Amigos que merecem ser ajudados.

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Eram quase 4 horas da tarde, eu não tinha tempo de ver Zon porque um dos meus professores tinha feito um cronograma de estudos extenso para uma prova futura. Eu precisei passar mais tempo na sala.

A verdade era que, naquela semana, eu estava com planos de não me encontrar tanto com aquele garoto como de costume, apenas durante os ensaios, para acalmar os meus sentimentos...Eu sabia que se o visse, me perderia completamente outra vez.

Ao andar pelos corredores, Tutor esbarra em mim. Ele parecia um pouco pensativo.

"Ei, Tutor"

Ele na verdade parecia tão centrado, que nem tinha visto em que se trombou provavelmente, por isso eu o chamei.

"Sai"

Ele olhou para mim por uns instantes. Eu queria saber o que estava de errado com aquele cara. Assim que ele me viu, seu semblante mudou completamente. De alguma forma ele parecia muito feliz ao me ver.

"Eu preciso falar contigo" Aquele meu amigo disse e simplesmente me puxou pelo pescoço, fazendo eu o seguir por livre e espontânea pressão.

No meio do caminho, aquele garoto me dizia coisas repetidas e sem nenhum contexto, com a cara mais feliz do mundo, enquanto ainda me carregava com ele.

Eu sinceramente fiquei preocupado naquele momento.

"Foi uma coincidência, porque eu vi o outro há pouco tempo...Eu preciso que tudo dê certo..."

Foi pouco depois que eu finalmente soube sobre tudo. Era o meu sinal.

Ele fez eu me sentar em uma mesa nos fundos de uma sala e começou a falar sobre uma conversa antiga que teve com o seu outro melhor amigo: Zon.

"Eu o encontrei a pouco tempo, ele parecia querer me ver também..."

Eu escutei cada pedaço daquelas palavras e a cada tempo que se passava eu me aliviava mais e sentia meu coração menos pesado.

"Foi tão bonita a forma como ele falou de você, apesar de parecer inseguro, sabe?"

Eu balancei a minha cabeça e continuei ouvindo.

"Ele disse que você é fofo, eu nunca pensei que um cara como Zon falaria algo assim..."

Eu não pude conter o meu sorriso nesse momento.

Era algo tão simples, tão besta para alguns.

Mas pra mim...

Saber que Zon pensava de mim daquela forma era incrível.

Então, enquanto eu ainda estava agindo como um bobo apaixonado, Tutor se levantou.

"Então, isso foi tudo. Agora eu tenho uma aula...Preciso ir"

Ele simplesmente disse e quase se virou para realmente ir embora, mas eu o impedi.

"Você realmente só queria conversar sobre isso?"

"Sim"

"Por que você está ajudando tanto?"

Ele deu de ombros.

"Vocês são os meus amigos...E pelo menos um casal aqui precisa dar certo"

Eu o olhei com uma expressão confusa, mas ele não disse mais absolutamente nada, deu meia volta e foi embora.

Pelo menos Tor tinha me mandado um bom sinal, mais cedo do que eu esperava.

Mais tarde, naquele mesmo dia, lá estava na sala de música outra vez, com o coração bem menos dolorido e com um sorriso no rosto, lembrando as coisas que Tutor tinha me falado.

Eu também nunca imaginei que Zon seria alguém que chama os outros de fofo, ainda mais alguém como eu.

Eu achei ele fofo por me achar fofo.

Pouco tempo depois aquele garoto chegou carregando uma espécie de mala. Pra onde ele iria viajar?

"Sawadee, Senhor Zon"

"Sawadee, Senhor Sai"

Ele me disse de volta, colocando a mala no chão, junto de sua mochila e se sentando ao meu lado.

"Onde você vai com essa mala?"

"...Pra sua casa"

O que? Então ele não estava brincando.

...E eu achando que não poderia ficar mais feliz naquele dia.

"Hoy! Eu achei que você estava brincando..."

"Não...Mas por que? Eu não posso?"

Eu o olhei diretamente.

"Sim, você pode"

"Hum" Ele balançou a cabeça, concordando comigo e se virando para pegar o violão. Eu o puxei de volta, quase que instantaneamente.

"Passando três dias na minha casa...Você não tem medo de se apaixonar mais ainda por esse cara fofo aqui, Senhor Zon?"

Ele apenas soltou um sorriso.

"Não tem como...Anda, vamos ensaiar" Ele disse simplesmente, como se fosse nada e se virou novamente para pegar o violão.

Foi difícil tirar aquele sorriso bobo do meu rosto.

Ainda mais do jeito como aquele garoto ficou depois.

Diferente de quase todos os ensaios, Zon não parecia nem um pouco centrado no seu próprio violão.

Ele estava centrado em mim, me olhando diretamente, sem nenhum pingo de vergonha, com o sorriso mais lindo do mundo.

Eu apenas consegui retribui aquilo tudo a ele, tendo certeza de que felizmente...

Era recíproco.




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