capítulo 3

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Responsável por criar uma grande construtora de sucesso, Taehyung estava sentado em seu escritório sem o menor ânimo para trabalhar. Sua mente considerava cada um dos problemas que tinha para resolver separando o que era mais importante daqueles que poderia ficar para depois.

Estava cansado demais para trabalhar, a máfia lhe trazia muitos problemas e não tinha como fugir deles. Ele gostava mais da construção, porém, nascer dentro de uma organização criminosa não deixavam escolhas. A máfia era sempre sua prioridade e não tinha como se livrar de tal responsabilidade.

Desviou os olhos para o relógio no pulso e viu que já passava das nove horas da noite. Não tinha adiantado muita coisa e, provavelmente, iria ficar preso ali por mais algumas horas. A vibração do seu celular chamou sua atenção, viu que não conhecia o número, mas sabia de quem se tratava. A ousadia em ligar para ele de algum telefone público só poderia ser Otaviano Johnson.

Aceitando a chamada levou o aparelho no ouvido. Uma risada debochada soou e Taehyung sentiu sua raiva alimentar o monstro que havia dentro dele.

- Eu vou te achar, Johnson.

A promessa em sua voz vibrou forte e ameaçador.

- Pegar minha filha foi um favor. - Johnson o provocou.

- Eu a peguei e agora vou atrás de você.

Taehyung encostou-se a sua cadeira com uma postura relaxada.

- Não adianta tentar me chantagear por causa da garota, não me importo com ela.

- Escute bem o que vou te dizer, Johnson. - disse e cruzou as pernas de forma tranquila. - Eu vou por minhas mãos em você, espero que esteja muito longe ou muito bem escondido. Porque eu vou te fazer implorar pela morte.

Desligando a chamada sem dar a oportunidade de que o homem do outro lado da linha se pronunciasse, Taehyung sorriu sabendo que a ameaça foi mais eficaz do que esperava. Apesar da raiva em seu peito, ele sabia que não demoraria muito para colocar suas mãos sobre Otaviano.

Johnson estava brincando com a sorte, a ousadia em roubar o dinheiro de uma entrega lhe custaria muito. O faria implorar para ser morto. Nada e nem ninguém saía impune quando o assunto era a máfia. Enfrentar o chefe foi como cavar sua própria cova e Taehyung teria a certeza de que Otaviano Johnson conhecesse o monstro que habita no mais escuro da sua alma, antes que seja presenteado com a morte.

Ele não era muito fã de brincar de gato e rato, a não ser que o rato esteja passeando por sua armadilha e que cada passo dado foi porque ele deixou. Decidiu que não iria jogar com seu novo inimigo, não estava com paciência para jogos. Ele o pegaria em algum momento e o faria se arrepender até mesmo de ter nascido.

Abriu o relatório sobre Yuna e descobriu que existia muito pouco sobre ela.

Aquilo o instigou a descobrir pessoalmente mais sobre ela. Seus pensamentos foram para a pequena e bonita garota que mandou ir para sua casa sobre sua proteção. Ele não entendia os sentimentos confusos dentro de seu peito e mente, mas tinha certeza que nunca iria machucar aquela mulher.

Por que tinha a sensação que o que viveu não chegava nem perto do sofrimento em que Yuna passou? Sabia como era ver o mundo e viver na profunda escuridão que a máfia trazia para sua vida desde que nasceu, mas não conseguia imaginar como seria se ele não enxergasse e ainda sofresse tantos abusos. Era difícil lembrar-se de como foi criado por seu pai e ter a plena consciência do monstro que tinha se tornado.

Mas então, porque ele resolveu proteger aquela mulher?

Sem ter uma resposta sobre isto se sentiu irritado e frustrado, mas sorriu ao pensar que seu pai deveria estar se contorcendo no túmulo, por causa de sua decisão em proteger alguém tão frágil como Yuna.

Kim ⚡ TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora