segura com a nossa tia, sabia que jamais conseguiria dar adeus a essa cidade se ela continuasse com o carma que chamamos de família. Então, eu pude ir sabendo que qualquer coisa seria melhor do que continuar em South Park. Na verdade, vários dos nossos amigos saíram para fazer faculdade.

Entretanto, dessa vez não estava aqui para uma visita, ou para um passeio em férias, estava a trabalho, e a primeira coisa que fiz foi organizar as ferramentas que usaria para completar essa operação. Pude ajeitar um pouco o chalé antigo que havia conseguido com o Chefe, antigo cozinheiro da escola, eu conseguia várias coisas para ele e em uma dessas trocas, eu ganhei uma chave. Foi aqui que passei boa parte do meu tempo na infância e adolescência.

Começaria hoje com meu trabalho, o delegado já sabia da minha chegada, mesmo passando um bom tempo fora, eu conhecia bem a cidade, levaria pouco tempo para me acostumar com as mudanças, visto que a anos atrás, vivi um vigilante que ajudou a polícia, Mistério. Mesmo sendo um fodido e infringindo muitas leis, se eu não seguisse no caminho da justiça como profissão, ficaria até estranho, depois de tudo oque vivemos aqui, depois de tudo oque eu vi e fiz aqui.

- Aqui está você... — Pude falar tranquilamente ao erguer a porta da garagem com velocidade e força, essa estava emperrada devido a falta de óleo e o tempo que ficou fechada.

O lençol branco estendido sobre veículo grande me fez sorrir. Tanto tempo parada, vou precisar mexer no motor. Puxei o tecido tossindo pela poeira, mas apenas ver o brilho preto da picape me fez sorrir, faróis funcionando, vidro fumê, pintura velha, entretanto ainda estava bonita, tudo parecia exatamente no lugar, como deixei a anos atrás. Havia concertado essa caminhonete sozinho, eu e o Chefe conseguimos acha-la totalmente destruída no ferro velho, arrastamos para cá e dei meu suor para recuperar essa belezinha. Custou bem caro no passado, algumas peças, a pintura e a melhora do motor, mas valeu a pena.

Aquela foi uma boa lembrança, um bom momento que vivi aqui, acho que as únicas pessoas que a viram, foram o chefe, Craig e Butters... Talvez as últimas pessoas mais próximas de mim que restaram. Quando a adolescência chegou, os antigos grupinhos se dissiparam e acabamos de alguma forma amadurecendo um pouco, e com isso pudemos seguir nossos próprios caminhos mais à frente.

E o motor havia ligado, após longos minutos de luta ele havia ligado e o ronco soou alto pela garagem, os vizinhos haviam escutado aquilo com toda certeza, haviam muitos trailers próximos. Mas, ainda tinhas coisas a fazer, tinha um caso para resolver. E isso me trouxe de volta para a realidade, eu não estava aqui para ter lembranças ou criar laços, eu estava aqui em uma operação de assassinato em massa.

See You AgainOnde histórias criam vida. Descubra agora