Capítulo 3 - O Pórtico

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🚨🚨🚧 ATENÇÃO 🚧🚨🚨

Alertamos sobre os possíveis gatilhos presentes nesse capítulo: crise de pânico, luto, convulsões e delírio.

Caro amigo leitor, caso seja sensível com algum desses temas talvez essa não seja a obra ideal para uma leitura tranquila.

Agradeço pela a atenção e compreendo caso não se sinta a vontade para ler.

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As tropas da patrulha de Vilagis terminavam de organizar o carregamento de oxigênio no metrô flutuante. A noite estava calma e silenciosa além dos limites do Castelo de Vidro. Uma chuva passageira se formava no céu noturno. A general da tropa se dirigiu aos assentos da cabine de passageiros, escoltada pelo sargento. Ambos estavam nervosos, pois essa quebra de protocolo poderia resultar em algum incidente trágico, colocando em risco a vida da princesa Clara.

- Pronta pra sua primeira patrulha, general? - o sorriso sórdido estampado no rosto de Padilha, em conjunto com a cicatriz, em forma de risco vertical, ao centro do olho direito, evidenciava o quão desacreditado ele estava naquela missão.

- Eu sempre estou pronta, Padilha. - a fisionomia austera da princesa, contrastava com a doçura de sua beleza, sua pele alva, seus cabelos escuros e lisos, presos em um trançado. Toda a sutileza de suas curvas, não correspondiam a sua personalidade intempestiva.

Clara se sentia encarcerada, muitas expectativas eram depositadas em suas ações, as cobranças vinham de todos os lados e o medo de fracassar a tornava ainda mais vulnerável.

Pela janela da cabine principal era possível contemplar o pequeno reino sob um céu estonteante, repleto de constelações e suas cinco luas que outrora reinavam solenes sob suas cabeças.

- Pelos céus... O que está havendo com as luas, Padilha? Elas estão sumindo na escuridão! - Clara jamais havia presenciado tal fenômeno antes, as cinco luas sendo encobertas totalmente. O pavor estampou a face da princesa.

- Hoje é a noite do emparelhamento. As luas se alinham e a escuridão invade nossas terras... Eu não acredito muito nas lendas antigas, mas penso que não faria mal se a princesa orasse para Os 4. O mar, o céu, a terra ou as chamas... Algum dos deuses hão de escuta-lá.

Mesmo um homem cético e vivido como o sargento, se amedrontava em noites de escuridão... Elas eram acompanhadas de desastres.

Segundo uma das lendas antigas, foi em uma noite de emparelhamento que a poeira vermelha cobriu toda a superfície da Terra Ardente. Também foi em uma dessas que surgiu a epidemia de SIDHEA.

- Se a princesa souber orar para Os 4, que faça agora. Eu não tô gostando nada dessa nossa aventura... Esse emparelhamento não é boa coisa. - Em pouco mais de três décadas de sua existência, Padilha nunca havia enfrentado a noite escura das lendas de sua infância.

***

- VAMOS HOMENS! Temos duas horas até a viagem de retorno, precisamos patrulhar todo o perímetro do Pórtico. Levem cápsulas matinais, medicamentos para SIDHEA ,junto com o kit de primeiros socorros. Ajudem a população que encontrarem pelo caminho! Cubram seu setor e estejam de volta em uma hora para os relatórios de base!

Durante as operações táticas, a princesa de Vilagis saia de cena para que a general assumisse o comando. Clara nunca tinha participado ativamente de uma operação como essa. Por ser da família real, sempre foi mantida em segurança na torre.

Suas habilidades de comando e estratégia eram natas, além de proporciona-lá uma situação de conforto. Era tudo o que ela sabia e conseguia fazer como monarca.

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