Capitulo 3

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Narração de Ares 

Fazia muito tempo que eu não me importava com a opinião de alguém. Mais depois de seculos de existência percebi que sim, eu me importava, mais com uma pessoas só. E infelizmente era da insolente da Afrodite. 

Sim ela é linda, ta linda não, é uma das deusas mais maravilhosas em quesito beleza do olimpo. Aquela criatura tinha um semblante tão doce e delicado, que tenho certeza que eu se eu botasse as mãos eu quebraria em um instante. Seus olhos eram de um azul cristalino e mais sinceros que eu já vi , qualquer emoção que se passava por eles você decifrava, inclusive ontem, fiquei feliz em incentivar a raiva naqueles olhos doces, afinal eles não ficaram tão doce assim. Agora mesmo, quando ela não atendia alguém me cravava os olhos com um ódio fora do normal. E percebia que a deixava com mais raiva quando piscava ou mandava beijos, o que me deixava mais feliz em tirar a paz daquela pequena criatura. Mais não era só essa beleza que emanava dela, o jeito que o loiro do cabelo refletia no sol, parecia que era o propio sol na terra . Ou quando ria alto de algo, era tão doce e encantadora a melodia da sua risada que todos em volta ficam encantados. Ou até mesmo o jeito de andar, o vestido parecia que beijava seu corpo, mais nada sensual, mais sim encantador. Fiz careta por ter esses pensamentos, era estranho, e me irritava.

E no final, acabei me arrependendo de azucrinar a vida da mulher, ela já deve ter problemas demais com as merdas que dizem dela, e eu sei como é estar no lugar dela. 

Em algum momento no meio da tarde, resolvi que estava mais do que na hora de pedir desculpas, para pelo menos, ela não me mandar a merda toda vez que eu roubava alguma fruta do cesto dela.  Assim que me aproximei vi que tinha outra pessoa com ela, e pela voz eu sabia bem quem era.

-Nem aqui você me da paz- ela parecia irritada, mais não como ficava comigo.

-Eu não vou te dar paz enquanto não se casar comigo- o que ?

-Eu ja te disse, eu não vou casar com você , não suporto você e tenho nojo só de pensar- ouvi um silencio, e achei que era melhor de agir.

-Hefesto- brandei , e peguei ele segurando o pulso dela e ela de olhos fechados- Atrapalho?-perguntei olhando para o pulso dela no qual ele apertava.

-Sim-disse ele sem soltar, ergui a sobrancelha com humor, Hefesto podia ser sim muito musculoso, principalmente por trabalhar em forjas o dia todo, mais não era páreo para um deus da guerra. 

-Sinto muito, continuarei atrapalhando - senti o calor da briga ja nas minhas veias, aquele formigamento tipico que adormece seus membros para um luta, o que me deixava mais insensível a qualquer dor, e me faz lutar até o extremo- E acho que não é assim que se trata uma dama- apontei com a cabeça me referindo ao pulso de Afrodite .

-Saia- disse ele me olhando com raiva.

-Não vai querer puxar uma briga comigo Hefesto- disse sem humor algum dessa vez - solte-a e eu estou pedindo com educação- ele deu um ultimo apertão no pulso de afrodite antes de soltar e a olhar com raiva, a mesma se encolheu e segurou o pulso.

-Essa conversa não terminou -disse ele para ela e saiu batendo os pés. Ela suspirou recuperando a pose e ue cruzei os braços.

-Quer dizer que não são casados- ela me olhou de um modo envergonhado, o que me fez ter mais raiva.

-Nunca me casei com ninguém, Hefesto inventou isso-disse ela massageando o pulso- E claro todos acreditam no que homens falam, não em nós- ela colocou uma mecha do cabelo para trás da orelha, e aquilo pareceu um sinal de vulnerabilidade em alta escala. Respirei fundo e me aproximei , com delicadeza puxei seu pulso, e ela me olhou atentamente, aos poucos o marcado dos dedos foi sumindo.

-Como fez isso ?- perguntou ela e eu sorri.

-Acha que aguento dias de guerra como? tenho poder de cura rápido, de vez em quando consigo passar para outros, quando estou de bom humor no geral- seus lábios vermelho se repuxaram em um sorriso de agradecimento- Sabe que tem que aprender a se defender, nem sempre vou estar aqui- ela recolheu o pulso com delicadeza e suspirou. 

-Sim eu sei - ela olhou por onde Hefesto saiu e depois para mim- Mais não tenho poderes como você, sou a deusa do amor - sorri piscando.

-Só não sabe usa-los para o mau- ela pareceu indignada com o que eu disse. 

-Não uso meu poderes para isso- ponderei com a cabeça.

-Vai ter que começar a usar, ou pessoas como o Hefesto vão te fazer de gato e sapato- seus ombros cairam e ela suspirou.

-Como faço isso ?- perguntou e sei que meu sorriso foi de orelha a orelha.

-Está pedindo minha ajuda ? -perguntei e ela rolou os olhos.

-Não entendo de ser mau, você sim, poderia me ensinar ... eu estou cansada de ser um fantoche na mão dele- a olhei e balancei a cabeça.

-Ajudo com algumas condições- ela soltou alguma coisa baixo mais não me impediu de falar- Vai deixar eu comer suas uvas sem reclamar- ela cruzou os braços irritada.

-Você acaba com todas elas- reclamou e eu sorri.

-É pegar ou lagar-disse estendendo a mão e ela me olhou para alguns segundos e cedeu apertando minha mão. 

-Sem brincadeiras idiotas- disse ela e eu ri.

-Isso é impossivel, não teria graça- e pela primeira vez ela riu de verdade para mim 

Ares & Afrodite - O amor que ninguém contouOnde histórias criam vida. Descubra agora