Seria um dia como outro qualquer, se algo de incomum não tivesse acontecido naquele vilarejo.
Pelas ruas, vielas e colinas, e sob um sol castigador uma mulher arrastava sua pequena filha pelo pulso enquanto ambas eram espremidas pela multidão.
A mulher parecia obstinada e os obstáculos não ia impedi-la, ela seguia transpondo as barreiras e abrindo passagem em meio a aquelas pessoas alvoroçadas que se cutuvelavam, esforçavam-se ao máximo para ao menos tocarem nas vestes de um homem.
Com a voz ofegante e suave a mulher gritava: "Rabi!, rabi." Mas a multidão de vozes abafava a sua tão cansada súplicaRabi é como alguns o chamava. Há quem prefirisse chama-lo de Nazareno, uns de Jesus filho de Davi, enquanto outros preferiam chama-lo de o Messias.
Até o amanhecer daquele dia aquela mulher nunca havia ouvido falar do mestre. Foi quando, quando buscava águia no poço, que o viu pela primeira vez.
Ele cruzava sua aldeia junto a outros doze homens, e quando passou por ela, sua carne tremeu, seu coração acelerou suas mãos enfraqueceram e delas caiu o cântaro vazio espedaçando-se no chão. Por um breve momento ela experimentou algo que jamais sentiu.
No momento em que o homem cruzou seu caminho, uma multidão surgiu atrás deles, a mulher então intrigada quis saber quem era eles , e detendo um jovem, o segurou pelo braço e perguntou:"quem são esses a quem persegue?" O menino tentando se desvencilhar das mãos da mulher respondeu: "Rabi e seus discípulos. É o Messias, ele realiza milagres."
"ELE REALIZA MILAGRES"
Aquela frase ecoou em seus ouvidos e enquanto ainda ouvia aquelas palavra a mulher soltou o pobre rapaz e correndo em direção de sua sua casa gritou: "Magdala , Magdala, Magdala..." Voltou em seguida ainda perplexa, arrastando a pequena Magdala e o seguindo por todo lado, subindo colinas e até mesmo atravessando mar em um barquinho de aluguel...
A mulher desejava um milagre. Magdala com setes anos de idade gozava de plena saúde e energia, era inteligente e ouvia muitíssimo bem porém a menina nunca havia pronunciado uma só palavra.
Enquanto o seguia durante todo o dia a mulher pôde ver cego enxergar, uma mulher ser tocada e imediatamente curada de uma enfermidade desconhecida, aleijados , leprosos, surdo mudo e tantos outros sendo curados.
Ela estava extremamente atônita, não conseguia tirar os olhos das mãos do mestre enquanto ele gentilmente tocava as moléstias e feridas. A mulher incansavelmente repetia: "Rabi, Rabi". Mas em meio a tantos outros clamores o mestre não a ouvia sua voz.
A multidão o apertava, então os discípulos pediram que todos se sentassem no gramado no alto da colina. Jesus falava de um reino de outro mundo, outro lugar, de um plano de salvação de algo inatingível e extraordinário e a mulher junto a sua pequenina, ouvia tudo atentamente e gostava do que ouvia, a voz de Jesus soava como uma canção bem tocada, trazia-lhe esperanças e fazia bem a seu coração.
Já ao fim do sermão, todos estavam famintos e cansados e Jesus não desejava despedi-Los para suas casas sem dar-lhes o que comer, um jovem rapaz que carregava um cesto foi solicitado, e levado até o mestre e apoontando para o cesto Pedro disse ao messias: “Aqui está um rapaz com cinco pães de cevada e dois peixinhos, mas o que é isto para tanta gente?”Então Jesus tomou os pães, deu graças e os repartiu entre os que estavam assentados, tanto quanto queriam; e fez o mesmo com os peixes.