O mais doloroso é se perder no processo de amar demais alguém e esquecer que você também é especial. - Ernest Hemingway.
11 de julho de 2012.
Hoje faz três meses desde que escrevi naquele papel, eu o encontrei a alguns dias atrás e então escrevi a primeira carta. Eu ainda frequento aquele bar, mas agora estar aqui no meu quarto é um pouco mais suportável.
Eu ainda fumo demais e bebo como nunca tinha feito antes, ainda ocupo minhas noites pensando em você, mas enquanto escrevo, Brooke. Eu quero estar aqui, porque é pessoal demais para dividir com qualquer pessoa.
Naquele dia, quando cheguei aqui, não preciso nem dizer que você foi meu último pensamento, seu sorriso, sua voz e a forma com que você parecia extremamente perfeita para mim.
—Ei, chegou cedo ontem. —Josh comentou, ele era o meu melhor amigo além do meu colega de quarto. —Que sorriso é esse, cara? Você não tem bom humor de manhã. —Realmente estava sorrindo só de pensar em nossa saída.
—Conheci uma garota incrível. —Disse quase em um suspiro, nos contos de fadas é assim que a princesa se comporta depois que conhece o príncipe.
—Sorrindo assim por uma garota. Será que temos um Axel apaixonado aqui? —Sorri mas sem saber a resposta ao certo.
Eu acho que sim, ali eu já estava completamente apaixonado e era uma coisa totalmente nova para mim, Brooke. Eu me perguntei o por que das pessoas reclamarem tanto e sentirem tanto medo de sentir aquilo que eu estava sentindo.
Mas ninguém tem medo das partes boas, não é?
—Ela é linda, cara. Até o jeito que ela fala é lindo. —Josh sorriu, sentando na cadeira giratória em frente a escrivaninha.
—Seus olhos estão como os meus quando conheci a Audrey, cara. Se der certo vai ser do caralho. —Eu conheço Josh desde sempre e ele sempre pulou de relaciomento em relacionamento, todos frustrados.
Até conhecer Audrey. Foi realmente do caralho, Brooke. E tudo que eu desejei naquele momento foi que nós dois também fôssemos.
—Vai dar certo, Josh. Vai dar muito certo. —Não deu, Brooke. E eu daria absolutamente tudo para que desse porque ao mesmo tempo que tudo isso foi um tremendo desastre, também foi o ápice da minha vida.
Às 19:00hrs eu estava em frente o seu prédio, encostado na moto, nos poucos minutos que fiquei te esperando minha mente se encheu de perguntas e se você tivesse mudado de idéia? Se não morasse realmente alí? Se tudo desse errado aquela noite?
Brooke, se tudo desse errado aquela noite, será que existiria nós dois, nossa história. Será que eu estaria te escrevendo? Em diversos momentos eu penso em como seria se tudo tivesse acontecido de outra forma, porque minha vida poderia ser outra hoje se qualquer mínimo detalhe fosse mudado.
Eu não sei, poderia ser tudo diferente, mas você saiu e eu jamais vou me arrepender disso, pela perfeição daquela noite, meu coração saltou no peito ao te ver passando por aquela porta e juro que você chegava a brilhar, mais linda do que qualquer ser que já vi em toda minha vida.
Só permaneci petrificado no lugar como se tivesse em meio a um sonho enquanto você caminhava até mim. Meus olhos correram das suas botas, a sua calça preta, a blusa vermelha e por fim, a jaqueta de couro, parando em seu rosto, completamente apaixonado, por cada traço, admirado com seus cabelos alaranjados, o sinônimo da perfeição. O verdadeiro significado da palavra anjo.
—E então? —Você sorrria enquanto esperava minha resposta e meu novo vício era te ver sorrir. Eu que sou um viciado assumido em coisas que me matam, me apaixonei pelo que injetava uma dose de vida em minhas veias toda vez que aparecia.
—Você está linda, Srt.Reyes. —E todas, exatamente todas as vezes que te vi, independente da situação, continuava linda, mais e mais a cada dia.
—Onde pretende me levar, Sr. Miller? —Peguei o capacete, te ajudando a coloca-lo, seus olhos se esteitaram enquanto você me observava.
—Surpresa! —Seus olhos miraram diretamente nos meus, brilhando muito mais do que qualquer estrela no céu.
