Capítulo 1

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"Corre, Akemi! Mais rápido!" Eu gritava.

"Estou correndo o mais rápido que posso. Já não aguento mais, Yong!"

"Ali..." Meu pulmão parecia estar em chamas. "Ali tem um beco, vamos nos esconder."

Para qualquer outra pessoa, entrar num beco durante a madrugada não seria a melhor opção, mas já não sabíamos o que fazer. Entramos no beco e meus joelhos falharam. Akemi estava sentada no chão procurando controlar sua respiração e eu havia me apoiado na parede e levado minha mão até meu peito, meu coração batia muito forte.

"Me desculpa. Não era para você estar nessa situação."

"É para isso que servem as melhores amigas." Ela respondeu.

Por alguns segundos uma sensação de tranquilidade tomou conta de mim, até que escutei o barulho de uma arma ser destravada.

"O que vocês estão fazendo aqui?" Uma voz masculina perguntou.

Olhei para dentro do beco e, por instinto, coloquei aos mãos para cima em sinal de rendição. Pelo canto do olho vi Akemi fazer o mesmo. Meu coração ficou mais e mais acelerado e jurei que esse era o último dia da minha vida.

"Não vou perguntar mais uma vez. O que vocês estão fazendo aqui?" Ele balançou a arma sem paciência.

O homem que apontava a arma para nós era alto, vestia roupas pretas e, apesar de estar usando uma touca, mechas roxas escuras estavam para fora e grudadas em sua testa por causa do suor. Desviei o olhar para o que estava acontecendo atrás dele e vi uma van preta estacionada. Havia outros dois caras vestidos exatamente iguais. Eles carregavam o veículo com grandes mochilas pretas.

"RM, acaba logo com elas e vamos embora!" Gritou um dos homens na van.

"Não!" Gritei. "Por favor, só precisamos de ajuda. Não vamos fazer nada de ruim."

Antes que RM pudesse responder, escutamos uma voz gritar de longe.

"Vocês podem correr, mas não podem se esconder!"

"Por favor, nos ajude. Eu imploro!" Akemi começava a chorar descontroladamente.

"Entrem na van. Mas já aviso, se tentarem alguma besteira não vou pensar duas vezes antes de atirar em vocês duas."

Ele deu espaço para passarmos, mas antes de nos acompanhar, ele foi até a saída do beco e olhou para os dois lados da rua, conferindo se não havia ninguém por perto. Dentro da van estava o segundo homem, já sem máscara e touca. Seus cabelos eram castanhos escuros e ele nos encarava com raiva.

"Qual é RM? Virou a Madre Tereza agora?" Ele de cabelos castanhos disse.

"Cala boca, J-Hope! Elas estavam em perigo, você já esteve nesta situação e se não fosse por mim você estaria morto."

J-Hope se calou. RM fechou as portas e se sentou na nossa frente.

"Já estamos prontos, Jin." J-Hope disse.

Assumi que este fosse o terceiro cara que vi e que ele estava encarregado em dirigir.

"O que duas meninas estavam fazendo na rua às..." Ele olhou no relógio que estava no seu braço esquerdo. "...Três e quarenta da manhã?"

"Tivemos problemas e saímos de casa." Respondi.

Estava com muito medo. Olhei para Akemi e ela encarava o chão. Não sabia o que aconteceria daqui para frente. Não sabia quem eram eles, não sabia o que fariam com a gente ou para onde estavam nos levando.

 𝖲𝗍𝗂𝗀𝗆𝖺 • 𝖯𝖩𝖬Onde histórias criam vida. Descubra agora