— Vocês não podem fazer isso hoje. — disse Hélio triste.
— O que foi amigão?
— É que o meu pai chega hoje de viagem e ele quer aproveitar o pouco tempo comigo se eu estiver tão ocupado ele vai cancelar a diversão. — explicou ele.
— Deixa isso comigo amigão que eu faço por te.— dei solução ao problema dele.
— Fazes isso por mim mesmo?
— Claro. É pra isso que servem os amigos, mas, você os fará no dia seguinte.
— Não há problema nisso e obrigado mano, estou te devendo uma.— deu-me um kolé e partiu feliz para casa.
Na verdade eu e o Hélio somos dois nerds que sofrem bullying embora tenhamos feito um contrato com os nossos agressores ainda sofremos e as vezes dividimos as tarefas e outras vezes fizemos dia por dia, ou seja um dia meu e outro dia dele e assim até o ano acabar.
Tenho que fazer trabalho de Química, Física e Matemática para três macacos que se divertem a essa hora. Quem me dera que fosse eu me divertindo assim, ver a vida numa outra perspectiva, fora dos manuais de ensino.
— Chegueiii mãe!
— Como foi a escola hoje? Você está com um péssimo aspecto filho.— disse ela parando de beber água e olhando-me de cima para baixo.
— O dia na escola foi optimo.— disse eu tentando sorrir e contando outra mentira.
— Bernardo, conta o que está havendo? — perguntou a mãe chateada.
— Pára com isso, não está  havendo nada. — respondi nervoso e saí.
— Esse menino anda estranho, o meu sexto sentido me diz isso.
O trabalho era demais, o meu cérebro não conseguia funcionar bem daquele jeito. Fui no único lugar onde havia paz e uma pessoa podia me entender.
E esse lugar era a igreja, eu podia me descontrair, ouvir um bom conselho do meu pai, o padre Ben. Bem ele não é o meu pai, mas vejo ele assim porque esteve sempre aqui para mim depois do meu pai ter partido, deixando minha mãe viúva com dois filhos.
O meu irmão mais velho trabalha no exterior e ajuda-me nos estudos.
Sentei-me nos ultimos assentos da igreja, mas, ele viu-me com aquele olhar de águia.
— Meu caratão.— ele veio brincando de boxilista, mas eu não estava com muito ânimo.
— A situação na escola continua?
— Mesmo com a boa ideia que o senhor me deu de fazer um trato com eles, ainda assim continuam as brincadeira.
— Você sabe que eu não concordo contigo, mas tenho esperado que você conti tudo a sua mãe.
— O senhor tem toda a razão, mas, eu quero por um fim nisso por conta própria.
— Se a situação piorar, conto tudo a sua mãe ouviu. E como está ela?
— Mal, gritei com ela antes de vir para cá.
— Está ficando tarde é melhor ir para casa preparar um bom café e dar um bom abraço nela e se desculpar.
— Obrigado, sei que posso contar com o senhor sempre.
Saí da igreja preparando um belo discurso para falar antes mesmo de me desculpar. Testei o discurso antes de entrar três vezes.
Na melhor das hipóteses ela iria se rir, na pior continuaria chateada comigo. Entrei, mas acabei dando de cara com ela na cozinha.

O Ninja Que Há em MimOnde histórias criam vida. Descubra agora