What the kiss?

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O outono em Busan é maravilhoso, segundo Park Jimin. Ele gosta de tudo no outono; as folhas, o clima, os aromas e as cores.

A cafeteria na qual trabalha combina com o outono, o papel de parede bege e os móveis marrons fazem Jimin se sentir confortável e aconchegado, tudo isso somado ao cheirinho de café fresco pela manhã e pães doces à tarde.

Aquele era para ser somente mais um dia de outono, atendendo clientes simpaticamente, lendo um bom livro nos horários vagos e confeitando alguns cupcakes. Mas então algo aconteceu, e deixou Park Jimin completamente desestabilizado.

O movimento no primeiro horário da tarde sempre é baixo, as pessoas ainda não saíram para trabalhar e as crianças já estão na escola. Foi em um desses momentos que Jimin pôde escutar o tilintar agudo da sineta na porta, indicando que alguém havia adentrado o estabelecimento, e o balconista ficara realmente surpreso por haver alguém ali naquele horário.

E qual não fora sua surpresa ao notar que aquele não era um cliente comum, mas sim um assaltante. Jimin podia ver isso claramente até mesmo antes do homem gritar o famoso bordão "É um assalto!" porque a máscara preta cobrindo o rosto — exceto os olhos e a boca — e o revólver na mão o denunciavam.

Durante os seus dois anos trabalhando na pequena cafeteria, e também dezenove de vida, Jimin jamais havia estado naquela situação e encontrava-se, portanto, apavorado. Como deveria reagir?

O coração do moreno estava palpitando na garganta tamanho seu desespero e sem pensar muito ele ignora o revólver apontado para a sua face e se debruça sobre o balcão de vime, agarrando com suas mãos a gola do casaco do criminoso, o puxando para perto.

— Tá maluco? — O assaltante se exaltou, tentando se livrar do aperto do atendente a todo custo, mas o moreno apenas cada vez fazia mais força, o puxando para mais perto.

Tudo durou cerca de trinta segundos e então Jimin consegue enfim aproxima-lo o suficiente para chocar ambos os lábios abruptamente. De início o assaltante ficou apenas parado, petrificado, imóvel.

Jimin moveu os lábios mornos receosamente sobre os alheios, que apesar de toda a situação inusitada eram doces como creme de avelã. Sentiu então o ladrão relaxar ao toque, abaixando a arma que foi prontamente esquecia sobre o balcão entre os corpos inclinados.

Ambos os lábios se moviam devagar, ainda confusos e sem rumo, mas aos poucos o beijo ganhou um ritmo confortável. Quando as línguas se encontraram tanto Jimin quanto Jungkook suspiraram baixinho em contentamento, esquecendo por um minuto todo o palco de fundo para o ósculo. O beijo era lento e molhado, provocando pequenos sons que pareciam reverberar de maneira surreal nos ouvidos de Jimin.

O arrepio gostoso em sua barriga o lembrava que era real, e não algum tipo de sonho utópico que parecesse a releitura de uma obra de Salvador Dalí.

Como Se Livrar De Um Assalto | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora