Capítulo 7

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Acordei em um porão todo escuro, não havia nada além de uma cadeira e alguns cabos que prendiam Akemi e eu, ela continuava desacordada. O lugar era iluminado por uma lâmpada amarela que estava pendurada no teto. Não fazia a mínima ideia de onde estávamos ou do que havia acontecido. Não havia nenhuma janela e o lugar era muito úmido. Ao fundo conseguia ouvir o som de gotas pingando no chão. 

Sentia a pior dor de cabeça do mundo, como se tivesse sido atropelada. Olhava para todos os lados procurando por alguma pista sobre onde estávamos, mas não consegui encontrar nada. Cutuquei Akemi com o pé tentando fazer com que ela acordasse. Depois de um tempo ela finalmente recuperou a consciência.

"Onde nós estamos?" Ela perguntou olhando para os lados.

"Eu não sei." Respondi. "Consegue virar de costas para mim? Assim posso tentar soltar suas mãos."

Akemi começou a virar de costas para mim e antes que pudéssemos tentar alguma coisa, três homens entraram onde estávamos. Dois deles estavam armados, apensar de não conhecer quais armas eram aquelas, podia dizer que eram armas de alto calibre. O terceiro estava no meio, desarmado e tinha um sorriso sínico no rosto.

"Me perdoem pelo péssimo estabelecimento, prometo que na próxima vez colocaremos uns sofás e videogames." Ele ria.

Nunca vi aqueles caras na minha vida.

"Quem são vocês e o que vocês querem?" Perguntei.

Ele se aproximava devagar, um passo de cada vez. Quando estava apenas a alguns centímetros do meu corpo, ele se agachou e olhou nos meus olhos.

"Nós somos seu pior pesadelo, meu amor." Ele disse.

Ele se levantou e voltou para perto dos outros dois caras. Ele os encarou e disse.

"Acho que elas precisam de um pouco de nutrientes antes da interrogação, tragam um prato de comida. Por enquanto só queria conferir se já estavam acordadas." Ele se virou e caminhou até a porta, mas parou e olhou para trás. "A diversão já vai começar." Ele riu e fechou a porta.

"Você acha que isso tem a ver com os garotos?" Perguntei para Akemi.

"Claro que tem! Quer dizer, você não se meteu com pessoas erradas antes deles, né?" Ela respondeu.

"Obvio que não. Agora a gente precisa pensar em como sair daqui, se alguma de nós pudesse sair e ver como a situação é la fora, teríamos um norte para planejar algo." Disse.

"Só precisamos atacar um deles, assim podemos roubar suas armas. Mas o problema é que estamos amarradas." Akemi disse.

"Eu não consigo pensar em nada, parece que a minha cabeça vai explodir." Falei.

Escutamos a porta ser aberta novamente e um dos homens de antes entrar com dois potes na mão. Ele os colocou no chão e se afastou.

"Não tentem fazer nada de errado, podemos ouvir e ver vocês." Ele sorriu.

Seus dentes eram amarelados e alguns deles estavam apodrecidos. Sua voz era grossa e seu corpo todo tatuado. Ele era igual a aqueles badboys que vemos na televisão. Naquele momento eu notei que estávamos perdidas, se eles estavam nos vigiando, poderiam se proteger de todas as nossas tentativas de fugir.

"MERDA!" Gritei e chutei a cadeira que estava perto de mim assim que ele saiu.

"O que nós vamos fazer?" Akemi cochichou.

"Ainda não sei." Respondi no mesmo tom.

Encarei aquele pote cheio de comida, me sentia estranha. Estava extremamente faminta, mas ao mesmo tempo não sentia fome nenhuma. Apenas pensava em alguma maneira de sair daquele lugar. Akemi estava comendo a comida, ela parecia faminta. Já eu, mal consegui encostar na minha.

 𝖲𝗍𝗂𝗀𝗆𝖺 • 𝖯𝖩𝖬Onde histórias criam vida. Descubra agora