— Bernardo filho, desce logo ainda atrasas.— gritou a mãe.
— Já desço mãe. — estava no quarto fazendo essa pesquisa sobre o bullying.
— Quantos cadernos você tem aí filho?— perguntou a mãe sorrindo, nesse momento ela estava na cozinha preparando o pequeno almoço.
— São mesmo muitos, na verdade estamos a trabalhar numa pesquisa e diariamente vou trazer muitos cadernos como esses.— respondi, claro que estava a mentir não podia dizer o que fiz.
— Está bem filho se você senti-se bem com o teu trabalho eu apoio-te nisso. — deu- me um beijo na testa e sentamo-nos a mesa.
A refeição foi bem rápida, a minha em particular porque tinha que chegar cedo para entregar os deveres dos Jonas.
Félix Jonas, Carlos Jonas e o Durão, o Ricardo Jonas. Se eu não chegar no tempo exacto dão - me um empurrão daqueles.
Corri tanto que cheguei na escola suado; levava os cadernos num carrinho de cor vermelha que dava muito jeito, e tinhamos um local secreto para as trocas gasosas( nesse caso só dava e não recebia)
— Olha quem chegou.— disse o Durão.
— É o nosso bom e velho amigo Bernardo. — disse Carlos de um jeito ironico.
— Desculpem pela demora, é que eu estava...
— Calma, não fique com temor. Trouxe tudo feito? — perguntou o Durão após ter me interrompido.
Aquilo era incomum, só estavão os dois e falaram comigo de forma educada e amigável. Só havia duas maneiras de explicar isso, ou se entregaram a Cristo ou estavam aprontando alguma coisa ruim. Eles receberão e estavão de partido, mas...
— Bernardo, fazes tanto por nós e nunca de agradecemos por isso, venha para fazermos isso. — eles estavão alguns centímetros de mim.
— Não obrigado Durão, tenho mesmo que ir.— estava a desconfiar de algo por isso recusei o convite.
— Vai mesmo recusar? — perguntou o Carlos com um olhar ameaçador.
Não tinha escolha nenhuma se não ir mesmo, mas quando dei alguns passos, Félix estava a minha espera escondido com um balde d'água. O famoso elemento surpresa.
Como já devem imaginar estava todo encharcado.
— Você está atrasado, da próxima você apanha.— disse Félix, e depois foram fazer as suas vidas idiotas.
Tanta bondade era de estranhar, o que fazer agora? Vou mesmo assistir aulas molhado.
— O que se passou com você menino Bernardo? — perguntou a professora.
— Nada demais, foi apenas uma experiência, não se preocupa.— como era de esperar virei a chacota da turma, todos riam- se de mim.
— Obras dos Jonas? — perguntou Hélio, o único amigo que sabe da minha real situação e que as vezes me ajuda a fazer os deveres daqueles macacos.
— Claro que sim, só há três macacos por aqui com essas capacidades.
— Porquê que não resolves isso de uma vez e contas para tua mãe?
— Para alguém que está na minha situação fazes muitas perguntas.
— Lá isso é bem verdade.— o Hélio respondeu coçando a cabeça.
Eu e o Hélio nos tornamos amigos logo que nos conhecemos, ainda me lembro bem como foi.
Foi um dia de terror, fomos trancados na casa de banho, e não foi um mar de rosas como estão pensando, a casa de banho estava tão mal cheirosa que quando fomos encontrados lá, estavamos quase morrendo de intoxicação e desde então somos grandes amigos. Diz o velho ditado que o mal vem para o bem, agora tenho a certeza que esse ditado é verídico.
Quando as aulas terminão estava meio molhado ou melhor húmido e era a hora de buscar os cadernos.
— Hélio viste como o teu amigo assistou aulas hoje? — perguntou o Durão.
— Sim, vi.— respondeu Hélio com medo
— Se esses cadernos não chegaram a horas, você sabe o que vai acontecer. — disse Félix e em seguida começaram a rir-se e subiram no carro e foram se divertir com as miúda enquanto deixavam tudo em nossas responsabilidades.
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O Ninja Que Há em Mim
ActionQuando um jovem normal é possuido por um fantasma para libertar a sua amada.