Come Back To Me

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Louis acordou em um lugar desconhecido, estava frio e ele podia escutar vozes distantes, ao tentar se levantar sentiu um forte dor em sua cabeça e então tudo que havia acontecido voltou em flashes em sua memória. Chuva, trovões, Anne e Harry, a última lembrança que tinha do garoto era de seu último suspiro em seus braços, Louis gostaria muito que aquilo fosse só um sonho ruim, mas a dor aguda na parte de trás de sua cabeça dizia o contrário, ele tentou se apoiar em algo para que pudesse se levantar e com seu corpo muito fraco conseguiu ficar enfim de pé. Tudo parecia diferente, ele sabia que não estava mais no pequeno vilarejo em que costumava morar, ele estava agora em um beco com paredes de pequenos tijolos laranjados, chovia muito e pessoas passavam pela rua com muita pressa, mas havia algo de diferente, as pessoas não estavam usando as roupas que Louis estava acostumado a ver, a mulheres de vestidos longos e simples agora usavam vestidos volumosos e com algo que Louis não soube dizer o que era, mas era branco e ondulado. A noite já começava a chegar e o garoto sabia que devia procurar um lugar quente e seco para poder passar a noite, andou pela rua e viu um lugar que era conhecido por si, a padaria em que sempre ajudava Eunice, dona do lugar e que sempre costurava roupas e cobertores para as crianças mais pobres do vilarejo, mas se aquele lugar estava ali, então Louis não tinha saído de onde morava, ele só não entendia porque estava tudo tão diferente, queria saber como aquelas pedras haviam ido parar onde antes era uma estrada estreita de terra, de onde haviam saído tantas construções, mas ele decidiu apenas entrar no lugar e depois tentar entender o que estava acontecendo.

Ao entrar na pequena padaria viu uma moça jovem sentada atrás do balcão com os olhos presos em um ponto específico, ela nem percebera quando o garoto entrou no local, Louis então se aproximou do balcão  tentando chamar a atenção dela.

— Desculpe, eu procuro por Eunice, você sabe onde eu posso encontrá-la?— Louis falava tudo com muita calma já que a garota parecia um pouco assustada por não ter visto ele chegar.

— Boa noite, se você está procurando pela minha vó está alguns anos atrasado, ela morreu há 17 anos, você é algum parente distante que vai querer brigar pela padaria? — A ultima frase foi dita com certo cansaço, como se aquilo já fosse algo bastante comum.

— Não sou nenhum parente, eu conhecia ela, pensei que ela ainda estivesse aqui.— A garota parecia um poco aliviada mas também tinha um olhar curioso em seu rosto, e então Louis percebeu o que tinha falado, ele não poderia conhecer ela e ser tão novo. — Minha mãe a conhecia, sempre me falava sobre ela que eu sinto que eu mesmo a conheci em vida, mas sinto muito por sua perda, bom agora eu vou indo, tenha uma boa noite.— Louis já se direcionava até a porta quando a menina o chamou.

— Espere, você tem onde ficar ou o que comer? Parece que você precisa de um banho, minha mãe está preparando o jantar e tenho certeza que ela vai adorar falar sobre a vovó com alguém, venha vou te levar até ela.— Louis apenas acompanhou a garota que ele ainda não sabia o nome até onde estava a filha de Eunice.

Louis chegou a cozinha da casa que ficava na parte de trás da padaria, de costas havia uma mulher parada de frente para a pia, ele imaginou que aquela era a filha de Eunice, que Louis sabia da existência quando viveu no vilarejo, mas havia visto a mulher poucas vezes pois ela ficava em uma vila um pouco mais distante de onde Eunice morava, então não se lembrava muito bem de seu rosto, e também nunca havia conversado com ela pois ela já era mais velha e quase ninguém realmente falava com Louis por lá.

— Mãe, teremos companhia para o jantar hoje este é o...— A garota parou a frase pela metade pois percebeu que ainda não sabia o nome do rapaz, Louis assim que percebeu isso sussurrou seu nome para a garota. — Louis, ele veio aqui procurando pela vovó pois a mãe dele a conhecia, ele não sabia que ela já tinha morrido, então o convidei para ficar aqui hoje.— A mãe da menina não teve nem tempo de processar tanta informação então ela apenas se virou colocando um pano por cima de seu ombro, mas assim que o fez e olhou na direção de sua filha e do rapaz que até o momento era desconhecido foi como se toda sua vida tivesse se passado por seus olhos e ela ficou levemente tonta tendo que se segurar na pia que agora estava atrás dela.

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