Era tudo muito estranho, um novo mundo, uma nova realidade.
A sala que antes só comportava 12 alunos, hoje continha 28, onde a maioria era formulada por homens. Onde pegavam suas cosias e talvez não as devolviam. Era algo selvagem talvez? Sim, mas ela gostava.
A liberdade se via a quilômetros, todos eram livres de olhares ou de julgamentos. Alí não importava sua família ou posição social....ou era isso que aparentava.
De pouco a pouco ela se aproximava das pessoas e isso era bom afinal, uma menina com problemas sociais e depressão fazendo amigos, era algo novo.
Layla Martins era uma linda menina de pele parda, cabelos negros e olhos em tons escuros, era aparentemente a "popular" da sala. Era muito extrovertida e animada, Emily se lembra dela por ter uma fobia igual a sua, cobras.
Elas começaram a andar juntas: Emily e as "gêmeas" Layla e Brieta.
Eram tão amigas e irmãs que faziam Emily desejar encontrar uma amiga assim.
Ela encontrou.
Além dela, se aproximou de Douglas Maxuell, um dos mais inteligentes, que junto de Leonardo Chargas, eram a dupla nota 10. Eles também viraram seus amigos.
A entrada de novas pessoas fizeram confusões se iniciarem. Era algo horrível. O inferno estava nela e ela, no inferno.
A chegada de Kácia Wins somente trouxe tristeza e dor. Os grupos foram divididos. Os "justiceiros", "as malvadas" e "os que nem envolvidos estavam". Foi mais uma dor mas aí ela viu, a vingança que Deus lhe prometera, estava aí. A mesma dor, as mesmas lágrimas, a mesma humilhação, estava tudo lá. Ela foi vingada. Deus a vingou.
Sempre viria palavras opostas de ambas, era difícil decifrar a verdade, mas isso não importava, não mais para Emily. Ela foi exonerada de sua mágoa.
As ruínas de seu coração quebrado, começaram a cair.
Ser traída era um medo muitos grande, e quanto mais se teme mais se tem probabilidade de acontecer. Ela não queria ficar sozinha, e não ficou.
Seu sofrimento só aumentou ao ver que seus "amigos" falavam mal de Layla, alguém que os acolheu, e por fim ela foi sincera, disse mesmo sabendo que lhe machucaria. Uma foi o pilar da outra para seguirem em frente, e assim conseguir se reestruturarem.
Arthur Lancaster, era um menino que sempre implicava com a escrita incorreta da menina, ela o achava "irritante" e pensava "você não erra não? É Deus agora? Perfeito?" Mas quando viu que era brincadeira, entrou junto. O destino lhe tirou seus melhores amigos, mas lhe deu o melhor de todos.
Quem diria que Emily Swan e Arthur Lancaster, que já tinham trocado pequenas palavras opostas, se tornariam melhores amigos? Ela o amava muito, era o irmão que desejava, o irmão que ela esperou e que verdadeira amou.
Com o afastamento do antigo grupo, ela desabafou com o grupo de meninos com quem andava, ela derramou lágrimas, lágrimas dos olhos castanhos claro que jurou nunca mais derramar uma gota de sua dor.
Eles a acolheram.
Anjos existem, demônios existem, Deus existe e ele a salvou.
Layla, Arthur, Douglas, Leonardo, Oscar, Getulio, Fernando e Teobaldo.
Eram o nome de seus anjos. Seus guardiões.
Uns chegaram depois, como Fernando Edens e Teobaldo Twons. Outros já desde o início estavam, como Oscar Miller e Getulio Petryk. Todos eram importantes, todos ela amava.
Eram amizades que fluíram como água, de forma tão pura e bela que era impossível descrever com palavras. Alguns até brincavam que a amizade era tanta que em alguns casos, acabaram em beijos mas eles somente riam da situação, afinal, estavam entre amigos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Deus Ouviu Minhas Lágrimas
De TodoDo que somos capazes quando nós machucam? Poderíamos sorri mesmo tendo lágrimas em nossos olhos? Seria possível o amor se tornar ódio e da dor, nascer a esperança? Pessoas quebradas buscam outras para juntar os cacos e se reerguerem, mas alguma...