—Vai ser difícil me surpreender. —Naquele momento aquela era uma verdade absoluta para mim, Brooke, mas você saia com caras tão previsíveis que não seria nada difícil porque você não estava acostamada a ser surpreendida.
—Eu vou conseguir, pode apostar. —Minhas mãos suavam quando subimos na moto, contrastando com as palavras confiantes. Eu estava tão nervoso, Brooke. Levando a porra do meu futuro para um encontro.
Eu gostaria de poder dizer que me acalmou ter seu corpo tão próximo do meu enquanto pilotava até o restaurante, mas eu estava apavorado, não por nunca estar em um encontro antes, mas por ser você. Sua presença despertou coisas em mim que nunca imaginei que sentiria desde o primeiro momento.
—E então, Axel, o que você faz? —Estavamos sentados em uma mesa no canto do aconchegante e simples restaurante italiano, dava para ver tudo lá fora pela janela e a noite estava sem dúvidas nos presenteando com uma perfeição incrível. Como se até o céu de Nova York concordasse que nós dois juntos era mais que certo, mas não foi o céu que me prendeu atenção, eu tinha alguém por quem ficar fascinado bem a minha frente.
—Eu estudo ciências sociais e trabalho em um café próxima ao campus. —Sua cabeça tombou levemente para o lado, seus olhos pareciam querer me desvendar.
—Eu estudo economia. —Você de fato não é alguém de muitas palavras, mas eu adorava te ouvir falar. Eu já havia saído com garotas que ocupavam cada brecha de silêncio falando, você não, parecia simplismente não se importar, poderíamos passar toda aquela noite em silêncio e o mais icônico é que eu, ainda sim, teria adorado, só por desfrutar da sua companhia. —E fora isso não faço nada muito interessante, acho que gostaria de arrumar um trabalho.
Sorri, nós estávamos em lados opostos, pessoas que precisam de um trabalho e as que querem um, provavelmente para ocupar tempo, somente.—Não digo que é algo incrível porque as vezes falta tempo para estudar, mas gosto do meu trabalho. —Não há nada muito interessante em servir cafés as pessoas, na verdade, nada sobre mim era relevante demais.
—Eu gosto de café! —Você sorriu, Brooke. Aquilo parecia ser uma informação ridiculamente boba mas eu adorei ouvir e te ver sorrir.
—E adoro essa música. —O sorriso se tornou mais sugestivo enquanto largava o guardanapo, meus olhos se estreitaram levemente enquanto eu tentava entender se você realmente faria aquilo, então você se ergueu.
—Dança comigo, Sr.Miller? —Eu ri, sem acreditar, sem me mover. Então você se aproximou, parou atrás da minha cadeira e passou os braços por meus ombros. Eu me senti simplismente no paraíso quando virei o rosto e o seu estava a centímetros de distância, com um sorriso lindo, com os olhos brilhantes.
Você esteve radiante aquela noite.
Me fascinou enquanto observava seus lábios se movendo, me pedindo para dançar com você. Eu não neguei, porque era incapaz de negar qualquer pedido seu.
Então eu me levantei e dançamos juntos, no salão do restaurante italiano que é mais um dos lugares que eu jamais irei sem enxergar você em cada canto. Sem ver nós dois dançando ali.
Eu não sei quando, Brooke. Não sei como e nem o porque, mas ali, a certeza bateu como um soco, eu estava completa e perdidamente apaixonada por você, irreversívelmente.
Enquanto te olhava dançar.
Incrivelmente linda,
perfeitamente segura
e inegavelmente
apaixonante.
Enquanto todas pessoas olhavam para nós, eu só tinha olhos para você, com aquele mesmo efeito, de ter o mundo completamente desfocado ao seu redor.Você, você, você.
Eu passei a respirar Brooke Reyes e talvez esse tenha sido o meu erro. Há uma beleza absurda em ser do outro e ainda sim, ser seu. Eu nunca soube o que é isso, porque sempre fui completamente, brutalmente e totalmente seu.***
Boa noite, galeraaa!
Espero que esteja tudo ótimo com vocês e feliz dia dos namorados pra quem namora e feliz dia para quem não. É isso pessoal, amor e felicidade a todos.
Até mais.
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Ruptura
Short StoryEu já havia ouvido milhares de histórias de amor, mas nunca pensei que viveria uma, mas quando meus olhos encontraram os seus naquele bar, aquela noite, tudo meu se transformou em completamente seu. E talvez isso aqui não seja uma história de amor...