Capítulo 70

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Soso Narrando

Acordo em um lugar sujo, amarrada numa cama

Eu: Se você me encostar eu vou gritar

Tomás: Aqui é deserto, pode gritar o quanto quiser

Eu: Me deixa em paz, eu tô bêbada

Tomás: Melhor ainda

Tomás: Sabe o que eu descobri?

Eu: Não, ninguém liga para você

Tomás: Foi só andar com a favela e já tá ficando igual a eles né

Eu: Cala a boca

Tomás: Sabe o que seria engraçado? Se a polícia aparecesse naquela sua casa e vasculhasse tudo

Eu: Não ia dar em nada

Tomás: Será mesmo? Minhas fontes me disseram que tem uma certa plantinha naquela casa

Eu: Suas fontes estão muito erradas e mesmo se estivessem certas ser usuário não é crime

Tomás: Até 2 gramas de maconha é considerado usuário e todo bom maconheiro não traz maconha só para ele e pode ter uma outra coisinha que alguém possa ter colocado. Eu sei que aquela casa tá cheia de maconha e que só basta um telefonema para todos os seus amiguinhos ganharem uma ficha da polícia

Eu: Não é assim que funciona

Tomás: Pode até não ser mas o que você acha que a sua mãe vai achar disso e o que as pessoas vão dizer por aí dela, pensa na carreira da sua mãe Sophia

Eu: O que você quer?

Tomás: Você!

Eu: Nem morta

Tomás: Um beijo e seu namoradinho não vai ser preso - ele se aproxima

Eu: Não - eu cuspo na boca dele

Tomás: Olha aqui garota! Eu tô perdendo a paciência! - ele segura meu maxilar forte

Ele pega um pano e coloca na minha boca

Ele passa mão no meu peito e o ódio me sobe

Tomás: Não sei o que eu faço com você! Vou deixar você aí, daqui a pouco eu volto

[...]

Ele ficou bastante tempo fora, eu olho e vejo que meu celular tá aqui

Me viro na cama e consigo pegar meu celular com o pé, trago ele devagar pra perto e ouço um barulho na porta

Ele deve ter voltado

Continua...

Bandida de IpanemaOnde histórias criam vida. Descubra agora