Capítulo 5

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Na merda, com certeza era onde eu estava

-Ares?-chamou e eu bufei só de ouvir a voz.

-Ah céus ou inferno, o que eu fiz agora- ele soltou um sorriso macabro , aqueles olhos sinistros se voltaram para mim.

-Como se eu te procurasse só quando fizesse merda- ri sem humor.

-Não lembro de uma só vez em que você veio falar comigo se não fosse pelas merdas que eu fiz Hades- ele pareceu ponderar e arrumou a boiana de camponês dando uma piscadela.

-Ok, dessa vez preciso dos seus serviços, quero algumas armas com um toque especial seu, se é que me entende-disse e eu apoiei na bancada de onde eu deixava as espadas .

-Vai fazer uma guerra é?-sorri e ele revirou os olhos.

-Perséfone está em tempo de matar Minta por ciúmes, e então resolvi armar meus homens com fúria, já que se deixam cair pela beleza dela e ela acaba entrando no palácio, e bem, creio que logo ela realmente transformará minta em uma planta na entrada do submundo- ri alto.

-Meu deus você é um babaca apaixonado- novamente ele rolou os olhos.

-E você está virando a cadelinha de Afrodite- quase engasguei com a saliva.

-Repita isso novamente e eu arranco seu pau- ele riu de um modo bem contagiante.

-Papai, a mamãe está chamando- uma figurinha de uns 6 anos aproximadamente parou do lado do Hades, era a filha mais velha dele, aquela criaturinha macabra era a copia dele- Ah olá tio Ares- franzi o cenho.

-Eu sei que vou demorar para morrer, não me lembre isso de novo- ela tampou a boca com um risinho, e no fundo, até que ela era bonitinha.

-Vamos filha, o tio ares não gosta muito de crianças, geralmente ele gosta de come-las- os dois riram como se fosse uma piada interna.

-Familia bizarra- disse balançando a cabeça.

-Então ares por favor, preciso das armas, se puder o quanto antes – disse piscando e saindo para tenda de Afrodite, que estava segurando um dos filhos de Perséfone, parei o que estava fazendo para observar a cena. Podia caçoar o quanto que fosse mais o desgraçado era feliz, e tinha uma família linda, e o jeito que eles se olhavam, não era uma coisa besta, era real, e eles se amavam. E pela primeira vez, ao ver a Afrodite com uma criança no colo, eu pensei em como os filhos dela seriam lindos, e como o cara que ficasse com ela, ou que ela seria fiel, seria o cara mais sortudo do mundo. E então eu me vi naquela cena com ela, e como eu poderia ser fodidamente feliz, por que ela era maravilhosa, e foi nesse momento que eu vi, que estava na merda, em uma merda bem feia,

Narração de Afrodite

-Vamos ares, solte alguma de suas piadinhas sujas e grosseiras- a horas ele estava sentado na escada de casa, sem soltar uma palavra se quer, o olhar distante e pensativo, ele voltou os olhos para mim, ainda distantes- acho que nunca o vi assim-disse me aproximando- fiz algo que não te agradou?- ele bem que ficou cismado com aquele negocio de ser minha cadelinha.

-Não eu .... só estou pensativo demais-disse ele suspirando.

-E no que tanto pensa?-perguntei e ele deu ombros.

-Coisas- quem suspirou fui eu.

-Vai me contar o que ta deixando assim ou vai ficar com esse ar de depressão na minha casa?-perguntei e pela primeira vez vi sinceridade em seu olhar.

-Já pensou em formar uma família?- me assustei um pouco com a ideia.

-Eu ... algumas vezes sim, mais com o tempo eu meio que desisti-disse e ele olhou para fora e passou a mão pelos cabelos longos e dourados.

-As vezes eu penso, se eu dia eu terei filhos, ou alguém para passar o resto da eternidade- ele olhou para suas grandes mãos e arfou- as vezes acho que a mortalidade é uma benção- sorri pegando em suas mãos, que eram incrivelmente quentes.

-A mulher que o acompanhar pela eternidade será uma mulher muito sortuda Ares, você tem seus defeitos, mais você com certeza não é tedioso e seus filhos seriam extraordinários , briguentos claro, mais extraordinários-disse o olhando, e aqueles olhos queimavam em mim, era como se ele estivesse em colapso comigo, nossas mãos .

-Nunca, ninguém foi tão bom para mim como você é- me surpreendi com a delicadeza que ele me disse isso – não sei se é por que somos dois injustiçados do olimpo e ...- coloquei meu indicador em seus lábios, no mesmo instante ele se calou, me surpreendi em como os lábios dele eram macios e fofos.

-semelhante atrai semelhante, sou boa com você por que você merece ares, me irritou algumas vezes, me tira do serio mais do que a maioria mas ... quando eu o vejo ... – não consegui formar as palavras, ele segurou o meu pulso, o qual eu ainda segurava seu lábio e então virou o dorso da minha mão e depositou um beijo ali, suave, calmo, e que me estremeceu.

-Quero que saiba, que queria ser digno de todo o seu esplendor- ele disse e eu arregalei os olhos surpresa com aquela declaração, mais antes mesmo de dizer algo, ares sumiu pela porta. 

Ares & Afrodite - O amor que ninguém contouOnde histórias criam vida. Descubra agora